Monday, May 31, 2010

JORGE DEBRAVO




Jorge Debravo

Este es mi amor, hermanos, este esfuerzo
denso, maduro, alto,
estos dedos agónicos y este
manojo de entusiasmo.

Yo no os amo dormidos:
Yo os amo combatiendo y trabajando,
haciendo hachas deicidas,
libertando.

Amo lo que de dioses se os revela
ante el miedo y el látigo,
lo que suda, viviente y guerrillero,
en el fondo del hueso americano,
lo que es amor no siendo más que carne,
lo que es lucha no siendo más que paso,
lo que es fuego no siendo más que grito,
lo que es hombre no siendo más que árbol.

Este é o meu amor

Este é o meu amor, meus irmãos, este esforço
denso, maduro, alto,
estes dedos agônicos este
feixe de entusiasmo.

Eu não os amo dormidos:
Eu os amo combatendo e trabalhando,
fazendo artes deícidas,
ibertando.

Amo o que de deuses se revela
ante o medo e o chicote,
o que sua, vivente e guerrilheiro,
no fundo do osso americano,
o que é amor não sendo mais que carne,
o que é luta não sendo mais do que passo
o que é fogo não sendo mais que grito,
o que é o homem não sendo mais que árvore.

Sunday, May 30, 2010

Javier del Granado



LA SELVA

Javier del Granado

Con salvaje lujuria de pantera
se enardece la selva en el estío,
y el huracán con ímpetu bravío
destrenza su olorosa cabellera.

Blonda cascada de hojas reverbera
sobre el ramaje trémulo y sombrío,
que troncha el rayo en rudo desafío,
incendiando el plumón de su cimera.

Se retuerce la jungla acribillada
por dos pupilas de rubí llameante
que desgarran su carne alucinada.

Viborea un relámpago en las huellas,
el temible jaguar huye jadeante,
y en su lomo chispean las estrellas.

A selva

Com a sensualidade selvagem da pantera
se excita a selva no verão,
e corajosa a tempestade com tensão
destrança sua perfumada cabeleira

Uma cascata de folhas reverbera, pula
sobre a ramagem tremula e sombria,
que dobra o raio e rude desafia
incendiando o âmago de sua cúpula.

Se retorce a selva toda crivada
por duas pupilas de rubi em chamas
que desgarram de suas carnes alucinadas.

Vibra um relâmpago em traços de centelhas,
a temível onça foge rápida, ofegante
e em sua volta chispam o brilho das estrelas.

E AINDA PLÁ



Invención de la muerte

Josefina Plá

Esa sombra
La veréis alargarse cada vez como un agua vertida
sin remedio
como un manto cayendo despacio de sus hombros
como si fuese él mismo arrepentido que quisiera
volver sobre sus pasos
-reptil de limpia muerte sin cadáver-

La veréis ahilar su arroyo
sobre un suelo
por siempre horizontal a la aventura

Y será también la única10
que dormirá con él reconciliada
con la sombra total
de que se desgajó
enemiga de todos los espejos un día.

A invenção da morte

Esta sombra
A vereis alargar-se cada vez como uma água vertida
sem remédio
como um manto caindo lentamente dos teus ombros
como se ele mesmo estivesse arrependido e quisesse
voltar atrás sobre seus passos
-reptil de limpa morte sem cadáver-

A vereis
sobre um solo
para sempre horizontal a aventura

E será também a única
que dormirá contigo reconciliada
com a sombra total
de que se desgarrou
inimiga de todos os espelhos um dia.

E DE NOVO PLÁ




Todo comenzó en el espejo

Josefina Plá

Todo comenzó en el espejo.
En la palma indiferente del agua
la nube fingió islas, cimientos el arco iris.
Todo comenzó en el espejo.
En el cielo engañifa de la charca
la rama empolló el huevo de la luna;
cosió el pájaro un velo con costura perdida.

Todo comenzó en el espejo.
La estrella guiñó mintiendo al pez incauto;
la luna escribió música que no despertó a nadie.

Y en el espejo una mañana
reconoció el viajero su secreto fantasma,
se vio pómulo y sien,
pupilas de agua para siempre cautiva,
frente como una lápida de sí mismo.
Se vio por fuera, se olvidó por dentro.
Y comenzó a clasificarse
según color y pelo.

Y los amantes murieron por él dos y tres veces,
y los viejos gustaron anticipada la agonía,
y el hombre del color perdió patria y amigos,
y la belleza vendió a su esposo el sueño.

-Todo comenzó en el espejo-.

Tudo começou no espelho

Tudo começou no espelho.
Na palma indiferente da água
a nuvem fingiu ilhas, cimentos, o arco-íris.
Tudo começou no espelho.
No enganador de uma lagoa
na rama que chocou o ovo da lua;
um pássaro que costurou um véu numa costura perdida.

Tudo começou no espelho.
A estrela piscou mentindo ao peixe desavisado;
a lua escreveu a música que não despertou ninguém.

E no espelho uma da manhã
reconheceu o viajante seu secreto fantasma
se viu pomo e templo,
pupilas de água para sempre cativa
frente a uma lápide de si mesmo.
Se viu por fora e se esqueceu lá dentro.
E começou a se classificar
segundo a cor e a pele.

E os amantes morreram por ele duas ou três vezes,
e os velhos gastaram antecipadamente a agonia
e o homem de cor perdeu a pátria e os amigos
e a beleza vendeu a seu esposo o sono.

-Tudo começou no espelho-.

JOSEFINA PLÁ



Sueño de sueños

Josefina Plá

Secreta noche herida de menguante
cae donde no hay agua ni tierra.
Marcha a cortar el filo de la luna,
mis raíces, que están donde no estuve.

...Traerán mi corazón, negra violeta
que se durmió en la orilla de otro sueño.
Lo he de llamar y no sabrá su nombre.
Me ha de cantar, y no he de comprenderle.

Y llevaré, camino en mediodía
de veinte cielos con opuestos soles,
mi angustia en veinte voces sin mi sangre.

He de llorar mil años sin mi llanto
y he de dormir mil años sin mis ojos
noche con veinte pétalos de luna.

Sonho dos sonhos

Secreta noite ferida de minguante
que cai onde não há água nem terra.
Marcha a cortar o fio da lua crescente,
minhas raízes, que são o lugar onde não estive.

... Traíram meu coração, negra violeta,
que dormia à beira de um outro sonho.
O que hei de chamar e não saberei o seu nome.
Me há de cantar, e não hei de compreendê-lo.

E levarei, caminhando ao meio dia
de vinte céus com vinte opostos sóis,
minha angústia em vinte vozes, sem o meu sangue.

Hei de chorar mil anos sem meu pranto
e hei de dormir mil anos, sem os meus olhos,
noites com vinte pétalas de luas.

Monday, May 24, 2010

AINDA RAMÓN



OLVIDO

Ramón de Almagro

Tú puedes olvidar y los recuerdos
Se pegan a mi piel como un castigo

Tú puedes olvidar, yo sólo vivo
Añorando el querer que se ha perdido

Tú puedes olvidar y en cada noche
Mil vueltas siempre doy buscando olvido

Tú puedes olvidar, cómo quisiera
Olvidar como tú... sin un suspiro.

Esquecer

Tu podes esquecer e as recordações
Se colam na minha pele como um castigo

Tu podes esquecer, eu só vivo
da saudade do querer que eu perdi

Tu podes esquecer e toda noite
Mil voltas sempre dou sem o esquecimento

Tu podes esquecer, como eu queria
Esquecer como tu... sem um suspiro.

Ilustração: www.memoriafutura.org

Ramón de Almagro



ME HAN TIRADO UN BESO ESTA MAÑANA

Ramón de Almagro

Me han tirado un beso esta mañana,
me lo enviaron los labios de un niño,
y tú sabes cuanta sed hay en el alma,
de una simple muestra de cariño.

Me han tirado un beso esta mañana,
y mira como influyen estas cosas,
que mi aburrido día de semana,
de golpe... se pobló de mariposas.

Me atiraram um beijo esta manhã

Me atiraram um beijo, esta manhã,
me enviaram os lábios de um menino
e tu sabes quanta sede há em minha alma,
de um simples sinal de carinho.

Me atiraram um beijo, esta manhã,
e veja a influência destas coisas,
tanto que meu aborrecido dia da semana
de repente ...se encheu de borboletas.

AINDA JORGE DEBRAVO



Profundidad

Jorge Debravo

He aprendido a mirar de una manera más viva:
como si mis abuelos por mi sangre miraran;
como si los futuros habitantes
alzaran mis pestañas.

Yo no miro la piel sino lo que en la piel
es fuego y esperanza.
Lo que aún en los muertos
sigue nutriendo razas.
Lo que es vida y es sangre
tras la inmovilidad de las estatuas

Profundidade

Eu aprendi a olhar de uma forma mais viva:
como meus avós através do meu sangue olharam;
como se os futuros habitantes
levantassem os meus cílios.

Eu não olho a pele sim o que na pele
é fogo e esperança.
O que resta dos mortos
segue nutrindo as raças.
O que é vida e é sangue
por trás da imobilidade das estátuas

Ilustração: www.bimago.pt/arte-digital/profundidade-2.html

JORGE DEBRAVO



Esta canción amarga

Jorge Debravo

Sufro tanto que a veces ni siquiera
sé si sufro por mí o por el obrero.
El sufrimiento nace, simplemente.
Es como un árbol ciego.

No lo busco, lo llamo ni lo aguardo.
Nace cuando lo quiere.
Es como un chorro de alcohol, como una
almohada de alfileres.

Es amargo y sangriento a medianoche
y a veces -sin permiso- en las aceras.
Me anuda la camisa hasta asfixiarme.
Me riega ácidos malos en las venas.

Sin embargo, hermanos, cuando falta
es como si mi carne estuviera vacía.
Como si no corriera el jugo de mi sangre.
Como si a chorros, roja, se me huyera la vida.

Esta canção amarga

Eu sofro tanto que às vezes nem sequer
Sei se sofro por mim ou pelos outros.
O sofrimento nasce, simplesmente.
É como uma árvore cega.

Não o procuro, nem o chamo nem o aguardo.
Nasce quando quer.
É como um jorro de álcool, como uma
almofada de alfinete.

É amargo e sangrento à meia-noite
e, às vezes, sem permissão, nas calçadas.
Me amarra a camisa para me sufocar.
Me joga ácidos maus nas veias.

No entanto, os irmãos, quando falta
É como se meu corpo estivesse vazio.
Como se não corresse o suco do meu sangue.
Como se em jatos, vermelhos, minha vida fugisse.

Sunday, May 23, 2010

Momento mágico



Nesta noite, hoje, agora, já, há
esta imensa necessidade de teus braços. de tuas coxas, de teus seios.
Todo meu pensamento se resume a este desejo reconhecido
que me impele a dizer todas as palavras jamais pensadas
que brotam como flores incompreensíveis
para que compreendas o pouco significado do amanhã
quando,agora, já, neste momento,
representas tudo e tudo represento:
um homem, uma mulher e o doce momento
em que a vida mostra a mágica da paixão
e busca o prazer, a única ilusão real.

ABANDONO



Um papagaio.
Um papagaio.
Senhor da sala
com suas penas verde amarelas
e sua rouca voz de curupaco.
Um papagaio
a repetir como se corvo fosse:
-Nunca mais! Nunca mais!
E a ausência dela,
que nunca foi minha,
soando, além dos ecos e penas,
pelo tempo afora.

Meu coração ainda pena e chora.

Sunday, May 16, 2010

INÚTIL



Os dias são feitos de horas e as horas, de minutos

O tempo, algo inútil, que é sempre dissoluto.

Como é o teu amor, uma paixão contra a qual luto.

Monday, May 10, 2010

Jose Gorostiza



PAUSAS I

Jose Gorostiza

¡El mar, el mar!
Dentro de mí lo siento.
Ya sólo de pensar
en él, tan mío,
tiene un sabor de sal mi pensamiento.

Pausas I

O mar, o mar!
Dentro de mim o sinto.
Já só de pensar
Nele,tão meu,
Tem um sabor de sal meu pensamento.

Julián del Casal



INTRODUCCION

Julián del Casal

Árbol de mi pensamiento
Lanza tus hojas al viento
Del olvido,

Que, al volver las primaveras,
Harán en ti las quimeras
Nuevo nido;

Y saldrán de entre tus hojas,
En vez de amargas congojas,
Las canciones

Que en otro mayo tuvisteis,
Para consuelo de tristes
Corazones.


Introdução

Árvore de meus pensamentos
Lança tuas folhas ao vento
Do esquecimento,

Que ao voltarem as primaveras,
Farão em ti as quimeras
Um novo ninho;

E sairão das tuas folhas
Em vez de amargas tristezas,
As canções

Que em outro maio tivestes
Para consolo dos tristes
Corações.

Sunday, May 09, 2010

SE QUISERES



Se quiseres meu amor assim
Como é. Um amor sem limites e calmo.
Pensa nele como se fosse um salmo
Que termina com um palavrão.

Se quiseres meu amor assim
Como é. Um amor sem paixão, indiferente.
Pensa nele como se fosse nascente
Que,de repente, cai feito cachoeira.

Se quiseres meu amor assim
Como é. Um amor sem hora ou recato.
Pensa nele como se fosse um rito santo
Que se purifica porque peca tanto.

Ilustração: http://clubecaiubi.ning.com/profiles/blog/list?user=1824sh5o4jvjl

Saturday, May 08, 2010

ANTONIO GALA



BAGDAD

Antonio Gala

Tenía tanta necesidad de que me amaras,
que nada más llegar te declaré mi amor.
Te quité luces, puentes y autopistas,
ropas artificiales.
Y te dejé desnuda, inexistente casi,
bajo la luna y mía.
A las princesas sumerias,
cuando fueron quemadas con joyas rutilantes,
les brillaban aún sus dientes jóvenes;
se quebraron sus cráneos antes que sus collares;
se fundieron sus ojos antes que sus preseas….
Bajo la luna aún brillaban sus dientes,
mientras te poseí desnuda y mía.

Bagdá

Tinha tanta necessidade de que me amasses,
que sem nada mais ver declarei meu amor.
Tirei minhas luzes, pontes e rodovias,
roupas artificiais.
E te deixei nua, inexistente quase,
sob a lua e minha.
As princesas sumérias,
quando foram queimadas com jóias brilhantes,
ainda assim brilhavam os seus dentes jovens;
seus crânios se quebraram antes de seus colares;
se fundiram seus olhos antes de suas medalhas ....
Sob a lua ainda brilhavam seus dentes,
quando te possui nua e minha.

ANGEL GONZALEZ



A VECES

Angel Gonzalez

Escribir un poema se parece a un orgasmo:
mancha la tinta tanto como el semen,
empreña también más en ocasiones.
Tardes hay, sin embargo,
en las que manoseo las palabras,
muerdo sus senos y sus piernas ágiles,
les levanto las faldas con mis dedos,
las miro desde abajo,
les hago lo de siempre
y, pese a todo, ved:
¡no pasa nada!
Lo expresaba muy bien Cesar Vallejo:
“Lo digo y no me corro”.
Pero él disimulaba.

Às vezes

Escrever um poema se parece a um orgasmo:
mancha a tinta tanto como o sêmen,
emprenha também, mas, algumas vezes.
Tardes existem, sem embargo,
em que manuseio as palavras,
mordo os seus seios e pernas ágeis,
lhes levanto as barras com meus dedos,
lhes olho de alto a baixo,
E, como de costume,
e, apesar de tudo, vê:
Nada acontece!
O expressava muito bem Cesar Vallejo:
"Eu digo e eu não coro."
Mas ele dissimulava.

RAFAEL ALBERTI



ALGUIEN

Rafael Alberti

Alguien barre
y canta
y barre
(zuecos en la madrugada).
Alguien
dispara las puertas.
¡Qué miedo,
madre!
(¡Ay, los que en andas del viento,
en un velero a estas horas
vayan arando los mares!)
Alguien barre
y canta
y barre.
Algún caballo, alejándose,
imprime su pie en el eco
de la calle.
¡Qué miedo,
madre!
¡Si alguien llamara a la puerta!
¡Si se apareciera padre
con su túnica talar
chorreando!…
¡Qué horror,
madre!
Alguien barre
y canta
y barre.

Alguém

Alguém varre
e canta
e varre
(tamancos na madrugada).
Alguém
bate as portas.
Que medo,
mãe!
(Ai, por onde anda o vento,
desarrumando um veleiro neste momento
em que vai lavrar o mar!)
Alguém varre
e canta
e arrebatadora.
Algum cavalo, afastando-se,
inunda com seus cascos de ecos
a rua.
Que medo,
mãe!
Se alguém bateu na porta!
Se o pai apareceu
com seu pijama
pingando! ...
Que horror
mãe!
Alguém varre
e canta
e varre.

Sunday, May 02, 2010

SOU CRUEL...



Você que é excessiva,
e alegre,
que tem nos lábios o gosto
de quem oferece o prazer,
como se fosse um riso,
é a mulher que preciso
quando bebo, ou não,
para me despertar a ilusão
e o desejo de te matar...
de beijos!

María Elena Walsh



NADA MÁS

María Elena Walsh

Con esta moneda
me voy a comprar
un ramo de cielo
y un metro de mar.
Una punta de estrella,
un sol de verdad,
un hilo de viento,
y nada más.

Nada mais

Com esta moeda
Vou comprar
Um pedaço de céu
E um metro de mar.
Uma ponta de estrela,
Um sol de verdade,
Um fio de vento
E nada mais.

GABRIELA MISTRAL



MECIENDO

Gabriela Mistral

El mar sus millares de olas
mece, divino.
Oyendo a los mares amantes
mezo a mi niño.
Dios Padre sus miles de mundos
mece sin ruido.
Sintiendo su mano en la sombra
mezo a mi niño.


Balançando

O mar e suas milhares de ondas
balançando, divino.
Ouvindo o mar amantes
embalando o meu filho.
Deus Pai milhares de mundos
balançando sem ruído.
Sentindo sua mão na sombra
embalando meu filho.