Wednesday, December 31, 2014

Um poema de fim de ano de Joanna Fuchs

A Brighter, Better New Year
Joanna Fuchs

Happy, Happy New Year!
 We wish you all the best,
 Great work to reach your fondest goals,
And when you’re done, sweet rest.
We hope for your fulfillment,
Contentment, peace and more,
A brighter, better new year than
You’ve ever had before.



O mais brilhante e melhor ano novo

Feliz, Feliz Ano Novo!
Nós lhe desejamos tudo de melhor,
Que trabalhe muito para alcançar seus sonhados objetivos,
E quando tiver feito, tenha um doce descanso.

Nós esperamos que consiga a plenitude,
o contentamento, a paz e muito mais,
que seja o ano novo mais brilhante e melhor
de todos que você já teve antes.

Ilustração: www.telemundohouston.com

Vai, ano velhinho, vai


Vai, ano velhinho, vai!
Ocupa teu lugar de ano passado
e deixa para ficar a meu lado
um ano bem novinho!

Vai, ano velhinho, vai!
E partes, como fostes recebido,
com o troar dos estampidos,
as cores dos fogos, com a champanhe,
os abraços, os beijos e as promessas
que, agora, serão do ano novinho.

Vai, ano velhinho, vai!
Não tens mais o que dar
Depois de teus 365 dias já gastar.
A hora agora é do ano que se inicia
que com novas promessas nos acaricia.

Vai, ano velhinho, vai!
Só posso te dizer descansa em paz.
Se não me destes a vida que queria
também não me tirastes
a saúde, a vida e alegria
que saúdo com prazer ao começar
o ano novinho.

Vai, ano velhinho, vai!
Que este ano novinho venha trazer
tudo que me deixastes de oferecer
e um pouco mais.
Que para que possas ser amado
que sejas um passado relembrado
como o início de um tempo glorioso.

Vai, ano velhinho vai!
Que deixe o ano novinho nos trazer
muito mais vida, alegria e prazer!


Tuesday, December 30, 2014

Ainda mais uma vez...Amado Nervo

Bendita...                                         
Amado Nervo

Bendita seas, por que me hiciste
amar la muerte, que antes temía.
Desde que de mi lado te fuiste,
amo la muerte cuando estoy triste;
si estoy alegre, más todavía.

En otro tiempo, su hoz glacial
me dio terrores; hoy, es amiga.
¡Y la presiento tan maternal!...
Tú realizaste prodigio tal.
¡Dios te bendiga!
¡Dios te bendiga!

Bendita

Bendita sejas, porque me fizestes
amar a morte, que antes temia.
Desde que de te fostes,
amo a morte quando estou triste;
se estou alegre, mais, todavia.

Em outro tempo, sua foice glacial
me deu terrores; hoje é amiga.
E a pressinto tão maternal!
Tu realizaste prodígio tal.
Deus te bendiga! Deus te bendiga!


Ilustração: www.flickr.com

Monday, December 29, 2014

Emily Dickinson de volta

To lose thee

Emily Dickinson

To lose thee, sweeter than to gain
All other hearts I knew.
Tis true the drought is destitute
But, then, I had the dew!

The Caspian has its realms of sand,
Its other realm of sea.
Without this sterile perquisite
No Caspian could be. 

Para perder-te

Para perder-te, docemente mais que ganhar
Todos os outros corações eu conheço.
É verdade que a seca é árida,
Mas, então, eu tive o orvalho!

O Cáspio tem os seus reinos de areia,
Seu outro reino de mar.
Sem esta estéril prerrogativa
Nem Cáspio poderia ser.


Ilustração: br.freepik.com

Sunday, December 28, 2014

Um poema de fim de ano de Robert Fisher

My New Year's resolution                                         

Robert Fisher

I will not throw the cat out the window
Or put a frog in my sister's bed
I will not tie my brother's shoelaces together
Nor jump from the roof of Dad's shed
I shall remember my aunt's next birthday
And tidy my room once a week
I'll not moan at Mum's cooking (Ugh! fish fingers again!)
Nor give her any more of my cheek.
I will not pick my nose if I can help it
I shall fold up my clothes, comb my hair,
I will say please and thank you (even when I don't mean it)
And never spit or shout or even swear.
I shall write each day in my diary
Try my hardest to be helpful at school
I shall help old ladies cross roads (even if they don't want to)
And when others are rude I'll stay cool.
I'll go to bed with the owls and be up with the larks
And close every door behind me
I shall squeeze from the bottom of every toothpaste tube
And stay where trouble can't find me.
I shall start again, turn over a new leaf,
leave my bad old ways forever
shall I start them this year, or next year
shall I sometime, or .....?

Resoluções de ano novo

Eu não irei jogar o gato pela  janela
Ou colocar um sapo na cama da minha irmã
Eu não irei amarrar  os cadarços do meu irmão juntos
Nem saltarei do telhado do galpão de papai
Me lembrarei da minha tia no próximo aniversário
E arrumarei meu quarto uma vez por semana
Eu não gemerei diante do prato da mamãe (Ugh! Peixe empanado de novo!)
Também não virarei mais meu rosto.
Eu não irei mais franzir meu nariz se eu posso ajudá-lo
Vou dobrar minhas roupas, pentear o cabelo,
Eu irei dizer por favor e muito obrigado (mesmo quando não desejaria dizer)
E juro mesmo nunca mais cuspir ou gritar.
Irei escrever cada dia no meu diário
Trabalhar duramente para ser o melhor na escola
Irei ajudar as velhinhas a atravessar as ruas (mesmo se eles não quiserem)
E quando os outros forem rudes eu permanecerei legal.
Irei para a cama com as corujas e levantarei com as cotovias
E fecharei todas as portas atrás de mim
Espremerei a parte inferior de cada tubo de creme dental
E ficarei onde o problema não pode me encontrar.
Irei começar de novo, virar uma nova folha,
deixar os meus velhos maus hábitos para sempre
irei começar este ano, ou no próximo ano
Irei em algum momento, ou .....?

Poeminha de fim de ano para um amor ausente

Quem sabe nesta data                                                  
(num amanhã distante)
Vejamos tudo isto
Como uma fotografia
Do tempo em que não havia a felicidade.
Quem sabe,
Quando agora se encerram doze meses,
Não tragam os novos dias
Surpresas que, às vezes,
Nem mesmo nós sonhamos
Em desejar querer?
Só sei que, nesta hora,
Quando se abrem as cortinas,
Os céus se iluminam, 
O mar ruge em ondas mansas,
Quando as champanhes rolam,
Quando se abraçam todos,
Só posso lhe dizer
Que tudo está tão lindo,
Mas, me falta você.


Lord Tenysson

Ring Out, Wild Bells          

Lord Tenysson                           


Ring out, wild bells, to the wild sky,
The flying cloud, the frosty light;
The year is dying in the night;
Ring out, wild bells, and let him die.

Ring out the old, ring in the new,
Ring, happy bells, across the snow:
The year is going, let him go;
Ring out the false, ring in the true.
Ring out the grief that saps the mind,

For those that here we see no more,
Ring out the feud of rich and poor,
Ring in navyress to all mankind.

Ring out a slowly dying cause,
And ancient forms of party strife;
Ring in the nobler modes of life,
With sweeter manners, purer laws.

Toca fora, sinos selvagens

Batem pelo ar, os sinos selvagens, pelo céu selvagem,
Voando pelas nuvens, no frio da luz;
O ano está morrendo no meio da noite;
Batem pelo ar, os sinos selvagens, enquanto ele morre.

Bate para fora o velho ano, bate já o novo,
Batem os sinos felizes, através da neve:
O ano está vindo, deixa-o chegar;
Bate fora o falso, traz o verdadeiro.
Bate fora a dor que enfraquece a mente,

Para aqueles que aqui não vemos mais,
Bate fora o feudo de ricos e pobres,
Bate na amplidão para toda a humanidade.

Bate fora uma causa que morre lentamente,
E as antigas formas de lutas partidárias;
Traz os novos modos mais nobres da vida,
Com maneiras mais doces e as leis mais puras.

Saturday, December 27, 2014

Um poema de César Alonso de las Heras

EMPIEZA EL AÑO                               

César Alonso de las Heras

Empieza el año, Señor,
y todo empieza de nuevo.
Dame la gracia de amar
hasta lo más pequeño.

Empieza el año, Señor,
y yo quisiera ser nuevo
como la flor y la aurora,
para entretejer mis sueños.

Sueños de paz y alegría,
sueños de sueño de fuego
donde se queme lo endeble
y sólo quede lo eterno.

Trescientos sesenta y cinco
son los días de mi anhelo,
dame una rueda de amor
para rodar este tiempo.
  
Começa o ano

Começa o ano, Senhor,
e tudo começa de novo.
Dá-me a graça de amar
mesmo o mais pequenininho.

Começa o ano, Senhor,
e eu quisera ser de novo
como a flor e a aurora,
para tecer os meus sonhos.

Sonhos de paz e alegria,
sonhos de sonho de fogo
onde se queime o efêmero
e só permaneça o eterno.

Trezentos e sessenta e cinco
são os dias de meu desejo,
dá-me uma roda de amor
para rodar este tempo.


Friday, December 26, 2014

De volta Gustavo Adolfo Bécquer

Rima XLIV                                                

Gustavo Adolfo Bécquer

Como en un libro abierto
leo de tus pupilas en el fondo;
¿a qué fingir el labio
risas que se desmienten con los ojos?

¡Llora! No te avergüences
de confesar que me quisiste un poco.
¡Llora! Nadie nos mira!
Ya ves: soy un hombre... ¡y también lloro!


Rima XLIV

Como um livro aberto
leio no fundo de tuas pupilas;
Para que fingir nos lábios
sorrisos que os olhos desmentem?

Chora! Não te envergonhes
de confessar que me quisestes um pouco.
Chora! Ninguém nos olha!
Tu sabes: sou um homem....e também choro!


Thursday, December 25, 2014

E, de volta, José Ángel Buesa


Soneto II 

José Ángel Buesa 

Mi corazón se siente satisfecho
de haberte amado y nunca poseído:
así tu amor se salva del olvido
igual que mi ternura del despecho.

Jamás te vi desnuda sobre el lecho,
ni oí tu voz muriéndose en mi oído:
así ese bien fugaz no ha convertido
un ancho amor en un placer estrecho.

Cuando el deleite suma a lo vivido
acrecentado se lo resta el pecho,
pues la ilusión se va por el sentido.

Y, en ese hacer y deshacer lo hecho,
solo un amor se salva del olvido,
y es el amor que queda insatisfecho.
  
Soneto II

Meu coração se sente satisfeito
de te haver amado e nunca possuído:
assim teu amor se salva do olvido
igual a minha ternura do despeito.

Jamais te vi desnuda sobre o leito
nem ouvi tua voz morrendo em meu ouvido:
assim bem fugaz não se há convertido
um grande amor num prazer estreito.

Quando o deleite sumir do já vivido
acrescentado-se ao que resta ao peito,
pois, só a ilusão se vai pelo sentido.

E, nesse fazer e desfazer o feito,
só um amor se salva do olvido
e é o amor que queda insatisfeito.


Wednesday, December 24, 2014

Um poema de Natal de Bill Hawking

What you get for Christmas                           

Bill Hawking

I've decided to give you outer space
For Christmas
But it's damnable hard to wrap
At least at warp speed
I think the milkyway could be the bow
You were hoping I'd be
it contains pulsars
That make our blood pressure rise
And your heart go flip flop
Through our lighthouse
Those nebula remind me of our poems
Just a little more diffuse and almost as colorful
They say space is cold
but we could wear those bubble boy suits
Think we could get a double
Otherwise....it'll be hard to kiss....and stuff
But I like the no fuss
Weight loss aspect...if you call
A 3g take off no fuss

I've been stressing over wheather
This gift is big enough for you
Ive been known to put little spaces between
My lines
But they were lacking in sparkle
The night sky was always ours anyway 


O que você recebe no Natal

Eu decidi dar-lhe o espaço exterior
para o Natal
Mas, é muito difícil para embrulhar,
Pelo menos, em grande velocidade
Eu penso que a Via Láctea poderia ser o arco
Você espera que ela tenha
Alguns pulsares
O que pode aumentar nossa pressão arterial
E o seu coração fazer flip flop
Através do nosso farol
Essas nebulosas lembram-me de nossos poemas
Apenas um pouco mais difusas e quase tão coloridas
Eles dizem que o espaço é frio,
Mas, poderíamos usar aqueles ternos de bolhas para rapazes
Pense que poderíamos conseguir um duplo
Caso contrário .... vai ser duro para beijar .. e fazer outras coisas ....
Mas, eu gosto sem espalhafato
Perda de peso por outro lado ... se você chamar
A 3g decolo sem confusão

Venho insistindo sobre o tempo
Este presente é grande o suficiente para você
Eu poderia saber como colocar pequenos espaços entre
Minhas linhas
Mas, eles ficariam com falta de brilho
O céu noturno foi sempre nosso de qualquer forma

Ilustração: fotoblogx.blogspot.com


Tuesday, December 23, 2014

Uma traiçãozinha pra lá de gelada

My love is like to ice                   
Edmund Spenser

My love is like to ice, and I to fire:
How comes it then that this her cold so great
Is not dissolved through my so hot desire,
But harder grows the more I her entreat?
Or how comes it that my exceeding heat
Is not allayed by her heart-frozen cold,
But that I burn much more in boiling sweat,
And feel my flames augmented manifold?
What more miraculous thing may be told,
That fire, which all things melts, should harden ice,
And ice, which is congeal's with senseless cold,
Should kindle fire by wonderful device?
Such is the power of love in gentle mind,
That it can alter all the course of kind. 

Meu amor é como gelo

Meu amor é como gelo, e eu que nem fogo:
Como, então, a sua frieza tão grande
Não se dissolve com o meu desejo tão quente,
Porém, mais duramente cresce quanto mais lhe imploro?
Ou como surge este excesso de calor
Que não se alivia por seu coração congelado de frio,
Porém, queima muito mais no suor da ebulição,
E sente minhas chamas multiplamente aumentadas?
Qual coisa mais miraculosa poderia ser dita,
Que o fogo, que todas as coisas derrete, endurece o gelo,
E o gelo, o qual é congelado com sensível frio,
Pode ser um tipo de fogo aceso por um dispositivo maravilhoso?
Tal é o poder do amor numa mente gentil,
Capaz de alterar toda espécie de coisa.


Monday, December 22, 2014

Anna Swir


I’ll Open the Window                       

Anna Swir

Our embrace lasted too long.
We loved right down to the bone.   
I hear the bones grind, I see   
our two skeletons.

Now I am waiting
till you leave, till
the clatter of your shoes
is heard no more. Now, silence.

Tonight I am going to sleep alone   
on the bedclothes of purity.
Aloneness
is the first hygienic measure.   
Aloneness
will enlarge the walls of the room,   
I will open the window
and the large, frosty air will enter,   
healthy as tragedy.
Human thoughts will enter
and human concerns,
misfortune of others, saintliness of others.   
They will converse softly and sternly.

Do not come anymore.   
I am an animal   
very rarely.

Source: Talking to My Body (1996)

Eu irei abrir a janela

Nosso abraço durou muito tempo.
Nós amamos muito até ao osso.
Eu escutei os ossos rangendo, eu vi
nossos dois esqueletos.

Agora eu estou esperando
até que você parta, até
que o barulho de seus sapatos
não se ouça mais. Agora, o silêncio.

Hoje à noite eu vou dormir sozinho
sobre as roupas de cama limpas.
Solidão
é a primeira medida de higiene.
Solidão
irá alargar as paredes do quarto,
Vou abrir a janela
E o ar grande, gelado irá entrar,
saudável como tragédia.
Os pensamentos humanos entrarão
e as preocupações concernentes,
o infortúnio dos outros, a santidade dos outros.
Eles vão conversar baixinho e com firmeza.

Não venha mais.
Eu sou um animal
muito raramente.


Fonte: “Falando para o meu corpo” (1966). 

Sunday, December 21, 2014

Ainda Amado Nervo

Pero te amo                                       Amado Nervo 

Yo no sé nada de la vida,
yo no sé nada del destino,
yo no sé nada de la muerte;
¡pero te amo!

Según la buena lógica, tú eres luz extinguida;
mi devoción es loca, mi culto, desatino,
y hay una insensatez infinita en quererte;
¡pero te amo!

Porém, te amo

Eu não sei de nada da vida,
eu não sei de nada do destino,
eu não sei de nada da morte;
porém, te amo.

Segundo a boa lógica, tu és luz extinta;
minha devoção é louca, meu culto, desatino,
e há uma insensatez infinita em querer-te;
porém, te amo!


Ilustração: www.casalsemvergonha.com

Saturday, December 20, 2014

Mais uma vez Amado Nervo

Vivir sin tus caricias                                                            


Amado Nervo 

Vivir sin tus caricias es mucho desamparo;
vivir sin tus palabras es mucha soledad;
vivir sin tu amoroso mirar, ingenuo y claro,
es mucha obscuridad...

Viver sem tuas carícias

Viver sem tuas carícias é muito desamparo;
viver sem tuas palavras é muita solidão;
viver sem teu amoroso olhar, ingênuo e claro,
é muita obscuridade....

Ilustração: ferransala.com


Friday, December 19, 2014

De volta Lope de Vega

                                                                                      
Soneto 103

Lope de Vega 

Amor, mil años ha que me has jurado
pagarme aquella deuda en plazos breves;
mira que nunca pagas lo que debes,
que esto sólo no tienes de hombre honrado.

Muchas veces, Amor, me has engañado
con firmas falsas y esperanzas leves;
a estelionatos con mi fe te atreves,
jurando darme lo que tienes dado.

Hoy que llega mi vida al plazo estrecho,
si en palabras me traes y en engaños,
que te echaré en la cárcel no lo dudo.

Mas, ¿cómo pagarás, Amor, si has hecho
pleito de acreedores por mil años
y, en buscando tu hacienda, estás desnudo?

Soneto 103

Amor, mais de mil anos faz que me têm jurado
pagar-me aquela dívida em prazos breves;
olha que nunca pagas o que deves,
que isto só não tens de homem honrado.

Muitas vezes, amor, me tens enganado
com firmas falsas e esperanças leves;
a estelionatos com a minha fé se atreves,
jurando dar-me o que não tens me dado.

Hoje que chega a minha vida a um prazo estreito,
Se em palavras me traís e em enganos,
Que te acharei num cárcere não duvido.

Mas, como pagarás, amor, se tens feito
novos empréstimos por mais de mil anos
e, se buscam os teus recursos, estais desnudo?

Ilustração: forodefotos.com


Com vocês Lope de Vega

Soneto 126                                                


Lope de Vega

Desmayarse, atreverse, estar furioso,
áspero, tierno, liberal, esquivo,
alentado, mortal, difunto, vivo,
leal, traidor, cobarde y animoso;

no hallar fuera del bien centro y reposo,
mostrarse alegre, triste, humilde, altivo,
enojado, valiente, fugitivo,
satisfecho, ofendido, receloso;

huir el rostro al claro desengaño,
beber veneno por licor süave,
olvidar el provecho, amar el daño;

creer que un cielo en un infierno cabe,
dar la vida y el alma a un desengaño;
esto es amor: quien lo probó lo sabe.

Soneto 126

Desmaiar, atrever-se, estar furioso,
áspero, terno, liberal, esquivo,
alentado, mortal, defunto, vivo,
leal, traidor, covarde e corajoso;

não sair fora do bem, centro e repouso,
mostrar-se alegre, triste, humilde, altivo,
enjoado, valente, fugitivo,
satisfeito, ofendido, receoso;

fugir do rosto o claro desengano,
beber veneno por licor suave,
esquecer o prazer, amar o dano;

Crer que um céu em um inferno cabe,
dar a vida e a alma a um desengano;
Este é o amor: quem o provou sabe.


Ilustração: 38.media.tumblr.com 

Novamente José Ángel Buesa


Lied

José Angel Buesa


Mi corazón se queda aunque mi amor se vaya,
porque el recuerdo nace de un ansia de olvidar.
Tu amor tiene la tibia ternura de una playa;
mi amor es inestable como el viento y el mar.

Aunque mi amor se vaya no has de quedarte sola,
pues te dejo el reflejo de la luz que encendí:
Tu amor es una playa , mi amor es una ola,
y necesariamente yo he de volver a ti...

Cançãozinha para ti

Meu coração fica ainda que o meu amor se vá,
porque a memória nasce de um desejo de esquecer.
Teu amor tem a ternura morna de uma praia;
meu amor é instável como o vento e o mar.

Apesar de meu amor partir  não ficarás sozinha,
pois,  te deixo o reflexo da luz que acendi:
Teu amor é uma praia, meu amor é uma onda,
e, necessariamente, eu voltarei a ti ...


Ilustração: pinterest.com

Thursday, December 18, 2014

Zoé Valdés

BREVE  BESO  DE  LA   ESPERA                       
Zoé Valdés
 
Su nombre ya no me es más familiar
El camino ya no es aquel
El de la ausencia
La muerte perdió su sutilidad
de virgen serena
Me arrancó de un piñazo
el vendaje de los ojos
Mis pestañas abiertas
al recuerdo del exquisito
Esclava de un agujero de eternidad.

   Breve beijo da espera

   Seu nome já não me é mais familiar
   O caminho já não é aquele
   É o da ausência
   A morte perdeu sua sutileza
   de virgem serena
   Me arrancou brutalmente
   a vendagem dos olhos
   Minhas pestanas abertas
   à recordação do belo
   Escrava de um buraco da eternidade.

Julio Torres-Recinos

EXILIOS                                                      
Julio Torres-Recinos

Los exilios se construyen
como pirámides de sueños,
de hombres, de esperanzas,
de mujeres y de años;
pesadas y anchas al principio
como para borrar así
su sombra o su origen,
o como para con su
pesadez  insistir que todo
intento de olvido sólo
es torpeza, auto-engaño.
Después, dicen, los recuerdos
se vuelven más livianos;
el tiempo se apiada
y nos oscurece la memoria.

Exílios

Os exílios se constroem
como pirâmides de sonhos,
de homens, de esperanças,
de mulheres e de anos;
pesadas e largas no princípio
como para apagar assim
sua sombra ou sua origem,
ou como, para com seu
peso, insistir em que toda
intenção de esquecimento só
é torpeza e auto-engano.
Depois, dizem, as lembranças
se tornam mais nítidas;
o tempo se apieda
e nos escurece a memória.


   Ilustração: eduardobasigalup.com

Wednesday, December 17, 2014

Mais uma poesia de Rubén Dario

TRISTE, TRISTEMENTE                                                

Rubén Dario

Un día estaba yo triste, muy tristemente
viendo cómo caía el agua de una fuente;

era la noche dulce y argentina. Lloraba
la noche. Suspiraba la noche. Sollozaba

la noche. Y el crepúsculo en su suave amatista,
diluía la lágrima de un misterioso artista.

Y ese artista era yo, misterioso y gimiente,
que mezclaba mi alma al chorro de la fuente. 

Triste, tristemente

Um dia estava eu triste, muito tristemente
vendo como caía a água de uma fonte;

era uma noite doce e prateada. Chorava
a noite. Suspirava a noite. Soluçava

a noite. E o crepúsculo numa suave ametista
diluía a lágrima de um misterioso artista.

E esse artista era eu, misterioso e gemente.
que misturava minha alma ao jorro da fonte.



Uma poesia de Rubén Dario


DE OTOÑO

Rubén Dario

Ya sé que hay quienes dicen: ¿Por qué no canta ahora
con aquella locura armoniosa de antaño?
Esos no ven la obra profunda de la hora,
la labor del minuto y el prodigio del año.

Yo, pobre árbol, produje, al amor de la brisa,
cuando empecé a crecer, un vago y dulce son.
Pasó ya el tiempo de la juvenil sonrisa:
¡dejad al huracán mover mi corazón! 

OUTONO

Já sei que há os que dizem: Por que não canta agora
com aquela loucura harmoniosa do passado?
Esses não vêem a obra profunda da hora,
o labor do minuto e o prodígio do ano.

Eu, pobre árvore, produzi, ao amor da brisa,
quando comecei a crescer, um vago e doce som.
Passou já o tempo da juventude sorridente:
Deixa o furacão mover meu coração!


Ilustração: www.linhamestra.com.br

Mais uma poesia de Miguel Arteche




HAY HOMBRES QUE NUNCA PARTIRÁN

Miguel Arteche

Hay hombres que nunca partirán,
y se les ve en los ojos,
pues uno recuerda sus ojos muchos años después de que han
partido.

Pueden estar lejanos,
pueden aparecer a medianoche
(si están muertos)
y jugar a que viven.
Pero siempre, con la desolación de su ausencia,
uno comprende que no han vivido en vano,
y que su esperanza
es la única esperanza digna de ser vivida.

Y los hombres que nunca partirán
suelen no aparecer en los periódicos,
no se habla de ellos en las radios,
su imagen no gesticula en la televisión:
no son gente importante,
no circulan entre las altas esferas.
........Son aquellos
que aceptaron el sufrimiento
y lo hicieron suyo para la salvación de otros hombres
sin decir una sola palabra:
pero dejaron abiertos, bien abiertos sus ojos
para que nunca los olvidemos cuando ellos hayan partido.


Há homens que nunca partirão

Há homens que nunca partirão,
e são vistos nos olhos,
pois, se lembram de seus olhos muitos anos depois de terem
partido.

Eles podem estar distantes,
podem aparecer à meia-noite
(Se eles estão mortos)
e julgar que vivem.
Porém, sempre, com a desolação de sua ausência,
você percebe que não viveu em vão,
e sua esperança
é a única esperança digna de ser vivida.

E os homens que nunca partirão
Não costumam aparecer nos jornais,
não se fala deles no rádio,
sua imagem não gesticula na televisão:
não são pessoas importantes,
não circulam entre o topo.
São aqueles ........
que aceitaram o sofrimento
e o fizeram para a salvação de outros homens
sem dizer uma única palavra:
porém, deixaram abertos, bem abertos seus olhos
para nunca esquecê-los quando eles tiveram partido.


Sunday, December 14, 2014

Mais uma vez Roque Dalton


Mi amor por ti es mucho más que amor...

Roque Dalton

Mi amor por ti es mucho más que amor,
es algo que se amasa día a día,
es proyectar tu sombra junto a mí,
hacer con ellas una sola vida.
Las miradas que ya al conocer
se hablan entre sí en la distancia,
no hacen falta palabras...qué más da!
si ya interpretamos lo que claman.
Los mil detalles que tienes tú por mí,
mi descaro al advertir en lo que fallas,
el sincerarme cuando hay que decir
lo que sinceramente no se calla.
Mi amor por ti es mucho más que amor.
Mi amor por ti es como una nevada,
un torrente de luz, algo tan bello...
como ponerse el sol o amanecer el alba.

Meu amor por ti é muito mais que amor

O meu amor por ti é muito mais que o amor
é algo construído dia à dia
é o projetar de tua sombra junto a mim, 
e fazer delas uma única vida.

Os olhares que já nós conhecemos
se falam entre si mesmo à distância,
não fazem faltas as palavras ... e quem se importa?
Se já interpretamos o que clamam.

Os mil detalhes que tu tens por mim,
Minha ousadia ao advertir o que falas,
são sinceros quando há o que dizer
e no que sinceramente não se cala.

Meu amor por ti é muito mais que amor.
Meu amor por ti é como uma nevada,
uma torrente de luz, algo tão belo ...
como  o por do sol ou o amanhecer, a alba.


Ilustração: principelindos2.blogspot.com

Saturday, December 13, 2014

Uma poesia de Olga Orozco


LA REALIDAD Y EL DESEO
                                                         a Luis Cernuda
Olga Orozco

La realidad, sí, la realidad,
ese relámpago de lo invisible
que revela en nosotros la soledad de Dios.

Es este cielo que huye.
Es este territorio engalanado por las burbujas de la muerte.
Es esta larga mesa a la deriva
donde los comensales persisten ataviados por el prestigio de no estar.
A cada cual su copa
para medir el vino que se acaba donde empieza la sed.
A cada cual su plato
para encerrar el hambre que se extingue sin saciarse jamás.
Y cada dos la división del pan:
el milagro al revés, la comunión tan sólo en lo imposible.
Y en medio del amor,
entre uno y otro cuerpo la caída,
algo que se asemeja al latido sombrío de unas alas que vuelven desde la eternidad,
al pulso del adiós debajo de la tierra.

La realidad, sí, la realidad:
un sello de clausura sobre todas las puertas del deseo.

A realidade do desejo

A realidade, sim, a realidade
este relâmpago do invisível
que revela em nós outros a solidão de Deus

É este céu que foge.
É este território engalanado pelas borbulhas da morte.
É esta mesa larga à deriva
onde os comensais persistem atados pelo prestígio de não estar.
A cada qual seu copo
para medir seu vinho que se acaba quando começa a sede.
A cada qual seu prato
para acabar com a fome que se extingue sem saciar-se jamais.
E a cada uma divisão do pão:
o milagre para trás, a comunhão tão só no impossível.
E por meio do amor,
entre uma e outra queda do corpo,
algo que se assemelha à batida sombria de umas asas que retornam da eternidade,
ao pulso do adeus debaixo da terra.

A realidade, sim, a realidade:
um selo de clausura de todas as portas de desejo.


Thursday, December 11, 2014

Uma poesia de Fernando Charry Lara


OLVIDO

 Los días que uno tras otro son la vida…
                                                               Aurelio Arturo

Fernando Charry  Lara

La trémula sombra ya te cubre.
Sólo existe el olvido,
Desnudo,
Frío corazón deshabitado.

Y ya nada son en ti las horas
Las taciturnas horas que son tu vida.
Ni siquiera como ceniza
Oculta que trajeran
Los transparentes
Silencios de un recuerdo.

Nada. Ni el crepúsculo te envuelve,


Ni la tarde te llena de viajes,
Ni la noche conmueve tu obstinada
Nostalgia del amor, cuando
Una tácita doncella surge de la sombra.
Oh corazón, cielo deshabitado de los sueños.


ESQUECIMENTO

                          Os dias um atrás do outro são a  vida ...
                                                                   Aurelio Arturo


A trêmula sombra já te cobre.
Só existe  o esquecimento,
nu,
frio  coração desabitado.

E já nada em ti são as horas
as taciturnos horas que são tua vida.
Nem sequer como cinzas
ocultas que  traçaram
o transparente
silêncio de uma memória.

Nada. Nem o crepúsculo te envolve,

Nem a tarde te enche de viagens,
Nem a noite comove tua nostalgia
de amor, quando
uma tácita donzela emerge das sombras.
Oh! Coração, céu desabitado dos sonhos.

Ilustração: poesiamor.loveblog.com.br

Wednesday, December 10, 2014

De volta Consuelo Tomás Fitzgerald



Habrá que recoger el corazón

Consuelo Tomás Fitzgerald 

Habrá que recoger el corazón
del sitio en que cayó esa madrugada
y coserse una sonrisa
para atravesar el muro.
Habrá que enterrar ciertos recuerdos
allí donde no puedan allanarlos
en algún rincón de la memoria
y abordar el dolor de otros comienzos.

Habrá que esconder el estupor
y jugar a ser sobrevivientes
barrer los escombros como si nada
festejar este bautizo
donde hasta Dios estuvo ausente
restañar esta herida que nos sangra
con esperanzas clandestinas, de esas
que siempre le nacen a los pueblos.

Habrá que cantar bajito
como los niños cuando juegan solos.

Lo que no habrá que hacer
bajo ningún motivo
es olvidar
envejecer
y rendirse.

Haverá que recolher o coração

Haverá que recolher o coração
do local em que caiu essa madrugada
e costurar um sorriso
para atravessar o muro.
Haverá que enterrar certas recordações
ali onde não possam soterrá-los
em algum rincão da memória
e abordar a dor de outros começos.

Haverá que esconder o estupor
e jogar de ser sobreviventes
varrer os escombros como se nada
festejar este batismo
onde até Deus esteve ausente
estancar esta ferida que nos sangra
com esperanças clandestinas, dessas
que sempre nascem aos povos.

Haverá que cantar baixinho
como as crianças quando brincam sós.

O que não se haverá que fazer
Sob nenhum motivo
é esquecer
envelhecer
e render-se.