Sunday, January 31, 2010

AINDA THD


Pisces

THD Russel

By ways strange stays away. Inside water’s
Suplle grip hurts the deep in two. Knows choice
Can twist the secret hole. Hungers for mercy,
While at mercy’s mute edge bleeds a future
Dim in the black coils of its hidden maw
Image clouds the source. Salvation resuscitates.

Peixes

Por caminhos estranhos permanece afastado. Dentro da água
Flexível colchete corta a profundidade em dois. Sabe escolher
Como pode girar o segredo secreto. Faminto por misericórdia,
Enquanto a misericórdia muda na beira sangra o futuro
Incerto em rolos negros de sua boca escondida
Imagens de nuvens, a fonte. A salvação ressuscita.

Ilustração: maryandrobert.com/n_about_us.htm

THD Russel



Office Party

THD Russel

Her eyes narrowed on the dawn
As a mist drifted dawn
And the steeped night strained
To be magical. Berlin

Was a kiss I could not place
On lips I could not know,
Red, loose and talking. Know, the sloped angels
of women and men learning in their drink,
afloat on misperception
stained the dulled hugs.

Festa de escritório

Seus olhos se estreitaram na madrugada
Como uma névoa derivando na escuridão
E na noite mergulhada na tensão
de ser mágica. Berlim

Foi um beijo que eu não poderia dar
nos lábios que eu não poderia conhecer,
Vermelhos, perdidos e conversando. Sabe, os anjos travessos,
de mulheres e homens, aprendem nas suas bebidas,
a fazer flutuar a percepção
manchado-se em desbotados abraços.

C.S. Bucknam


Short love poem

by C.S. Bucknam

When all the songs are over
and all the words been said
The sun grows dim across the sky
and the world prepares for bed

I oft can take a moment now
to view the sky above
and whisper God a simple prayer
to thank him for your love.

Pequeno poema de amor

Quando todas as canções tocaram
e todas as palavras forem ditas
O sol escureceu o céu
e o mundo se preparou para dormir

Eu posso ter um momento agora
para ver além do céu
e sussurrar a Deus e uma oração bem simples
agradecendo por seu amor.

Ilustração: http://blogs.jovempan.uol.com.br/poeta/files/2009/01/figura-1.jpg

Todd-Michael St. Pierre


Computer Mice

by Todd-Michael St. Pierre

Can anyone give me advice . . . ?

What to do with computer mice?

At night they come out

And race all about.

Each mouse and it's spouse

Invading my house.

They wreck my office

And they're not too nice.

What to do with computer mice?

Wait, I hadn't thought about that -

Perhaps, I'll get a computer cat!


Mouse (Rato)


Alguém pode me dar conselhos?

O que fazer com os mouses de computador?

À noite, eles saem

E se comportam como todos de raça.

Cada mouse e sua esposa

Invadindo a minha casa.

Eles bagunçam meu escritório

E eles não são muito agradáveis.

O que fazer com os mouses de computador?

Espere, eu não tinha pensado nisto-

Talvez, eu possa obter um gato de computador!

Ilustração: http://drisantos.blogspot.com/2007_09_01_archive.html

Richard Eberhart


The Eclipse

Richard Eberhart

I stood out in the open cold
To see the essence of the eclipse
Which was its perfect darkness.
I stood in the cold on the porch
And could not think of anything so perfect
As mans hope of light in the face of darkness.

A eclipse

Eu fiquei lá de fora no frio
Para ver a essência do eclipse
Como seria a sua perfeita escuridão.
Fiquei no frio na varanda
E não conseguia pensar em nada tão perfeito
Como a esperança de luz no rosto das trevas.

VEGA


Masks

Vega

You sit there with your mask on,
And though your face we see.
We don't know who you are,
Only who you want to be.

We've tried to get close to you,
Though you push us all away.
We never see the real you,
In what you do or what you say.

You're conciously aware,
Of other peoples views.
Always trying to abide,
By all their don'ts and do's.

Looking back I realise,
I never really knew you.
I only knew this mask,
The one that I have clung to.

Mascara

Você senta lá com sua máscara,
E pensa que não vemos seu rosto.
Que não sabemos quem você é,
Somente quem você quer ser.

Nós tentamos chegar perto de você,
Embora nos empurrando para fora.
Nós nunca vimos você realmente,
Em tudo que você faz ou diz.

Você está consciente,
Da visão das outras pessoas.
Sempre tentando se adequar,
Em tudo que faz ou não faz.

Olhando para trás eu percebo,
Que nunca afinal o conheci.
Eu só sabia que esta máscara,
É a única que tenho para agarrar.

Ilustração: http://www.imotion.com.br/imagens/data/media/83/10290mascara.jpg

GORAN RAHIM



My Poems

by Goran Rahim

I have been
Telling my every poem
How cute you are.
But now I am ashamed to tell them
You are disrespectful to
Me, my love, and every poem
I have written so far.
I don't want them to think
I am a liar
I am not
It was you
who set my heart on fire.

Meus poemas

Eu estava
Dizendo em cada poema meu
Como você é linda.
Mas agora eu tenho vergonha de dizer-lhes
Você desrespeitou
A mim, ao meu amor, e a cada poema
Que escrevi até agora.
Eu não quero que pensem
Que sou um mentiroso
Eu não sou
Foi você
que colocou meu coração em chamas.

Ilustração: http://img01.picoodle.com/img/img01/7/2/16/f_heartm_924a1e1.png

Saturday, January 30, 2010

BEM TRAÍDO


MIEDO

A Julio Cortázar

Roque Dalton


Un ángel solitario en la punta del alfiler
oye que alguien orina.

Medo

Um anjo sozinho na ponta do alfinete
Ouve que alguém urina.

AINDA POL


Catapulta

Julio César Pol

Y descubrirnos esa vieja tecnología en los sexos. /
A rudos tropiezos adentramos pies y manos / a ese
acre olor de eras / a esa oscura cabina de poca luz. /
Y tensamos con fuerza instrumentos. / Quebramos
engranajes. / Movimos con desespero ejes oxidados
/ y nos afanamos en la torpeza; / nos descubrimos en
la torpeza / tanteando a oscuras manuales: / el braille
en los poros que no entendimos. /Así de inexpertos /
nos decidimos a correr la máquina / que nos arrastró
por vicios / y entrecuerpos.


Catapulta

E descobrimos esta velha tecnologia dos sexos.
Em rudes tropeços colocamos os pés e as mãos/ a este
acre odor de eras/ a esta escura cabine de pouca luz./
E manobramos com força os instrumentos./Quebramos
Engrenagens./ Movemos com desespero eixos oxidados/
E nos esforçamos na torpeza;/nos descubrimos
na torpeza/tateando escuros manuais:/ o braile
nos poros que não entendemos. / Assim inexperientes /
nos decidimos a utilizar a máquina / que nos arrastou
por vícios e / entrecorpos.

JULIO CÉSAR POL


El margen democrático

Julio César Pol

Sí, sois libres
pero al que piense diferente
lo mato.

A margem democrática

Sim, tu és livre,
Porém, se pensares diferente
Te mato.

UM POETA CUBANO



COMO UN INCENDIO

Ernesto Cárdenas

Esta unión de los dos es un poema
divino de una fiebre en lo compacto
para arrancar suspiros al dilema
y entremezclar la noche en el impacto.

Cuando sin frenos trotan los corceles
de la pasión voraz que precipita
a confundir las voces y las pieles
en otra idealidad que nos agita.

Que nos marca por dentro de la vida
En una reacción y en la sedienta
emoción que destroza la medida
y pone entre los cuerpos la tormenta.

Esta unión de los dos es convergencia
para una realidad sin limitantes
es la magia puntual, es la impaciencia
que anima la razón y los instantes.

Donde el fervor del alma se delata
soberbia para un grito que es compendio
de un delirio, un temblor que se desata
y abraza el corazón como un incendio.

Como um incêndio

Esta união dos dois é um poema
divino de uma febre no compacto
para arrancar suspiros ao dilema
e se misturar à noite com o impacto.

Quando sem freios trotam os corcéis
da paixão voraz paixão que precipita
para confundir as vozes e peles
na outra idealidade que nos agita.

Que nos marcar por dentro da vida
Numa reação e na sedenta
emoção que destrói a medida
e põe os corpos a tormenta.

Esta união dos dois é a convergência
para uma realidade sem limitantes
é a magia pontual da impaciência
que anima a razão e os instantes. .

Onde o fervor da alma se delata
Orgulho para um grito que é um compêndio
de um delírio, um tremor que se desata
e abraça o coração como um incêndio.

Thursday, January 28, 2010

Damaris Calderón


Fiebre de caballos

Damaris Calderón

Cuando te quedas,
Lidia,
más desnuda que estas paredes
yo siento miedo
de ser una mujer.
Tengo feroces dientes carniceros.
Comiérame tus ojos,
tus rodillas.
Cuando veo un sauce que se agita
no me acuerdo de Safo,
pienso en mí.

Febre de cavalos

Quando tu ficas,
Lídia,
mais nua do que estas paredes
Eu tenho medo
de ser uma mulher.
Tenho ferozes dentes carniceiros.
Comeria teus olhos,
teus joelhos.
Quando vejo um molho escorrendo
Não me lembro de Safo
penso em mim.

Daniel García Helder



Carta debajo del sapo

Daniel García Helder

El sapo común, que con la lengua caza los bichos al vuelo
y salta, chueco, trillando los yuyos tórridos y espoleando
las sombras, pardo, noctámbulo, bufón de la zanja,
debe sin duda su aspecto al sapo singular
del mundo de los arquetipos, que brinca sin hambre ni sed
por la vegetación inmóvil de un jardín modelo
conservado en un clima ideal.

Muy bien, pero el sapo pisapapeles, que no tiene lengua,
no tiene hábitos, voz ni verrugas y además de anuro es capón,
¿a cuál debe el suyo?, ¿o al debérselo a uno lo debe
también al otro?, ¿o no debe su aspecto a uno ni a otro
y se lo debe a un arquetipo diferente?

Como sea, debajo de sus patas de jaspe hay una carta
que acabo de escribir y es movida por la brisa del ventilador;
siendo que no hablo de nada o hablo de cualquier cosa
nadie o cualquiera puede ser su destinatario,
aunque lo más probable es que no vaya al buzón
sino al cesto, donde hay más de la misma especie.

Carta debaixo do sapo

O sapo comum, que com a língua caça os bichos no voo
e salta, ervas daninhas, coaxando uivos tórridos e pulando
sombras, marron, palhaço da trincheira,
deve, sem dúvida, seu aspecto ao sapo singular
do mundo dos arquétipos, que salta sem fome ou sede
pela vegetação imóvel de um jardim modelo
conservado no clima ideal.

Muito bem, porém, o sapo do peso de papel, que não tem língua,
não tem hábitos, voz nem verrugas e também é capão
Qual é a sua? "Ou o dever ser de um serve
também para o outro, ou não deve o seu aspecto um ao outro
e sim deve a um arquétipo diferente?

Enfim, debaixo de suas patas de jaspe há uma carta
que acabo de escrever e é movida pela brisa do ventilador;
sendo que não falo de nada ou falo de qualquer coisa
ninguém ou qualquer um pode ser seu destinatário,
ainda que o mais provável é que não chegue à caixa de correio
e sim ao cesto, onde há mais da mesma espécie.

Carmelina Soto


CANCIÓN

Carmelina Soto

Iba mi corazón
-caracol sin lamento-
impulsando, sangriento,
su pequeña canción…
Y luego la ilusión…
engaño…
ensueño…
La muerte grande…
lo demás, pequeño.
Ah qué inútil empeño
Corazón! Corazón!

Canção

Era o meu coração
-caracol sem lamento-
impulsando, sangrento,
sua pequena canção ...
E logo a ilusão ...
engano...
sonho ...
A morte de grande ...
o resto, pequeno.
Oh que esforço inútil
Coração! Coração!

Wednesday, January 27, 2010

Nuria Montoya



ME LLAMAS

Nuria Montoya

De noche me llamas,

entonces escucho ese trino que me apasiona

hasta siento que me olvido "yo",
ahora puedo no tener pasado
y solo deseo escuchar màs,
ni preguntar, ni contestar, solo sentir.

Luego, mi piel se eriza
cierro mis ojos y te quiero tener,
ahora ni siquiera oigo, solo imagino...

pongo mùsica a tu voz, la visualizo,
veo tus labios moverse màs lentamente
al ritmo de tus frases vanas
ya tus cabellos al viento bailan sobre tu frente,
sinuosos, perfectos.


Tus movimientos imitan la danza
sensuales y estudiados,
eres lo que ansio y no voy a tener.
De pronto un error!,
tocas el sonido que me despierta
abro los ojos y veo mi lugar
colores y texturas que puedo tocar
hay fotos y objetos con la firma de él,
a gritos lo escucho desde la pared,
él esta en mi aventura y en mi jugar,
en mi sonrisa y en mi llorar.

Estoy en pleito y como con él,
y digo que no lo dejo
pero me quiero ir,
lo tomo en la luz,
y en las sombras me suelto a volar
lo respeto y lo amo
pero voy sin él.

Me chamas

De noite me chamas,

então escuto este trinado que me apaixona

Agora sinto que me esqueço
que não tenho passado
só quero ouvir mais,
nem perguntar ou responder, apenas sentir.

Então, minha pele se eriça
Cerro meus olhos e só quero te ter,
Agora nem sequer ouço, só imagino ...

Coloco a música para tua voz, visualizar
Vejo teus lábios se moverem mais lentamente
o ritmo das tuas frases vãs
já teus cabelos bailam no vento sobre o seu rosto,
sinuoso, perfeito.


Teus movimentos imitam a dança
sensuais e estudados,
és o que anseio e eu posso ter.
De repente, um erro!,
tocas o som que me desperta
Abro os olhos e vejo o meu lugar
cores e texturas que posso tocar
Há fotos e artigos com tua assinatura,
Eu ouço gritos da parede,
estais na minha aventura e no meu jogo,
em meu sorriso e em meu chorar.

Estou em litígio, e, contigo,
e digo que não te deixo
porém, quero ir,
te tomo na luz,
e nas sombras me soltas para voar
Eu te respeito e amo,
Porém, seguirei sem ti.

ANA MARÍA FUSTER LAVÍN


Botella 10

ANA MARÍA FUSTER LAVÍN

Mi niña llora
ya se apaga la luz de su horizonte
pero aún me busca en el desierto de las sombras…

La rama de un sueño,
oculta el destierro de la palabra.
y otro mensaje se acurruca bajo el árbol de la vida.

Sigue lloviendo.
el camino ha quedado crucificado de pisadas.

Los dioses se han fatigado de soledades
pero mi niña sigue llorando

No llores
te pintaré un arco iris
en otro libro.

Frasco 10

Minha menina chora
já se apaga a luz do seu horizonte
porém, ainda me busca no deserto das sombras ...

O ramo de um sonho
esconde o banimento da palavra.
e outra mensagem está enroscada debaixo da árvore da vida.

Ainda chove.
o caminho está coalhado, crucificado de pegadas.

Os deuses estão cansados da solidão,
porém, a minha menina ainda está chorando

Não chores
Te pintarei um arco-íris
em outro livro.

Rubén Dario, o grande



A MARGARITA DE BAYLE

Rubén Dario

Margarita, está linda la mar,
Y el viento
Lleva esencia sutil de azahar,
Yo siento
En el alma una alondra cantar
Tu acento.
Margarita, te voy a contar
Un cuento.
Éste era un rey que tenía
Un palacio de diamantes,
Una tienda hecha del día
Y un rebaño de elefantes.
Un kiosko de malaquita,
Un gran manto de tisú,
Y una gentil princesita,
Tan bonita,
Margarita,
Tan bonita como tú.
Una tarde la princesa
Vió una estrella aparecer,
La princesa era traviesa
Y la quiso ir a coger.
La quería para hacerla
Decorar un prendedor,
Con un verso y una perla,
Y una pluma y una flor.
Las princesas primorosas
Se parecen mucho a tí:
Cortan lirios, cortan rosas,
Cortan astros. Son así.
Pues se fué la niña bella,
Bajo el cielo y sobre el mar,
A cortar la blanca estrella
Que la hacía suspirar.
Y siguió camino arriba,
Por la luna y más allá,
Mas lo malo es que ella iba
Sin permiso de papá.
Cuando estuvo ya de vuelta
De los parques del Señor,
Se miraba toda envuelta
En un dulce resplandor.
Y el rey dijo: " Qué te has hecho?
Te he buscado y no te hallé,
Y que tienes en el pecho,
Que encendido se te ve?"
La princesa no mentía.
Y así, dijo la verdad:
"Fuí a cortar la estrella mía
a la azul inmensidad."
Y el rey clama: No te he dicho
Que el azul no hay que tocar?
Qué locura! Qué capricho!
El Señor se va a enojar",
Y dice ella: "No hubo intento,
Yo me fuí no sé por qué,
Por las olas y en el viento
Fuí a la estrella y la corté."
Y el papá dice enojado:
"Un castigo has de tener:
vuelve al cielo, y lo robado
vas ahora a devolver."
La princesa se entristece
Por su dulce flor de luz,
Cuando entonces aparece
Sonriendo el Buen Jesús.
Y así dice: "En mis campiñas
Esa rosa le ofrecí:
Son mis flores de las niñas
Que al soñar piensan en mí."
Viste el rey ropas brillantes,
Y luego hace desfilar
Cuatrocientos elefantes
A la orilla de la mar.
La princesita está bella,
Pues ya tiene el prendedor
En que lucen, con la estrella,
Verso, perla, pluma y flor.
Margarita, está linda la mar,
Y el viento
Lleva esencia sutil de azahar:
Tu aliento.
Ya que lejos de mí vas a estar,
Guarda, niña, un gentil pensamiento
Al que un día te quiso contar
Un cuento.

Para Margarida de Bayle

Margarida, está lindo o mar,
E o vento
Leva essência sutil de flores,
Eu sinto um pássaro cantar
Teu acento.
Margarida, vou te contar
Um conto.
Era um rei que tinha
Um palácio de diamantes,
Uma tenda feita do dia
E um rebanho de elefantes.
Um quiosque de malaquita,
Um grande manto de tecido,
E uma gentil princesinha,
Tão bonita,
Margarida,
Tão bonita como tu.
Um tarde a princesa
Viu uma estrela aparecer,
A princesa era travessa
E a queria colher
Para fazer um broche,
Com um verso e uma pérola,
E uma pluma e uma flor.
As princesas primorosas
Parecem muito contigo:
Cortam lírios, cortam rosas,
Cortam astros. São assim.
Pois, são belas meninas,
Sob o céu e sobre o mar,
A cortar a branca estrela
Que a fazia suspirar.
E foi o caminho acima,
Através da lua além,
Porém o mal é que ela foi
Sem permissão do papai.
Quando estava de volta
Dos parques do Senhor,
Parecia toda envolvida
Num doce resplendor.
E o rei falou: "que aconteceu?
Te procurei e não te encontrei,
E que tens no peito,
Que está tão aceso?"
A princesa não mentia.
Por isto, falou a verdade:
"fui cortar a estrela minha
na imensidão do azul."
E o rei grita: "eu não havia te falado
Que o azul não hás de tocar?
Que loucura! Que capricho!
O Senhor vai zangar",
Ela diz: "Não houve intento,
Eu fui não sei por que,
Através das ondas e no vento
Fui até a estrela e a cortei."
O pai falou zangado:
"Um castigo tu terás:
volta ao céu, e o roubado
agora devolverás."
A princesa se entristece
Pela sua doce flor de luz,
Quando então aparece
Sorrindo o bom Jesús.
E assim fala: "nos meus campos
Esta rosa eu lhe ofereci:
São minhas flores para às meninas
Que ao sonhar pensam em mim."
Veste o rei roupas brilhantes,
E depois manda desfilar
Quatrocentos elefantes
Pela beira do mar.
A princesinha está bela,
Pois já tem o seu broche
E enfeitado com estrela,
Verso, pérola, pluma e flor.
Margarida, está lindo o mar,
E o vento
Leva essência sutil de flores:
Teu hálito.
Já que longe de mim vais estar,
Guarda, criança, um gentil pensamento
Para quem um dia um conto
te quis contar.

Monday, January 25, 2010

DARIO CAVALIERI



Pausa

Dario Cavalieri

In attesa dell'evento
con il viso rilassato
traggo in salvo l'emozione
ed aspetto quì seduto.
Quella strana ed insensata voglia
sconosciuta a questa mente
di una pausa del pensiero
di uno stop dell'evidente.
Ma passato quel momento
ricomincia il turbinio
l'evidente vince sempre
mi rialzo e vado via.


Pausa

Na atenção do evento
com o rosto relaxado
trago salva a emoção
de sentar aqui e olhar.
Este desejo estranho e sem sentido
desconhecido da mente
de uma pausa de pensamento,
uma parada das evidências.
Mas, passado este momento
recomeça o turbilhão
o óbvio sempre ganha
E me levanto e vou embora.

Wednesday, January 20, 2010

OUTRA VEZ RAMÓN


TE DESHOJÉ COMO UNA ROSA

Juan Ramón Jiménez

Te dehojé, como una rosa,
para verte tu alma,
y no la vi.

Mas todo en torno
-horizontes de tierras y de mares-,
todo, hasta el infinito,
se colmó de una esencia
inmensa y viva.

Te desfolhei como uma rosa

Te desfolhei, como uma rosa,
para ver tua alma,
e não a vi.

Mas tudo em torno
-horizontes de terras e de mares-
tudo até o infinito,
se encheu de uma essência
imensa e viva.

JUAN RAMÓN JIMÉNEZ



YO NO SOY YO

Juan Ramón Jiménez

Soy este
que va a mi lado sin yo verlo;
que, a veces, voy a ver,
y que, a veces, olvido.
El que calla, sereno, cuando hablo,
el que perdona, dulce, cuando odio,
el que pasea por donde no estoy,
el que quedará en pié cuando yo muera.

Eu não sou eu

Sou este
que vai a meu lado sem que o veja;
que, às vezes, eu vou ver,
e, por vezes esqueço.
Ele que cala, sereno, quando falo,
o que perdoa, doce, quando o ódio,
o que passeia ao redor de onde não estou,
o que ficará em pé quando eu morrer.

Teodoro R. Frejtman


JAQUE

Teodoro R. Frejtman

Fue un tablero aquél, tu amor, y la jugada
fue la vida que perdí por un momento.
Me encerraste entre torres escarpadas
y acosado por corceles de desprecio
batallé como un rey enardecido
pero el jaque estaba dado...

...y caí muerto.


Xeque

Fui um tabuleiro aquele, teu amor, e a jogada
foi a vida que eu perdi por um momento.
Me encerrastes entre torres escarpadas
e acossado pelos cavalos do desprezo
Lutei como um rei entusiasmado
mas o xeque estava dado....

E cai morto.

CARLOS GUIDO Y SPANO



FLOR DE LA VIDA

Carlos Guido y Spano

Esta noble sentencia
Que tengo en blanco mármol ya esculpida,
me dijo un sabio de ática elocuencia
Que recuerda a Platón: "la inteligencia
Es la flor de la vida".

Flor da vida

Esta nobre sentença
Que trago em mármore branco esculpida,
Me disse um estudioso de ática eloquência
Que recorda Platão: "A inteligência
É a flor da vida ".

Monday, January 18, 2010

SAAVEDRA



VESTIDA COMO EL CAMPO

Carlos Castro Saavedra

De verde te amo más, con el vestido
que se parece al campo cuando llueve,
y el campo se emociona y multiplica
su verdura por nueve.

Ataviada de selva, de árbol joven,
por mi casa mensual cantas, caminas,
y despreocupas las habitaciones
con tu aroma de encinas.

Pienso que te sembré, que soy labriego,
que tu seno es el fruto de mi arado,
y que te salen hojas de la vida,
y ramas del costado.

Te quiero más así, toda de verde
olorosa a madera, esperanzada,
como recién salida de la tierra
con la cara mojada.

Déjame recostar sobre tu falda,
soñar que me he perdido en tu follaje,
y que un hijo me busca como loco
debajo de tu traje.

Vestida como o campo


De verde te amo mais, com o vestido
Que se parece ao campo quando chove,
E o campo se emociona e multiplica
Teu verdor por nove.

Enfeitada de selva, de árvores jovens,
por minha casa mensal cantas, caminhas,
e desatenta dos quartos
com o teu aroma de carvalho.

Penso que és a semeadura, sou um agricultor,
e teu coração é o fruto do meu arado,
e que te saem folhas de vida,
e ramos dos costados.

Te quero mais, toda de verde
perfumada madeira, esperançosamente,
tão fresca da terra
com o teu rosto molhado.

Deixe-me deitar no teu colo,
sonhar que me perdi em tua folhagem,
e que um filho me busca como um louco
debaixo dos teus trajes.

JUANA DE IBARBOUROU



SILENCIO


Juana due Ibarbouro

Mi casa tan lejos del mar.
Mi vida tan lenta y cansada.
!Quién me diera tenderme a soñar
Una noche de luna en la playa!
Morder musgos rojizos y ácidos
Y tener por fresquísima almohada
Un montón de esos curvos guijarros
Que ha pulido la sal de las aguas.
Dar el cuerpo a los vientos sin nombre
Bajo el arco del cielo profundo
Y ser toda una noche, silencio,
En el hueco ruidoso del mundo.

Silêncio

Minha casa tão longe do mar.
Minha vida tão lenta e cansada.
Quem me dera deixar-me a sonhar
Uma noite de lua na praia!
Morder musgos avermelhados e ácidos
E ter por fresquisima almofada
Um monte dessas telhas curvas
Que foram polidas na água salgada.
Dar o seu corpo aos ventos sem nome
Sob o arco do céu profundo
E ser toda uma noite, o silêncio,
No buraco barulhento do mundo.

Saturday, January 16, 2010

EU FIZ CHOVER...



Volto ao Rio
E o Rio, que não é mais o mesmo Rio,
Ainda é o Rio:
Maravilhoso, lindo, deslumbrante!
Comemoro a volta
Como um velho amante
Que descobre que o velho amor
È o mais novo que existe
E canto à Nossa Senhora de Copacabana
Que, meu coração não me engana,
É uma fonte de luz, de amor, de inspiração
E, ao som de um samba,
Passeio por suas ruas, curvas, vielas,
Segredos e doçuras
Para compreender com ternura
Que Rio de Janeiro
Teu nome verdadeiro é canção!

Sunday, January 03, 2010

Um poeta espanhol



AÑO NUEVO

Xavi

Cuando las copas agonicen
junto a los párpados
y el humo del ensueño
se disipe con las horas
verás que tras la fiesta
la tribu desaparece
y que ya no hay público
para tus risas
que estás solo
ante otro año enorme
que espera hambriento
el final de los brindis.

Ano novo

Quando os olhos agonizarem
junto com as pálpebras
e a fumaça do sonho
se dissipar com as horas
verás que depois vem a festa
a tribo desaparece
e que já não há mais público
para tuas risadas
e que estais só
antes de mais um ano enorme
que espera faminto
o fim do brinde.

Pasolini



Frammento alla morte

Pier Paolo Pasolini

Vengo da te e torno a te,
sentimento nato con la luce, col caldo,
battezzato quando il vagito era gioia,
riconosciuto in Pier Paolo
all’origine di una smaniosa epopea:
ho camminato alla luce della storia,
ma, sempre, il mio essere fu eroico,
sotto il tuo dominio, intimo pensiero.
Si coagulava nella tua scia di luce
nelle atroci sfiducie
della tua fiamma, ogni atto vero
del mondo, [...]

Fragmento da morte

Eu venho de ti e a ti retorno,
sentimento que nasce com a luz, com o calor,
batizado quando o vagido era de alegria,
reconhecido no Pier Paolo
a origem de um épico ansioso:
Eu caminhei à luz da história,
Mas, sempre, a minha essência foi heróica,
sob teu domínio, pensamentos íntimos.
se coagulavam no seu fluxo de luz
na atroz confiança
da tua chama, todo ato verdadeiro
do mundo, [...]

BIS DE UNGARETTI




DANAZIONE

Ungaretti

Chiuso fra cose mortali

(Anche il cielo stelato finirà)

Perchè bramo Dio?


Danação

Faço coisas de um mortal

(Ainda que o céu estrelado se acabe)

Por que clamo por Deus?

UNGARETTI



MATTINA

M'illumino
d'imenso

Manhã

Me ilumino
Do imenso.

Friday, January 01, 2010

CADA UM COM O SEU



Destino

É minha sina escrever versos
E os escrevo vários, dispersos.
Sou só Persivo. Não sou perverso
E tenho o sentimento do universo,
O que me afeta a razão perdida.
Em cada amor e solidão sentida
Percebo, só depois com a despedida,
Que muito melhor que os versos é a vida!

Ilustração: estelapereira.no.sapo.pt/Eugenio_de_Sa.htm

MODO DE SER



Antropofagia

Ser poeta é ser antropofágico.
E, como os passados e contemporâneos,
Para descomer, em rimas, rosas e gerânios.

Ilustração: library.thinkquest.org