Wednesday, May 30, 2018

E a poesia de Antonio Gala

Aún eres mío, porque no te tuve                          

Antonio Gala

Aún eres mío, porque no te tuve.
Cuánto tardan, sin ti,
las olas en pasar…

Cuando el amor comienza, hay un momento
en que Dios se sorprende
de haber urdido algo tan hermoso.
Entonces, se inaugura
-entre el fulgor y el júbilo-
el mundo nuevamente,
y pedir lo imposible
no es pedir demasiado.

Fue a la vera del mar, a medianoche.
Supe que estaba Dios,
y que la arena y tú
y el mar y yo y la luna
éramos Dios. Y lo adoré.
 
AINDA ÉS MINHA, PORQUE NÃO TE TIVE

Ainda és minha, porque não te tive.
Quanto tarda, sem você
as ondas a passar ...

Quando o amor começa, há um momento
em que Deus é surpreendido
de haver urdido algo tão formoso.
Então, se inaugura
-entre o brilho e a alegria-
o mundo novamente,
e pedir o impossível
não é pedir demasiado.

Foi na beira do mar, à meia-noite.
que soube que Deus estava lá
e que a areia e tu
e o mar e eu e a lua
Nós éramos Deus. E eu adorei.

Ilustração: Foursquare.

E, com vocês, a poesia de León de Greiff



Pues si el amor huyó, pues si el amor se fue



León de Greiff



Pues si el amor huyó, pues si el amor se fue…

dejemos al amor y vamos con la pena,

y abracemos la vida con ansiedad serena,

y lloremos un poco por lo que tanto fue…



Pues si el amor huyó, pues si el amor se fue…



Dejemos al amor y vamos con la pena..

Vayamos a Nirvana o al reino de Thulé,

entre brumas de opio y aromas de café,

y abracemos la vida con ansiedad serena!



Y lloremos un poco por lo que tanto fue…

por el amor sencillo, por la amada tan buena,

por la amada tan buena, de manos de azucena…



Corazón mentiroso! si siempre la amaré!

 

POIS, SE O AMOR FUGIU, POIS, SE O AMOR SE FOI



Pois, se o amor fugiu, pois, se o amor se foi ...

deixemos o amor e vamos com a dor

e abraçemos a vida com ansiedade serena,

e choramos um pouco pelo que tanto foi ...



Pois se o amor fugiu, pois, se o amor se foi ...



Deixemos o amor e vamos com a dor ..

Vamos para o Nirvana ou o reino de Thulé,

entre brumas de ópio e aromas de café,

e abraçemos a vida com ansiedade serena!



E nós choremos um pouco pelo que tanto foi ...

pelo amor simples, pela amada tão boa,

para o amado tão boa, de mãos de açucenas ...



Coração mentiroso! Se sempre a amarei!



Ilustração: O amor, foi encontrado!

Tuesday, May 29, 2018

E, novamente, Carlos Bousoño


ELEGÍA                           
Carlos Bousoño

Te he dicho que los hombres no contemplan
el puro río que pasa,
la dulce luz que invade las riberas
cuando fluye hacia el mar el agua casta.

Te he dicho ayer…Y yo veo ahora
fluyendo dulce hacia la mar lejana,
mientras los hombres ciegos, ciegamente
se embisten con furor de piedra helada.

Con desolada luz vas olvidado,
pero yo te contemplo, agua irisada,
silente amigo, y veo mi figura
triste, mirándose en tus aguas.

Amigo solitario:
esto te digo mientras pasas.
Repite luego mi voz triste
allá en las rocas desoladas.

Porque has de ver tierras estériles
y muertos sin remedio ni esperanza.

ELEGIA

Te havia dito que os homens não contemplam
o rio puro que passa
a doce luz que invade os barrancos
quando a água casta flui para o mar.

Te disse ontem ... E eu vejo agora
fluido doce para o mar distante,
enquanto os homens cegos, cegamente
se investem com uma fúria de pedra gelada.

Com a luz desolada és esquecida
porém,  eu te contemplo, água cambiante,
Silencioso amigo, e vejo minha figura
triste, olhando-se em tuas águas.

Amigo solitário:
isto eu te digo enquanto passas.
Repita, então, minha voz triste
além das rochas desoladas.

Porque hás de ver terras áridas
e mortas sem remédio ou esperança.

Ilustração: Mapio.net. 

E outra poesia de Jorge Boccanera


NOTICIAS DE UNA MUJER CUALQUIERA  

 Jorge Boccanera

Entramos a la pieza casi sin conocernos
sus ojos eran pactos de ternura y violencia
yo la miraba todo el tiempo
habrá pensado en mi cansancio
habrá pensado -está borracho-
habrá pensado en irse pronto
habrá pensado tantas cosas.

Me acerqué a sus dos manos
sin dejar de mirarla
desde mi soledad hasta su boca
habrá pensado en enojarse
habrá pensado “no es un hombre”
habrá pensado ¿en qué quedamos?
habrá pensado tantas cosas.

Cuando entró el sol cuando se fue
desde mi boca hasta su adiós
y aún en el viaje de regreso
habrá pensado tantas cosas
habrá pensado tantas cosas.

NOTÍCIAS DE UMA MULHER QUALQUER

Entramos no quarto quase sem nos conhecermos
seus olhos eram pactos de ternura e violência
eu a olhava todo o tempo
havia pensado sobre meu cansaço
havia pensado-está bêbado-
havia pensado em ir logo embora
havia pensado tantas coisas.

Me acerquei de suas mãos
sem deixar de olhá-la
desde minha solidão até sua boca
havia pensado em enojar-me
havia pensado “não és um homem”
havia pensado onde ficamos?
havia pensado tantas coisas.

Quando entrou o sol quando se foi
desde minha boca até o adeus
e ainda na viagem de regresso
havia pensado tantas coisas
havia pensado tantas coisas.

Ilustração: Aventar.




E, agora, uma poesia de Carlos Bousoño


CAMINO                        
Carlos Bousoño

Aquí estás, camino de siempre,
hacia adelante, rota
la aspiración rosada, luna
que empalidece toda cosa.
Aquí estás y debes andar,
caminar como el agua absorta
por el torcido cauce, altos
los muros rojos, y a deshora.
Como el agua inmóvil transcurres
hacia un lejos, playa remota,
ya confusas historia y pena,
lejana la pena, la historia…

CAMINHO

Aqui estás, caminho de sempre,
até adiante, rota
a aspiração rosada, lua
que empaledece toda coisa.
Aqui estás e deves andar,
caminhar comoa a água absorta
pelo caule torcido, altos
os muros vermelhos, e a deshora,
Como a água imóvel transcorres
até longe, praia remota,
já confusas história e pena,
longe a pena, a história...

Ilustração: Greenme.




Monday, May 28, 2018

Uma poesia de Paul Géraldy



Post-scriptum

Paul Géraldy (Paul Lefèvre)

Tu n'as écrit hier que deux petites pages!
C'est donc bien gai là-bas que tu m'oublies?
Tu dois te fatiguer, voir trop de monde. Sois donc sage!
Il faut te reposer. Ecris-moi! Pense à moi!
Et puis ne mets pas tant cette robe nouvelle.
Elle te va si bien! Je ne suis pas jaloux.
Mais , là-bas, tu n'as pas besoin d'être si belle.
L'air te la fanera. Garde-la donc pour nous.

Post-scriptum

Me escrevestes, ontem, duas pequenas páginas somente!
Estás tão contente que me esqueces assim?
Sem dúvidas te fatigas e vês muita gente.
Então, repousa.  Me escreva! Pense em mim!
E teu vestido não novo não o ponhas tanto.  
Ela fica muito bem! Ciumento não sou. Nunca fui.
Mas, tu não precisas ter tanto encanto.
O ar vai abanar. Então guarda para mim.


A poesia de Jorge Boccanera


ELLA                             
Jorge Boccanera

Viene despacio,
entra
tropieza con mi tos,
con mi costumbre de dejar la nuca
en cualquier parte.
Viene despacio,
ordena mis silencios,
desata las palabras necesarias
recibe la correspondencia de mis ojos.
Viene despacio,
a tender sus manteles de ternura.
Viene despacio,
apenas echa humo para no despertarme.
Se abre paso entre vasos arrojados al día,
retratos de mujeres,
noches de bronca y noches de ginebra.
Viene despacio,
entra,
se arrodilla al borde de mi alma
a juntar los fragmentos de mi risa.
Después se vuela azul como la tarde

ELA

Vem devagar,
entra
tropeça com a minha tosse
com o meu hábito de deixar a nuca
em qualquer lugar.
Vem devagar,
ordena os meus silêncios
desata as palavras necessárias
recebe a correspondência dos meus olhos.
Vem devagar,
para colocar suas toalhas de mesa.
Vem devagar,
apenas cheque a fumaça para não me acordar.
Se abre o caminho entre os copos jogados diariamente,
retratos de mulheres,
noites de raiva e noites de gim.
Vem devagar,
entra,
ajoelha-se na borda da minha alma
para recolher os fragmentos do meu riso.
Depois voa azul como a tarde

Ilustração: Imagens com Texto. 


Uma poesia de Antonin Artaud



Il n'est plus possible que le miracle n'éclate pas...

Antonin Artaud

Il n'est plus possible que le miracle n'éclate pas.
J'ai été trop supplicié.
Je me suis trop ennuyé au monde.
J'ai trop travaillé à être pur et fort.
J'ai trop pourchassé le mal.
J'ai trop cherché à avoir un corps propre

NÃO É POSSÍVEL QUE, NO FIM, O MILAGRE NÃO ACONTEÇA...

Não é possível que, no fim, o milagre não aconteça 
Já fui demasiado castigado
Me há atormentado demasiado no mundo
Já trabalhei demasiado para ser puro e forte
Fui perseguido demasiado pelo mal
E tenho buscado demasiado ter um corpo limpo.

Ilustração: Tv Nova Luz.

Wednesday, May 23, 2018

E, novamente, a poesia de Francisco Pinzón Bedoya


APROVECHO                                       
Francisco Pinzón Bedoya

No puedo menos que respirar esta mañana
en que el aire me recuerda a otro
que era presuntuoso y limpio
Aquel donde los nubarrones se disculpaban
y el sol se miraba en él para peinarse

Si no aprovecho vendrán horas miserables
de fuerzas irreprimibles – así lo avizoro-
que teñirán de humo el pulmón hambriento
de este valle que muere sin gemir

APROVEITO

Não posso menos que respirar esta manhã
em que o ar me lembra de outro
que foi presunçoso e limpo.
Aquele em que as nuvens de tempestade se desculparam
e o sol se olhava nele para pentear o cabelo.

Se não aproveito, virão horas miseráveis
de forças irreprimíveis - isto é o que eu noto-
que tingirão de fumaça o pulmão faminto
deste vale que morre sem gemer.


Ilustração: Manhã com Deus - WordPress.com

E, de volta, a poesia de Liliana Ponce



MANIFIESTO...

Liliana Ponce

Manifiesto, rehizo la región lejana del espacio donde te sorprende.
En el aspecto descubrió la transformación.
Juego –desplazamiento lunar, sol, serpiente de algún peligro.

Aureola opalina que inunda el placer, que crece inconfundible.
He aquí un día:
mientras no he sido todavía cortado.
MANIFESTO

Manifesto, refazendo a região distante do espaço onde te surpreende.
No aspecto, descobriu a transformação.
Jogo - deslocamento lunar, sol, serpente de algum perigo.

Auréola  opalina que inunda o prazer, que se torna inconfundível.
Há aqui um dia:
enquanto não haja sido, todavia, cortado.