Sunday, June 20, 2010

Alfonsina Storni



VOY A DORMIR

Alfonsina Storni

Dientes de flores, cofia de rocio,
manos de hierbas, tú, nodriza fina,
tenme prestas las sábanas terrosas
y el edredón de musgos encardados.
Voy a dormir, nodríza mía, acuéstame.
Ponme una lámpara a la cabecera;
una constelacíón; la que te guste;
todas son buenas; bájala un poquito.
Dejame sola: oyes romper los brotes…
te acuna un pie celeste desde arriba
y un pájaro te traza unos compases
para que olvides… Gracias.
Ah, un encargo:
si él llama nuevamente por teléfono
le dices que no insista, que he salido…

Vou dormir

Dentes de flores, tampa de spray,
mãos de ervas, tu, gentil enfermeira
me emprestes as folhas de terra
e um edredon de musgos encardido.
Vou dormir, minha doce mãe,vou para a cama.
Dê-me uma luz na cabeçeira;
uma constelação, o que tu gostas;
todas são boas, só baixa um pouco.
Deixe-me só: ouves os gomos quebrando ...
me embala um pé celeste lá de cima
e um pássaro irá traçar alguns compassos
para que esqueças ... Obrigado.
Ah, um pedido:
se ele chamar novamente por telefone
diga-lhe que não insista, que eu sai ...

Saturday, June 19, 2010

Wolfovitz



Si un Pájaro...

Karl Wolfovitz

Si un pájaro levanta el vuelo
no puedo inventar el poema,
si las flores se abren al sol
no puedo cantar mi pena,
si el agua del arroyo baja fría
no podré mojarme me apenas,
si las nubes ocultan el sol
no te veré tan joven y llena,
si llueve a cántaros
nos esconderemos en una cueva
y allí haremos el amor
------------- alocados
hasta que escampe la niebla
por encima de la cresta.

Se um pássaro ...

Se um pássaro levanta vôo
não posso inventar o poema,
se as flores se abrem ao sol
não posso cantar minha pena,
se a água corrente desce fria
não posso molhar-me apenas,
se as nuvens escondem o sol
não te verei tão jovem e plena,
se chove a cântaros
nos esconderemos numa caverna
e ali faremos amor
------------- como loucos
até que ele páre de chover e a névoa
por cima do cume se esfume.

Tuesday, June 15, 2010

Ruben Dário



La canción de la noche en el mar

Ruben Dário

¿Qué barco viene allá?
¿Es un farol o una estrella?
¿Qué barco viene allá?
Es una linterna tan bella
¡y no se sabe adónde va!
¡Es Venus, es Venus la bella!
¿Es un alma o es una estrella?
¿Qué barco viene allá?
Es una linterna tan bella…
¡y no se sabe adónde va!
¡Es Venus, es Venus, es Ella!
Es un fanal y es una estrella
que nos indica el más allá,
y que el Amor sublime sella,
y es tan misteriosa y tan bella,
que ni en la noche deja la huella
¡y no se sabe adónde va!

A canção da noite no mar

Que barco vem lá?
É um farol ou uma estrela?
Que barco vem lá?
É uma lanterna tão bela
E não se sabe onde vai!
É Venus, é Venus a bela!
É uma alma ou uma estrela?
Que barco vem lá?
É uma lanterna tão bela ...
E ninguém sabe vai!
É Venus, é Venus, é ela!
É um farol e é uma estrela
que indica mais além
e que o amor sublime sela,
e é tão misteriosa e tão bela
que nem na noite deixa rastro
E ninguém sabe onde vai!

Sunday, June 13, 2010

Dámaso Alonso



GOTA PEQUEÑA, MI DOLOR

Dámaso Alonso

Gota pequeña, mi dolor.
La tiré al mar.
Al hondo mar.
Luego me dije:
¡A tu sabor ya puedes navegar!
Más me perdió la poca fe...
La poca fe de mi cantar.
Entre onda y cielo naufragué.
Y era un dolor inmenso el mar.


Gota pequena, minha dor

Gota pequena, minha dor.
Eu a joguei no mar.
No fundo do mar.
Logo me disse:
Para o teu gosto já podes navegar!
Mas me perdeu a pouca fé ...
A pouca fé me fez cantar.
Entre o céu e a onda naufraguei.
E era uma dor imensa o mar.

UMA POESIA DE BREL



Jacques Brel

Quand on n'a que l'amour
A s'offrir en partage
Au jour du grand voyage
Qu'est notre grand amour
Quand on n'a que l'amour
Mon amour toi et moi
Pour qu'éclatent de joie
Chaque heure et chaque jour
Quand on n'a que l'amour
Pour vivre nos promesses
Sans nulle autre richesse
Que d'y croire toujours
Quand on n'a que l'amour
Pour meubler de merveilles
Et couvrir de soleil
La laideur des faubourgs
Quand on n'a que l'amour
Pour unique raison
Pour unique chanson
Et unique secours
Quand on n'a que l'amour
Pour habiller matin
Pauvres et malandrins
De manteaux de velours
Quand on n'a que l'amour
A offrir en prière
Pour les maux de la terre
En simple troubadour
Quand on n'a que l'amour
A offrir à ceux-là
Dont l'unique combat
Est de chercher le jour
Quand on n'a que l'amour
Pour tracer un chemin
Et forcer le destin
A chaque carrefour
Quand on n'a que l'amour
Pour parler aux canons
Et rien qu'une chanson
Pour convaincre un tambour
Alors sans avoir rien
Que la force d'aimer
Nous aurons dans nos mains
Amis le monde entier.



Quando só temos o amor
Ao sofrer na partida
No dia da grande viagem
Que é o nosso grande amor
Quando só temos o amor
Meu amor, tu e eu
Na explosão de alegria
De cada hora de cada dia
Quando só temos o amor
Para viver nossas promessas
São nulas outras riquezas
Como muitos ainda acreditam
Quando só temos o amor
Para cobrir com as maravilhas
E cobrir com o sol
A feiúra dos subúrbios
Quando só temos o amor
È o único motivo
È a única canção
E o único recurso
Quando só temos o amor
Para vestir pela manhã
Pobres e vagabundos
casacos de veludo
Quando só temos o amor
Para oferecer em oração
Para os males da Terra
Tão simples
Quando só temos o amor
Para oferecer a estes
Cuja a única luta
É olhar para o dia
Quando só temos o amor
Para traçar um caminho
E forçar o destino
Em cada cruzamento
Quando só temos o amor
Para falar com canhões
E só uma canção
Para convencer um tambor
Assim, sem nada
Que o poder do amor
Temos em nossas mãos
Amigos em todo o mundo.

Saturday, June 12, 2010

RIMBAUD



Sensation

Rimbaud

Par
les soirs bleus d’été, j’irai dans les sentiers,

Picoté
par les blés, fouler l’herbe menue :

Rêveur,
j’en sentirai la fraîcheur à mes pieds.

Je
laisserai le vent baigner ma tête nue.

Je
ne parlerai pas, je ne penserai pas :

Mais
l’amour infini me montera dans l’âme,

Et
j’irai loin, bien loin, comme un bohémien,

Par
la Nature, - heureux comme avec une femme.

Sensação

Nas tardes azuis de Verão, seguirei pelos
caminhos,

Guarnecidos pelos trigais,
pisando na erva miúda:

Sonhador, sentirei o
frescor nos meus pés.

Deixarei que o vento banhe
minha cabeça nua.

E não falarei mais, não
pensarei mais:

Mas, um amor infinito há de me
invadir a alma.

E irei longe, bem longe,
como um boêmio,

Pela natureza, - feliz
como se tivesse uma mulher.

Thursday, June 10, 2010

A REAL REVOLUÇÃO



Uma revolução não deve destruir muros
Ou derrubar paredes.
Deve vir em feitio de oração
Ou lenta e longa
Como os musgos que se criam nas pedras
E não revelar sua beleza
Senão quando a flor,
Com toda sua beleza,
Brotar ante o assombro
Dos que sempre contam
Com a inexistência da poesia.

Wednesday, June 09, 2010

José Martí



Cuando me puse a pensar

José Martí

Cuando me puse a pensar
La razón me dio a elegir
Entre ser quien soy, o ir
El ser ajeno a emprestar,

Mas me dije: si el copiar
Fuera ley, no nacería
Hombre alguno, pues haría
Lo que antes de él se ha hecho:
Y dije, llamando al pecho,
¡Sé quien eres, alma mía!?

Quando me pus pensar

Quando me pus a pensar
A razão pela qual me elegeu
Sendo quem sou, ou ir
Um outro estranho buscar,

Então me disse: se a cópia
Fora lei, não nasceria
Homem algum, pois, teria
que existir antes de ser feito:
E disse, chamando-me ao peito,
Seja quem és, alma minha?

Efrén Rebolledo


Los besos

Efrén Rebolledo

Dame tus manos puras; una gema
pondrá en cada falange transparente
mi labio tembloroso, y en tu frente
cincelará una fúlgida diadema.

Tus ojos soñadores, donde trema
la ilusión, besaré amorosamente,
y con tu boca rimará mi ardiente
boca un anacreóntico poema.

Y en tu cuello escondido entre las gasas
encenderé un collar, que con sus brasas
queme tus hombros tibios y morenos,

y cuando al desvestirse lo desates
caiga como una lluvia de granates
calcinando los lirios de tus senos.

Beijos

Dê-me tuas mãos puras, uma gema
Porei em cada falange transparente
Meus lábios trêmulos, e na tua fronte
Esculpirei um fulgurante diadema.

Teus olhos sonhadores, onde trema
A ilusão, beijarei amorosamente
E com tua boca rimará a minha ardente
Boca num anacreôntico poema.

E no teu pescoço escondido entre as gazes
Farei com beijos, e um colar brilhante, as pazes
Queimando teus ombros suaves e morenos,

E ao se despir das roupas, solta, sem nada,
As perolas em ti explodirão como uma granada
Como meus beijos nos lírios de teus seios pequenos.

Tuesday, June 08, 2010

BENEDETTI



Cálculo de probabilidades

Mario Benedetti

Cada vez que un dueño de la tierra
proclama
para quitarme este patrimonio
tendrán que pasar
sobre mi cadáver
debería tener en cuenta
que a veces
pasan.

Cálculo de probabilidades

Cada vez que um latifundiário
proclama
que para remover-me deste patrimônio
terão que passar
sobre o meu cadáver
devem ter em conta
que às vezes
passam.

Monday, June 07, 2010

Angel Gonzalez



¿CÓMO SERÉ

Angel Gonzalez

¿Cómo seré o
cuando no sea yo?
Cuando el tiempo
haya modificado mi estructura,
y mi cuerpo sea otro,
otra mi sangre,
otros mis ojos y otros mis cabellos.
Pensaré en ti, tal vez.
Seguramente,
mis sucesivos cuerpos
-prolongándome, vivo, hacia la muerte-
se pasarán de mano en mano
de corazón a corazón,
de carne a carne,
el elemento misterioso
que determina mi tristeza
cuando te vas,
que me impulsa a buscarte ciegamente,
que me lleva a tu lado
sin remedio:
lo que la gente llama amor, en suma.
Y los ojos
-qué importa que no sean estos ojos-
te seguirán a donde vayas, fieles.

Como serei?

Como serei
ou quando não serei eu?
Quando o tempo
mudar a minha estrutura,
e meu corpo seja outro
outro o meu sangue,
outros os meus olhos e outros meus cabelos.
Pensarei em ti, talvez.
seguramente
meus corpos sucessivos
-prolongando-me,vivo, até a morte-
se passaram de mão em mão
coração a coração,
de carne a carne,
o elemento misterioso
que determina a minha tristeza
quando te vais,
que me impulsiona a buscar-te cegamente
que me leva a teu lado
sem remédio:
o que a gente chama de amor, em suma.

E os olhos
-que me importa que sejam estes olhos-
te seguiram aonde vais, fiéis.

De novo Julio Martínez Mesanza



Nunca he visto gozosa la victoria

Julio Martínez Mesanza

Nunca he visto gozosa la discordia,
no conozco el olor que tiene el campo
después de la batalla. Nunca he visto
caballos sin jinete entre las picas
vagar y entre los muertos. No conozco
la voluntad de ser invulnerbale
ni el estupor que nace con la herida.

Nunca tive a alegria da vitória

Nunca vi a discórdia alegre
Não conheço o cheiro que tem o campo
depois da batalha. Nunca vi
cavalos sem cavaleiros entre as espadas
vagar e entre os mortos. Não conheço
a vontade invulnerável
nem o espanto que nasce com a ferida.

Julio Martínez Mesanza



No deja de llover

Julio Martínez Mesanza

No deja de llover sobre las ruinas
que rodean mi casa, vieja y pobre,
aislada en medio de este descampado.
No llueve igual más lejos, en los huertos
que nunca pisaré, ni en las ciudades
que conservan indemnes sus iglesias;
pero sí en las trincheras, en los fosos,
en los taludes donde fui soldado.
Y llueve igual que aquella amarga noche,
mientras pasaba la segunda hora
del frío turno que precede al alba,
la hora en que los vigías se abandonan
a las ensoñaciones y en que el miedo
y con él la atención desaparecen.

Não pára de chover

Não pára de chover sobre as ruínas
que rodeiam minha casa, velha e pobre,
isolada em meio ao descampado.
Não chove tanto assim, nos jardins
nunca pisarei, ou nas cidades
que conservam enxutas suas igrejas;
Porém, nas trincheiras, nos fossos,
nas encostas onde eu fui soldado.
E chove, como naquela noite amarga,
enquanto passava a segunda hora
do turno frio antes do amanhecer,
nas horas em as vigias se abandonam
para os sonhos e em que o medo
e com ele a atenção desaparecem.

Sunday, June 06, 2010

Traduzi esta canção de Serge Gaisnbourg



Por ser um retrato de uma época de gestos heróicos. Hoje a realidade é feita de mortes diárias, burocracias insensíveis, aparelhamento de estado, patrulhas não ideológicas e sem a menor canção ou poesia. Salve os guerrilheiros santos que não empunharam armas nem amaram o poder a qualquer custo.

Chatterton

Serge Gaisnbourg

Chatterton suicidé
Hannibal suicidé
Démosthène suicidé
Nietzsche fou à lier
Quant à moi
Quant à moi
Ça ne va plus très bien

Chatterton suicidé
Cléopatre suicidé
Isocrate suicidé
Goya fou à lier
Quant à moi
Quant à moi
Ça ne va plus très bien

Chatterton suicidé
Marc-Antoine suicidé
Van Gogh suicidé
Schumann fou à lier
Quant à moi
Quant à moi
Ça ne va plus très bien

Chetterton

Chatterton se suicidou
Hannibal se suicidou
Demostenes se suicidou
Nietzsche, enlouqueceu
Quanto a mim
Quanto a mim
E eu não vou nada bem

Chatterton se suicidou
Cléopatra, se suicidou
Isócrates se suicidou
Goya enlouqueceu
Quanto a mim,
Quanto a mim,
E eu não vou nada bem

Chatterton se suicidou
Marco Antonio se suicidou
Van Gogh se suicidou
Schumann enlouqueceu
E eu não vou nada, nada bem

Saturday, June 05, 2010

EU NÃO SOU CANDIDATO A COISA ALGUMA



Eu não sou candidato a nada- esta é a verdade.
Não tenho nem a plataforma para teu amor.
De fato agora cheguei numa idade
Em que de viver de enganar tenho pavor.
Minha única candidatura é à felicidade
Que sei ser um estado impossível,
Mas, podem espalhar pela cidade
Que ando atrás de tudo que é risível,
Pois, o único desejo que ainda tenho
È de rir muito, gargalhar feito um palhaço,
Deixando apenas amor e riso onde passo
E comer, beber e amar na medida do possível
Gozando em cada canto e cada espaço!

Teresa Royo



De ti recuerdo

Teresa Royo

de ti
recuerdo la hoguera,
el olor a humo,
que todavia se impregna
com esencia de laurel.

de ti,
recuerdo la huerta
el herizo que se hizo sombra
com tu presencia.

de ti
conservo
parte de mi historia,
el sonrojar em mis mejillas
y um ramito de violetas.

De ti recordo

de ti
recordo a fogueira,
o cheiro da fumaça,
que todavia se impregnou
com essência de louro.

de ti,
recordo o jardim
o ouriço que se fez sombra
com tua presença.

de ti
conservo
parte da minha história,
do meu rosto corado
e de um ramo de violetas.

Cinnerea


El tiempo

Cinnerea

Toma tiempo el conocer
toma tiempo el amar
toma tiempo el reconocer
toma tiempo el recordar
toma tiempo el olvidar.

Y el tiempo nos toma
lentamente, nos estruja
el alma, hasta lograr a forma
que ni una bruja.

Podría suportar a tentación
de tan osada acción
transformaciones locas
que gozan las bocas.

Al sentir el beso
anhelado del ser amado
anhelos amassados
con ternura por largos tiempos

Han de hacerse realidad
en algún momento
solo tomara tiempo...

O tempo

Toma tempo o conhecer
toma tempo o amar
toma tempo o reconhecer
toma tempo o recordar
toma tempo o esquecer.

E o tempo que nos toma
lentamente, nós espreme
a alma, para alcançar uma forma
que nem uma bruxa.

Poderia suportar a tentação
de tão ousada ação
transformações loucas
que gozam as bocas.

Ao sentir o beijo
desejado do ser amado
desejos acumulados
com ternura por um largos tempos

Hão de se fazer realidade
em algum momento
só tomara tempo ...

Thursday, June 03, 2010

FLÓREZ OUTRA VEZ



RESURRECCIONES

Julio Flórez

Algo se muere en mí todos los días;
la hora que se aleja me arrebata,
del tiempo en la insonora catarata,
salud, amor, ensueños y alegrías.

Al evocar las ilusiones mías,
pienso: "¡yo, no soy yo!" ¿por qué, insensata,
la misma vida con su soplo mata
mi antiguo ser, tras lentas agonías?

Soy un extraño ante mis propios ojos,
un nuevo soñador, un peregrino
que ayer pisaba flores y hoy... abrojos.

Y en todo instante, es tal mi desconcierto,
que, ante mi muerte próxima, imagino
que muchas veces en la vida...he muerto.

Ressureições

Algo já morre em mim todos os dias;
A hora que se afasta e me arrebata,
Do tempo na silenciosa catarata,
Saúde, amor, os sonhos e as alegrias.

Ao evocar as minhas ilusões,
Penso: “Eu não sou eu!” por que insensata,
A mesma vida com seu sopro mata
Meu ser antigo e traz lentas aflições?

Sou um estranho ante meus próprios olhos,
Um novo sonhador, um peregrino,
Que ontem pisava flores e hoje...abrolhos.

E em todo instante é tal meu desconcerto,
Que, ante minha morte próxima, imagino
Que, muitas vezes, vivo já estou morto!

PLÁ



Cómo

Josefina Plá

Ay, cómo abrirte este dolor de llaves,
en soledad de pulso amurallado.
Lo que ya se llevaron, cómo darte,
sueño, renunciación, ausencia, olvido.

Cómo franquear a tu claror las puertas
tras las cuales murió crucificado
cada latido virgen de tu nombre,
desposado no obstante de tu imagen.

Cómo agotar la senda de la ausencia,
el rumbo del viaje jamás hecho,
las jornadas cautivas del suspiro.

Ay, cómo en ascua recobrar ceniza,
y de la piedra absorta hacer el nardo
que se encienda a la orilla de tu sangre...

Como

Oh, como abrir-te esta dor de chaves,
em solidão de prisão amuralada.
O que é já o levaram, como dar-te,
sono, renúncia, ausência, esquecimento.

Como franquear a teu brilho as portas
por trás das quais morre crucificada
cada lembrança virgem de teu nome,
despojado, no entanto, de tua imagem.

Como esgotar o caminho de tua ausência,
o rumo da viagem jamais feita,
as jornadas cativas do suspiro.

Oh, como recuperar em brasa as cinzas
e da pedra e inanimada criar o nardo
que se incendeia nas bordas do teu sangue ...

Julio Flórez


HUMANA

Julio Flórez

Hermosa y sana, en el pasado estío,
murmuraba, en mi oído, sin espanto:
-Yo quisiera morirme, amado mío;
más que el mundo me gusta el camposanto.

Y de fiebre voraz bajo el imperio,
moribunda, ayer tarde, me decía:
-No me dejes llevar al cementerio...
¡Yo no quiero morirme todavía!

¡Oh señor... y qué frágiles nacimos!
¡Y que variables somos y seremos!
¡Si la tumba está lejos... la pedimos!
¡Pero si cerca está... no la queremos!

Humana

Formosa e sã, no verão passado,
Murmurava em meu ouvido sem espanto:
-Eu quisera morrer, ó meu amado;
Mais que o mundo gosto do campo santo.

E da febre voraz sob o império,
Moribunda, ontem, à tarde me dizia:
-Não me deixes levar ao cemitério...
Eu não quero morrer agora, todavia!

Oh!Senhor...Ó quão frágil nós nascemos!
E tão variáveis somos e seremos!
Se o túmulo está longe...o pedimos!
Porém, se perto está...não o queremos!

Tuesday, June 01, 2010

AMOR...FANTASIA



Só a ilusão que não se desfaz
Permanece como o sonho que é
E faz de ti a perfeita mulher
Das que,infelizmente,não mais se faz!

Sei que sempre estarei no teu pensamento,
Ainda que a beleza ceda lugar à dor
Hás de pensar em mim por um momento
E em toda a beleza que teria o nosso amor.

E como uma canção que leve nos encanta
Te perderás no jogo da magia
Na crença no pássaro que saiu da manta,
Como a vida e o amor, uma pura fantasia.