MANJAR DOS DEUSES
Eram, na sua trêmula inocência,
Bandeiras de delícia e de paixão
Tanto que mal ousei passar a mão,
Bem de leve, com tímida insistência.
Eram, na febre, pássaros quietos,
Avisos e pedidos de mil beijos,
Quietude e tempestade de desejos,
Armas da paixão, punhais eretos.
Doces! Deliciosamente indiscretos.
Mamões papaias de sublime gosto
Sabiam aos manjares mais secretos
Que algum deus guardara para si
E a mim, que neles afoguei o rosto,
Por, um momento, um deus me senti!
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