“Merely to walk..”
Cid Corman
Merely to walk
on a cold clear day
quick together
makes me want to cry
Here we are!-but
I realize that
each of us knows
in his own silence
how much each knows.
Simplesmente andar
Simplesmente andar
sobre um claro dia frio
ligeiros em conjunto
desperta o desejo de gritar
aqui estamos nós!-mas
Eu penso
que cada um de nós
em nosso próprio silêncio
sabe o quanto sabe.
Sunday, September 30, 2007
Tuesday, September 25, 2007
UMA POETISA DO EQUADOR
INSTANTES
Ivonne Zuñiga
me invade una horda incontenible
pausada
mis brazos se adhieren a tu piel
lenta serpiente
irreversible fuerza
me conduce lerdamente a tu interior
a ese espacio roto del pecho
donde el único habitante gime y se contrae.
INSTANTES
Me invade uma horda incontida
pausada
meus braços se aderem a tua pele
lenta serpente
irreversível força
me conduz lentamente ao teu interior
a este espaço roto do peito
onde o único habitante geme e se contrai.
me invade una horda incontenible
pausada
mis brazos se adhieren a tu piel
lenta serpiente
irreversible fuerza
me conduce lerdamente a tu interior
a ese espacio roto del pecho
donde el único habitante gime y se contrae.
INSTANTES
Me invade uma horda incontida
pausada
meus braços se aderem a tua pele
lenta serpente
irreversível força
me conduz lentamente ao teu interior
a este espaço roto do peito
onde o único habitante geme e se contrai.
Monday, September 24, 2007
NAVEGAR...NAVEGAR...
A agricultura do desejo
É preciso sentir novamente
a velha sensação de arrepio
a volta do desejo transparente,
forte e arrebatado.
É preciso sentir novamente
a velha sensação de arrepio
a volta do desejo transparente,
forte e arrebatado.
É preciso, para que não me persigam
as lembranças inúteis
ou a tristeza de saber que o tempo presente
tende a se perder sem a ternura de um beijo
sem a paixão, a emoção, o sabor que a bebida,
a comida e a vida exige, requer,
e deve ter,
um corpo de mulher.
as lembranças inúteis
ou a tristeza de saber que o tempo presente
tende a se perder sem a ternura de um beijo
sem a paixão, a emoção, o sabor que a bebida,
a comida e a vida exige, requer,
e deve ter,
um corpo de mulher.
È preciso que siga a intuição
me perdendo em bocas, bicos, seios,
em pernas, seivas e gostos
para sentir calor e desejo
embora sendo só a ilusão
de que o amor seja possível de se recuperar
longe da pessoa que se ama
em outras terras e camas.
No momento preciso que haja todo um sentir,
em pernas, seivas e gostos
para sentir calor e desejo
embora sendo só a ilusão
de que o amor seja possível de se recuperar
longe da pessoa que se ama
em outras terras e camas.
No momento preciso que haja todo um sentir,
toda uma continuidade da carne
como se houvesse um sacrifício
capaz de saciar o amor com o vício
e o viver com o entorpecimento
dos sentidos.
capaz de saciar o amor com o vício
e o viver com o entorpecimento
dos sentidos.
A incessante necessidade de ser
um homem sem identidade
e sem amarras
me faz, hoje,
um ignorante comedor de uvas
amassando parras
um homem sem identidade
e sem amarras
me faz, hoje,
um ignorante comedor de uvas
amassando parras
querendo apenas
sentir o gosto do vinho.
UM POETA DA GUATEMALA
Inmolación Espermática
Enrique Noriega
Traídos por una lluvia
De salivas lubricantes
Caen pechos a mi boca y piernas
Y mejillas y caderas u muslos
Y vulvas y suaves pezones y frases
Dichas para el hambre incontenible
De la carne.
El lujurioso Encomendero
Arrasa hembras en su feudal
Dominio de si mismo
Y hay después
De tan abrupta molicie
Este enseñoramiento del pecado
Que aclara e vivifica las ideas
Razones sólo para la yesca
de la sangre
Enrique Noriega
Traídos por una lluvia
De salivas lubricantes
Caen pechos a mi boca y piernas
Y mejillas y caderas u muslos
Y vulvas y suaves pezones y frases
Dichas para el hambre incontenible
De la carne.
El lujurioso Encomendero
Arrasa hembras en su feudal
Dominio de si mismo
Y hay después
De tan abrupta molicie
Este enseñoramiento del pecado
Que aclara e vivifica las ideas
Razones sólo para la yesca
de la sangre
Imolação Espermática
Trazidos por uma chuva
de salivas lúbricas
caem peitos na minha boca e pernas
de salivas lúbricas
caem peitos na minha boca e pernas
mordentes e cadeiras e músculos e
vulvas e mamilos lisos e frases ditas
para a fome incontrolável
da carne.
o luxurioso Encomendeiro
arrasa fêmeas em seu feudal
domínio de si mesmo.
e há, depois de tanta abrupta moleza,
vulvas e mamilos lisos e frases ditas
para a fome incontrolável
da carne.
o luxurioso Encomendeiro
arrasa fêmeas em seu feudal
domínio de si mesmo.
e há, depois de tanta abrupta moleza,
o ensenhoramento do pecado
que aclara e vivifica as idéias
Razões somente para o incendiar
do sangue.
que aclara e vivifica as idéias
Razões somente para o incendiar
do sangue.
Sunday, September 23, 2007
VIVER SÓ POR VIVER
SIGNIFICADO
A emoção pretendo,
com todas as forças,
Que um desesperado
pode ter...
A emoção...
De uma maneira forte,
definitiva,
Qual um corpo que cai,
Uma lâmina que,
de repente,
rasga o buraco,
por onde a vida
se esvai...
A emoção alcanço.
E , feito o amor,
Não significa senão um momento
Que logo, em seguida, se desfaz.
De vez que toda vida
é mero vento,
leve tremor,
nada mais.
A emoção pretendo,
com todas as forças,
Que um desesperado
pode ter...
A emoção...
De uma maneira forte,
definitiva,
Qual um corpo que cai,
Uma lâmina que,
de repente,
rasga o buraco,
por onde a vida
se esvai...
A emoção alcanço.
E , feito o amor,
Não significa senão um momento
Que logo, em seguida, se desfaz.
De vez que toda vida
é mero vento,
leve tremor,
nada mais.
(Do livro "Viagem aos Sonhos de Ninguém").
Wednesday, September 19, 2007
SAUDOSAMENTE BRANCO E VAZIO
POEMA BRANCO
Não há muitos planos a serem feitos mais.
Nem mesmo a espera de algo especial.
Nem mesmo razões para crer num amanhã
Que só pode me legar o esquecimento.
Você, que nada exigia, senão o amor
Me dava sonhos
Sem precisar do sono.
E, agora, até meus sonhos
São brancos, planos longos, espaços
Que jamais serão preenchidos....
É assim que lembro,
Com admiração, dos dias de amor
Da falta da necessidade de explicações,
Do quanto os dias eram doces e intensos
De prazer e gozo.
Nada do que fiz ontem, hoje, amanhã e depois
Pode ser mais igual.
Pode trazer de volta o perdão
Para o crime do tempo perdido.
Só me resta fazer um poema
Um triste poema, branco como os versos,
de um suicídio reconhecido.
A confissão plena
De que sempre foste mais sábia do que minha instrução
Jamais poderia entender.
E, agora, que entendo
Tão pouca importa
Se a vida passou e vivi sem viver.
E o vazio dos dias que virão me contempla
Enquanto o silêncio em volta
Parece amplificar tua voz
Que ressoa do passado
Voltando a me dizer:
“-Meu lindo, que importa isto se nós vamos morrer?”
Não há muitos planos a serem feitos mais.
Nem mesmo a espera de algo especial.
Nem mesmo razões para crer num amanhã
Que só pode me legar o esquecimento.
Você, que nada exigia, senão o amor
Me dava sonhos
Sem precisar do sono.
E, agora, até meus sonhos
São brancos, planos longos, espaços
Que jamais serão preenchidos....
É assim que lembro,
Com admiração, dos dias de amor
Da falta da necessidade de explicações,
Do quanto os dias eram doces e intensos
De prazer e gozo.
Nada do que fiz ontem, hoje, amanhã e depois
Pode ser mais igual.
Pode trazer de volta o perdão
Para o crime do tempo perdido.
Só me resta fazer um poema
Um triste poema, branco como os versos,
de um suicídio reconhecido.
A confissão plena
De que sempre foste mais sábia do que minha instrução
Jamais poderia entender.
E, agora, que entendo
Tão pouca importa
Se a vida passou e vivi sem viver.
E o vazio dos dias que virão me contempla
Enquanto o silêncio em volta
Parece amplificar tua voz
Que ressoa do passado
Voltando a me dizer:
“-Meu lindo, que importa isto se nós vamos morrer?”
HÁ OUTRAS VERSÕES
Esta é a minha
THE SICK ROSE
William Blake
O Rose thou art sick.
William Blake
O Rose thou art sick.
The Invisible worm,
That flies in the night
In the howling storm:
Has found out thy bed
Of Crimson joy:
And his dark secret love
Does thy life destroy.
A ROSA DOENTE
Ó Rosa ser tão doente.
Ó Rosa ser tão doente.
O verme invisível
Voou na noite insensível
Na tempestade uivante:
E te encontrou no leito
Cativante de menina:
E seu negro amor secreto
A vida te elimina.
Tuesday, September 18, 2007
UM POETA CUBANO
SONETO MORANDIANO
Severo Sarduy
Una lámpara. Un vaso. Una botella.
Sin más utilidad ni pertinencia
que estar ahí, que dar a la consciencia
un soporte casual. Mas no la huella
del hombre que la enciende o que los usa
para beber: todo ha sido blanqueado
o cubierto de cal y nada acusa
abandono, descuido ni cuidado.
Sólo la luz es familiar y escueta
el relieve eficaz: la sombra neta
se alarga en el mantel. El día quedo
sigue el paso del tiempo con su vaga
irrealidad. La tarde ya se apaga.
Los objetos se abrazan: tienen miedo.
SONETO MORANDIANO
Uma lâmpada. Um copo. Uma garrafa.
Sem mais utilidade nem pertinência
que estar ali, que dar à consciência
um suporte casual, mas não grafa
o traço humano que acende o que os usa
para beber: tudo foi branqueado
ou coberto de cal e nada acusa
abandono, descuido ou falta de cuidado.
Somente a luz é familiar e acesa
põe em relevo a toalha posta à mesa
que a sombra alarga. O dia caindo
Segue o passo do tempo na sua vaga
irrealidade. A tarde já se apaga.
Abraçam-se os objetos: sentem medo.
Severo Sarduy
Una lámpara. Un vaso. Una botella.
Sin más utilidad ni pertinencia
que estar ahí, que dar a la consciencia
un soporte casual. Mas no la huella
del hombre que la enciende o que los usa
para beber: todo ha sido blanqueado
o cubierto de cal y nada acusa
abandono, descuido ni cuidado.
Sólo la luz es familiar y escueta
el relieve eficaz: la sombra neta
se alarga en el mantel. El día quedo
sigue el paso del tiempo con su vaga
irrealidad. La tarde ya se apaga.
Los objetos se abrazan: tienen miedo.
SONETO MORANDIANO
Uma lâmpada. Um copo. Uma garrafa.
Sem mais utilidade nem pertinência
que estar ali, que dar à consciência
um suporte casual, mas não grafa
o traço humano que acende o que os usa
para beber: tudo foi branqueado
ou coberto de cal e nada acusa
abandono, descuido ou falta de cuidado.
Somente a luz é familiar e acesa
põe em relevo a toalha posta à mesa
que a sombra alarga. O dia caindo
Segue o passo do tempo na sua vaga
irrealidade. A tarde já se apaga.
Abraçam-se os objetos: sentem medo.
UMA POETISA DO URUGUAI
ESA MINÚSCULA MELODÍA DE LLUVIA
Carmen Borda
Esa minúscula melodía de lluvia
que te lleva y trae
es la música permanente
que vive en mí
me persigue
me asesina por las noches
hamaca tu rosto en la oscuridad
y me desangra
lentamente
a cuenta gotas.
ESTA MINÚSCULA MELODIA DA CHUVA
Esta minúscula melodía da chuva
Que te leva e traz
É a música permanente que vive em mim
me persegue
Me assassina pelas noites
Escurece teu rosto na obscuridade
E me sangra
lentamente
em conta-gotas.
Carmen Borda
Esa minúscula melodía de lluvia
que te lleva y trae
es la música permanente
que vive en mí
me persigue
me asesina por las noches
hamaca tu rosto en la oscuridad
y me desangra
lentamente
a cuenta gotas.
ESTA MINÚSCULA MELODIA DA CHUVA
Esta minúscula melodía da chuva
Que te leva e traz
É a música permanente que vive em mim
me persegue
Me assassina pelas noites
Escurece teu rosto na obscuridade
E me sangra
lentamente
em conta-gotas.
Monday, September 17, 2007
VÃS VAIDADES
A GRANDE LIÇÃO
No meio dos melhores livros do mundo
O grande sábio,
Incontestável senhor da Verdade,
Curvou-se,um dia, sobre sua mesa
E derramou incontrolável tristeza
Que, desfeita em lágrimas,
Destruiu suas mais perfeitas teorias.
E, completamente alucinado de amor,
Chorou até morrer
Legando, como único conhecimento útil,
Sua convicção de que não há
Ciência possível
Para o amor, a dor e a vida.
(De "Viagem aos Sonhos de Ninguém".
Ilustração de Harmen Steenwijk com o nome de "An Allegory of the Vanities Human Life" extraída do Blog http://blog.uncovering.org)
No meio dos melhores livros do mundo
O grande sábio,
Incontestável senhor da Verdade,
Curvou-se,um dia, sobre sua mesa
E derramou incontrolável tristeza
Que, desfeita em lágrimas,
Destruiu suas mais perfeitas teorias.
E, completamente alucinado de amor,
Chorou até morrer
Legando, como único conhecimento útil,
Sua convicção de que não há
Ciência possível
Para o amor, a dor e a vida.
(De "Viagem aos Sonhos de Ninguém".
Ilustração de Harmen Steenwijk com o nome de "An Allegory of the Vanities Human Life" extraída do Blog http://blog.uncovering.org)
Saturday, September 15, 2007
UM POETA ESPANHOL
Friday, September 14, 2007
UMA POETISA DA COLÔMBIA
SE BUSCA UN PARAGUAS
Yadi Maria Henao
Aún no logro viajar hasta los sueños de un gato.
Ni dormir en el centro de un huracán.
Esto es un tratado sobre ratas.
Por la izquierda ahuyento al roedor del insomnio.
Por la derecha oculto la huella de un recuerdo.
Si las ratas cierran un ojo, escribo.
Si lo abren, se llevan lo que callo.
Hay vírgenes rojas que habitan la ratonera del vacío.
Discursos metódicos que a nadie hacen feliz.
Amanece en la boca la sed que amanece en la mirada.
La palabra se moja como un paraguas
bajo un diluvio de abrazos perdidos.
La muy sola palabra se dice a solas
entre los solos de noviembre.
EM BUSCA UM GUARDA-CHUVA
Ainda não consegui viajar nos sonhos de um gato.
Nem dormir no centro de um furacão.
Este é um tratado sobre os ratos.
Pela esquerda afugento o roedor da insônia.
Pela direita oculto a sombra de uma lembrança.
Se os ratos fecham um olho, escrevo.
Se abrem, carregam o que calo.
Há virgens vermelhas que habitam a ratoeira do vazio.
Discurso metódicos que não fazem ninguém feliz.
Amanhece na boca a sede que nasce do olhar.
A palavra se molha como um guarda-chuva
sob um dilúvio de abraços perdidos.
A solitária palavra se diz a sós
entre os solos de novembro.
Yadi Maria Henao
Aún no logro viajar hasta los sueños de un gato.
Ni dormir en el centro de un huracán.
Esto es un tratado sobre ratas.
Por la izquierda ahuyento al roedor del insomnio.
Por la derecha oculto la huella de un recuerdo.
Si las ratas cierran un ojo, escribo.
Si lo abren, se llevan lo que callo.
Hay vírgenes rojas que habitan la ratonera del vacío.
Discursos metódicos que a nadie hacen feliz.
Amanece en la boca la sed que amanece en la mirada.
La palabra se moja como un paraguas
bajo un diluvio de abrazos perdidos.
La muy sola palabra se dice a solas
entre los solos de noviembre.
EM BUSCA UM GUARDA-CHUVA
Ainda não consegui viajar nos sonhos de um gato.
Nem dormir no centro de um furacão.
Este é um tratado sobre os ratos.
Pela esquerda afugento o roedor da insônia.
Pela direita oculto a sombra de uma lembrança.
Se os ratos fecham um olho, escrevo.
Se abrem, carregam o que calo.
Há virgens vermelhas que habitam a ratoeira do vazio.
Discurso metódicos que não fazem ninguém feliz.
Amanhece na boca a sede que nasce do olhar.
A palavra se molha como um guarda-chuva
sob um dilúvio de abraços perdidos.
A solitária palavra se diz a sós
entre os solos de novembro.
Wednesday, September 12, 2007
NO DIVÃ
É evidente que o real,
Hoje em dia,
Requer interpretações.
Sou do tempo do preto e branco.
Do tempo do amor para a vida toda.
Em que o amor era para valer.
Hoje me sinto no divã
E falo de um tempo em que o amor era doce,
Como se fosse uma joía irrecuperável,
Um tempo que passou da hora.
A psiquiatra de tão amável
Me parece inodora.
A saudade é o passado que chora!
Tuesday, September 11, 2007
UM POETA DO PANAMÁ
DESPEDIDAS
Carlos Enrique Ungo
Carlos Enrique Ungo
No desperdicies tu noche
el puño desafiante de mi odio.
Retrocede
y llévate contigo los poemas de amor
las miradas
las caricias
los secretos
compartidos a voces y en silencio.
Déjame completar el ritual del condenado
y compartir con aquellos
los ausentes
ese futuro que exige con premura
su cuota de presente.
Déjame ofrecer este último poema
con la cara al sol
y sonriente
para que luego
con el fusil al hombro y el odio en un bolsillo
me apreste a afinar la puntería.
DESPEDIDAS
Não desperdices tua noite
Com o punho desafiante de meu ódio.
Retrocede
e leva contigo os poemas de amor
os olhares
as carícias
os segredos
compartilhados com as vozes e o silêncio.
Deixa-me completar o ritual do condenado
e compartilhar com
os ausentes
este futuro que exige prematuramente
sua quota de presente.
Deixa-me oferecer este último poema
com a face para o sol
e sorridente
para que logo
com o fuzil no ombro e ódio no bolso
me apresse em acertar a pontaria.
el puño desafiante de mi odio.
Retrocede
y llévate contigo los poemas de amor
las miradas
las caricias
los secretos
compartidos a voces y en silencio.
Déjame completar el ritual del condenado
y compartir con aquellos
los ausentes
ese futuro que exige con premura
su cuota de presente.
Déjame ofrecer este último poema
con la cara al sol
y sonriente
para que luego
con el fusil al hombro y el odio en un bolsillo
me apreste a afinar la puntería.
DESPEDIDAS
Não desperdices tua noite
Com o punho desafiante de meu ódio.
Retrocede
e leva contigo os poemas de amor
os olhares
as carícias
os segredos
compartilhados com as vozes e o silêncio.
Deixa-me completar o ritual do condenado
e compartilhar com
os ausentes
este futuro que exige prematuramente
sua quota de presente.
Deixa-me oferecer este último poema
com a face para o sol
e sorridente
para que logo
com o fuzil no ombro e ódio no bolso
me apresse em acertar a pontaria.
Friday, September 07, 2007
AGORA NO ESTIO
MAIS UMA POETISA ARGENTINA
BIEN PUDIERA SER...
ALFONSINA STORNI
Pudiera ser que todo lo que en verso he sentido
No fuera más que aquello que nunca pudo ser,
No fuera más que algo vedado y reprimido
De familia en familia, de mujer en mujer.
Dicen que en los solares de mi gente, medido
Estaba todo aquello que se debía hacer...
Dicen que silenciosas las mujeres han sido
De mi casa materna... Ah, bien pudiera ser...
A veces en mi madre apuntaron antojos
De liberarse, pero se le subió a los ojos
Una honda amargura, y en la sombra lloró.
Y todo eso mordiente, vencido, mutilado,
Todo eso que se hallaba en sua alma encerrado,
Pienso que sin quererlo lo he libertado yo.
BEM PODE SER
Bem pode ser que tudo o que no meu verso senti
Não foi mais que aquilo que nunca pôde ser,
Não foi mais do que algo que vedei e reprimi
De família em família, de mulher em mulher.
Dizem que nos lares dos meus, medido
Estava tudo aquilo que se devia fazer...
Dizem que silenciosas as mulheres têm sido
Em minha casa materna... Ah, sim, bem pode ser...
Às vezes minha mãe sentiu os empecilhos
E anseio de liberar-se, porém subiu-lhe aos olhos
Uma funda amargura, e na sombra só chorou.
E tudo este peso mordaz, vencido, mutilado,
Tudo o que se encontrava na alma guardado,
Penso que sem querer fui eu quem libertou.
ALFONSINA STORNI
Pudiera ser que todo lo que en verso he sentido
No fuera más que aquello que nunca pudo ser,
No fuera más que algo vedado y reprimido
De familia en familia, de mujer en mujer.
Dicen que en los solares de mi gente, medido
Estaba todo aquello que se debía hacer...
Dicen que silenciosas las mujeres han sido
De mi casa materna... Ah, bien pudiera ser...
A veces en mi madre apuntaron antojos
De liberarse, pero se le subió a los ojos
Una honda amargura, y en la sombra lloró.
Y todo eso mordiente, vencido, mutilado,
Todo eso que se hallaba en sua alma encerrado,
Pienso que sin quererlo lo he libertado yo.
BEM PODE SER
Bem pode ser que tudo o que no meu verso senti
Não foi mais que aquilo que nunca pôde ser,
Não foi mais do que algo que vedei e reprimi
De família em família, de mulher em mulher.
Dizem que nos lares dos meus, medido
Estava tudo aquilo que se devia fazer...
Dizem que silenciosas as mulheres têm sido
Em minha casa materna... Ah, sim, bem pode ser...
Às vezes minha mãe sentiu os empecilhos
E anseio de liberar-se, porém subiu-lhe aos olhos
Uma funda amargura, e na sombra só chorou.
E tudo este peso mordaz, vencido, mutilado,
Tudo o que se encontrava na alma guardado,
Penso que sem querer fui eu quem libertou.
COISAS DO PASSADO
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