Exterior del gato
Carlos Barral
Ser el gato,
hacer un esfuerzo y ser el gatotransitorio del alba y en la cumbre
del mundo transitado, y presumible.
Ser por fuera del gato todo el gato posible
después del atigrado resplandor de la nocheúltima y la pasmada contracción felina.
Comenzar en el zinc al borde de las uñas,
en el cielo que escurre el canalón vacío
y en la flor espectral que crece entre las rejas.
y el aire algodonoso de las ramas al suelo
y la tierra afeitada del muro hasta el camino
y hasta el bidón sonoro que su peso estremece.
Ser gato por fuera y tan cabal. Parece
que el mundo quepa dentro de esta pausa
onduladaprecisa como un astro, que te llama
y a quien no negarás el pararte desnuda
donde nadie hubiera imaginado
aurora sobre el muro desconchado,
alba rosada sobre el gris de un gato,con las puntas nocturnas de los pechos
apuntando a esos hombres cavilosos
que llegan tan despacio, pisando en las afueras.
Ser o gato,
fazer um esforço para ser o gato
transitório da madrugada e na cimeira
do mundo agitado e presumivel.
Ser por fora do gato todo o gato possível
depois do tigrado resplendor da noite
ultima e atorodada contração felina.
Comecar na borda das unhas de zinco
no céu que escurece e no cano vazio
e na flor espectral que cresce entre as barras.
O gato que desperta passo a passo as velhos
e miseráveis costados da falida fábrica
e o ar felpudo dos ramos do solo
e a terra raspada do muro até o caminho
e até o tambor sonoro que ao seu peso estremece.
Ser gato por fora de forma cabal. Parece
que o mundo se encaixa dentro desta pausa ondulada
precisamente como uma estrela, que te chama
e que não negas a ficar desnuda
onde ninguém teria imaginado
aurora sobre o muro desabado
madrugada rosa contra o cinza de um gato,
com as pontas noturans dos seios
apontando para esses homens cavernosos
vindo tão devagar, pisando lá fora.
Ilustração: lili-gata.blogspot.com fazer um esforço para ser o gato
transitório da madrugada e na cimeira
do mundo agitado e presumivel.
Ser por fora do gato todo o gato possível
depois do tigrado resplendor da noite
ultima e atorodada contração felina.
Comecar na borda das unhas de zinco
no céu que escurece e no cano vazio
e na flor espectral que cresce entre as barras.
O gato que desperta passo a passo as velhos
e miseráveis costados da falida fábrica
e o ar felpudo dos ramos do solo
e a terra raspada do muro até o caminho
e até o tambor sonoro que ao seu peso estremece.
Ser gato por fora de forma cabal. Parece
que o mundo se encaixa dentro desta pausa ondulada
precisamente como uma estrela, que te chama
e que não negas a ficar desnuda
onde ninguém teria imaginado
aurora sobre o muro desabado
madrugada rosa contra o cinza de um gato,
com as pontas noturans dos seios
apontando para esses homens cavernosos
vindo tão devagar, pisando lá fora.
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