Monday, April 14, 2014

Duas poesias de Ángel Gonzalez


ÚLTIMA GRACIA
Ángel Gonzalez

Acaso
ese golpe final
—yo ya caído—
no fue otro acto de crueldad,
sino una prueba
de la piedad que decían no tenerme

Última graça
Por acaso
Este golpe final
-que me pegou caído-
Não foi outro ato de crueldade,
sim uma prova
da piedade que diziam não ter comigo.


QUÉDATE QUIETO

Ángel Gonzalez

Deja para mañana
lo que podrías haber hecho hoy
(y comenzaste ayer sin saber cómo).

Y que mañana sea mañana siempre;

que la pereza deje inacabado
lo destinado a ser perecedero;
que no intervenga el tiempo,
que no tenga materia en que ensañarse.

Evita que mañana te deshaga
todo lo que tú mismo
pudiste no haber hecho ayer.
 
Fica quieto

Deixa para amanhã
o que não poderias ter feito hoje
(e começastes ontem sem saber como).

E que amanhã seja amanhã sempre;

que a preguiça deixe inacabado
o destinado a ser perecível;
que não intervenha o tempo,
que não tenha material para ensinar.  

Evita que a manhã te desfaça  
tudo que tu mesmo
poderias não ter feito ontem.

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