A Flor do Diferente
Num mundo permanentemente igual, mecânico,
Num mundo permanentemente igual, mecânico,
Apenas os meus sentidos parecem indicar
Que o único esforço real deve ser o de amar,
Porém, a pele e os ossos de se mexer têm pânico.
Os dias parecem ser contra as nuances da vida
Como se até a troca do calendário fosse irreal
E toda mudança, de tanto ser, o fixo, normal,
Soasse sem encanto como uma melodia perdida.
Todos os dias parecem longamente iguais,
e lânguidos se arrastam sem remédio,
a se repetir num monótono, crônico, tédio,
música contra a qual não há resistência mais.
Não me importam as favas contadas do cotidiano.
Quando não há escolha o errado e o certo
Quando não há escolha o errado e o certo
Se confundem na certeza do imenso deserto,
Do qual, por ironia, brota a flor de modo insano.
Do qual, por ironia, brota a flor de modo insano.
E assim perdido na aspereza do uniforme
Me sinto um ser que, por mais desperto, dorme
E por mais esforço que faça para ser e amar
Só vive pela vida a navegar, navegar, navegar....
E por muito mais mar e água que haja ainda
Toda a viagem parece a mesma e mais infinda
Um caminho sem sentido para frente, para frente
Me sinto um ser que, por mais desperto, dorme
E por mais esforço que faça para ser e amar
Só vive pela vida a navegar, navegar, navegar....
E por muito mais mar e água que haja ainda
Toda a viagem parece a mesma e mais infinda
Um caminho sem sentido para frente, para frente
Em busca de um porto que nunca é diferente.
1 comment:
Aos Poetas, é dado o sonho maior que o tédio.
Dos portos, a nós cabe a escolha. Talvez o porto conhecido guarde segredos e belezas que a diária luta nos impeça de perceber.
beijos admirados.
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