Sunday, July 22, 2007

UM GRANDE MESTRE ARGENTINO

VOLTO A BORGES
Poesia não se explica. Momentos sim. Esta poesia de Borges, hoje, condiz com meu momento. Nem sei se já a publiquei, mas, mesmo se for um bis, não será demais. Voltar a Borges é sempre voltar a ler boa poesia ainda que com os defeitos que o tradutor (traidor) sempre introduz.



EL INSTANTE
¿Dónde estarán los siglos, dónde el sueño
de espadas que los tártaros soñaron,
dónde los fuertes muros que allanaron,
dónde el Arbol de Adán y el otro Leño?
El presente está solo. La memoria erige
el tiempo. Sucesión y engaño
es la rutina del reloj. El año
no es menos vano que la vana historia.
Entre el alba y la noche hay un abismo
de agonías, de luces, de cuidados;
el rostro que se mira en los gastados
espejos de la noche no es el mismo.
El hoy fugaz es tenue y es eterno;
otro Cielo no esperes, ni otro Infierno.

O INSTANTE

Onde estarão os séculos, onde o sono
De espadas que os tártaros sonharão,
Onde os fortes muros que levantaram,
Onde a arvore de Adão e outro lenho?
O presente está só. A memória
Erige o tempo. Sucessão e engano
É a rotina do relógio. O ano
Não é menos vão que a vã história.
Entre a aurora e a noite há um abismo
De agonias, de luzes, de cuidados;
O rosto que se mira nos gastos
Espelhos da noite não são os mesmos.
O hoje fugaz é tênue e é eterno;
Outro céu não esperes, nem outro inferno.

2 comments:

Lia Noronha &Silvio Spersivo said...

Silvio: sua tradução é primorosa...e seu bom gosto...indiscutível!!
Amei tudo!
Beijos de boa semana pra ti.

Lia Noronha said...

Silvio; o livro segue amanhã pelo Correio...e junto a ele...Bjus carinhosos.