DANZA CURVA
Ricardo Miguel Costa
Con un cuchillo la vastedad es inmediata.
Tomar un bocado o cometer un crimen, pueden ser
dos extremos posibles para el ánimo de quien lo empuña.
Para el que mata, el corte es una danza curva
contra el cuello.
Para el hambriento, el corte contra la carne
es la bendición de su miseria.
Pero el que hunde la palabra cuchillo en un poema
corta y troza sin bendiciones ni danzas.
El poema puede ser un tajo luminoso que separa la carne
de tu alma para flotar.
Sólo en la voracidad del hambre está la inmediatez.
La vastedad; en el temor de la víctima y en el vértigo
de quien escribe.
(De Danza curva, 1999).
A CURVA DA DANÇA
Com uma faca a vastidão é imediata.
Dar uma mordida ou cometer um crime, podem ser
dois extremos possíveis para o ânimo de quem empunha.
Para o que mata, o corte é uma dança curva
contra o pescoço.
Para o faminto, o corte contra a carne
é a bênção de sua miséria.
Porém, o que mergulha a palavra faca num poema
corta e troça sem bênçãos nem danças.
O poema pode ser um tacho luminoso que separa a carne
de tua alma para flutuar.
Só é a voracidade da fome este imediatismo.
A vastidão, no temor da vítima e na vertigem
de quem escreve.
Com uma faca a vastidão é imediata.
Dar uma mordida ou cometer um crime, podem ser
dois extremos possíveis para o ânimo de quem empunha.
Para o que mata, o corte é uma dança curva
contra o pescoço.
Para o faminto, o corte contra a carne
é a bênção de sua miséria.
Porém, o que mergulha a palavra faca num poema
corta e troça sem bênçãos nem danças.
O poema pode ser um tacho luminoso que separa a carne
de tua alma para flutuar.
Só é a voracidade da fome este imediatismo.
A vastidão, no temor da vítima e na vertigem
de quem escreve.
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