O
Amarelinho já ficou maduro
(como
os chopes que vão de claro a escuro)
de
tanto me ver.
Aqui
chopes já bebi,
mulheres
já beijei,
tantas
coisas fiz
que
já nem mesmo sei.
Mas,
não era este bar,
não
eram estas pessoas,
embora
o bar seja o mesmo
e
a mesma conversa à-toa.
Volto novamente ao bar
talvez
só pelo desejo de tentar
matar tanta saudade,
de
voltar, por um momento, ao clima de outrora
quando
era um ser destinado para a glória
com
todas as ilusões que a vida prometia.
Com
tanto tempo passado,
me sinto meio deslocado
sem um amigo do lado
com um corpo velho e pesado
de
gorduras e lembranças.
Só renovo as esperanças
ao
ver que é o mesmo bar amarelado,
mas, hoje, sem
tanta ilusão,
bebo
o chope frio da consolação,
e,
apesar de ter gostado,
me
parece tudo envolto
por
um véu de ironia
ainda
que o Amarelinho,
esteja quase do mesmo jeito
e conserve
a fantasia
de
um mundo quase perfeito
percebo que tudo mudou,
pois,
o garçom que me servia
não
mais me reconheceu...
e, mesmo sendo mais moço,
está mais velho que eu
que até mesmo parece
que foi ele quem a vida toda bebeu.
Ilustração:
blog.stalker.com.br
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