Monday, April 08, 2019

ATROPELADINHO


Meu bem,                                não vou confessar,
que, posso nem fazer,
porém, vivo a imaginar
que estou te lambendo
em lugares tão impuros,
tão secretos e belos,
que só os poetas me entenderão.
Nem posso confessar,
todavia, sinto uma certa agonia,
e tanto prazer,
que, malgrado é dizer,
na minha cabeça ecoa uma canção
e todo o meu corpo treme de prazer:
até o último cabelinho se arrepia!
É verdade, sinto o gosto e a tentação,
de me perder, sem fio, no labirinto,
que mais parece uma caverna,
das tuas pernas.
E beber, criança gulosa,
todo o leite que teus seios
possam ter...
Nada disto acontece.
Quando penso que os deuses
atenderam minha preces,
acordo do sonho
e tu estás distante,
tão distante,
quanto sempre esteve.
Até mais!


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