Friday, May 10, 2013

Verlaine em nova versão de Canção de Outono





Dizem os especialistas que os tradutores são tão traidores que, quando uma poesia é traduzida do mesmo jeito alguém somente copiou. Não acredito sempre nisto. Algumas vezes, há uma coincidência enorme na forma de tratar um tema com até as mesmas palavras, fruto de uma espécie de dever que a poesia nos impõe, mas, com certeza, isto é raro, e tenho que reconhecer que há razões sólidas no argumento tanto que esta mesma poesia já traduzi de forma completamente diferente. Não sei se esta versão é melhor, mas, é a que cosnegui fazer agora, num outro tempo, aliás, em que quase não sei mais nada de francês, embora, como a ignorância seja ousada, me arrisquei, pensando que este é um poema fácil de traduzir. Devo estar errado e certo. Errado como tradutor e certo no sentimento de poeta. 


CHANSON D'AUTOMNE

Paul Verlaine

Les sanglots longs
Des violons
De l'automne
Blessent mon coeur
D'une langueur
Monotone.


Tout suffocant
Et blême, quand
Sonne l'heure,
Je me souviens
Des jours anciens
Et je pleure.


Et je m'en vais
Au vent mauvais
Qui m'emporte
Deçà, delà,
Pareil à la
Feuille morte.

Canção de outono

Os longos soluços
Dos violões
De outono
Doem no meu coração
como um langor
Monótono

Tão sufocante
E pálido, quando
A hora soa,
Lembro-me
De outrora
E minha alma chora.

E me vou
Ao vento malvado
Que me importa?
De cá para lá levado
Como uma
Folha morta. 


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