Aqui, enfim descanso, impregnado do cheiro da vida lá de fora.
As roupas, os cabelos, o suor, as mãos
Dizem o que não sei como falar, mas do meu ar escapam
Alargando o abismo que já é imenso
E permaneces incrédula e exausta, tão na margem de mim,
Como sempre estivestes.
Tento fugir do cerco inevitável das palavras.
Mas, sei que, intimamente, sorris da tentativa inútil
De esconder o que tão claro aparece.
Nem me perguntas onde estive
Ou de onde vim.
Não perguntas por que já tens resposta.
O silêncio, a culpa escancarada
Que confesso por não dizer nada, pesa,
Entre nós, feito um fardo insuportável.
Como uma criança arrependida
Procuro te agradar em vão
Tu sabes, e eu sei,
Que não há ilusão e só as lembranças,
Entre nossos exercícios de silêncio,
Servem como último elo
Para nos encontrarmos,
Mas, mesmo assim,
Não dizem nada.
1 comment:
Silvio: o exercício do silêncio...é o gesto pleno de quem sabe bem o que e qdo falar...
Adoro os seus escritos...vc sabe disso!
Boa segunda-feira.
E já te enviei o e-mail.ok?
Bjus.
Post a Comment