Hoje, neste 14 de abril,
Talvez eu não responda
por mim.
Quem sabe seja
o efeito da cerveja,
a sensação de que já
vivi,
dez mil anos atrás,
e, agora, já não vivo
mais
ainda que meu sangue
esteja correndo
e o coração acelerado
me chamando de culpado
por não ter as onze mil
virgens
prometidas para o
paraíso,
aqui, na terra nunca
prometida
e sempre amada.
Continuo a ter a sensação
de ser tão puro
quando cantava nos corais
de igreja
e tinha certeza,
menino na fé ungido,
que seria protegido,
quando dizia Deus me
proteja.
Com a crença forte
de que prolongava a vida
dos seus
e abreviava a dos ímpios,
não temia a morte,
bem sabia que mil poderiam
cair do meu lado,
dez mil à minha direita,
nada me atingiria.
Hoje ainda,
antes de deitar,
hei de rezar
para o meu anjo da guarda,
mas o que está a me
perturbar,
lembrando de você,
é que sinto uma vontade
danada
de pecar!
Ilustração: Diocese de
Apucarana.
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