Wednesday, January 25, 2006

DOIS POEMAS MINIMALISTAS DE CREELEY


A Song

Robert Creeley

I had wanted a quiet testament
and I had wanted, among other things,
a song.That was to be
of a like monotony.
(A grace
Simply. Very very quiet.
A murmur of some lost
thrush, though I have never seen one.

Which was you then. Sitting
and so, at peace, so very much now this same quiet.

A song.
And of you the sign now, surely, of a gross
perpetuity
(which is not reluctant, or if it is,
it is no longer important.

A song.
Which one sings,
if he sings it,
with care.

Uma Canção

Eu tinha desejado um testamento quieto
E eu tinha desejado, entre outras coisas,
Uma canção.
Que era para ser
Como a monotonia.
(Uma graça
simples. Muito, muito quieta.
Como o murmúrio de algum perdido
Tordo, embora nunca tenha visto um.

Qual era você, então. Sentada,
E desta maneira, tão em paz, assim, como agora, com a mesma quietude.

Uma canção.

E de você o sinal agora, certamente, de uma bruta
Perpetuidade

(o qual é não relutante, mas se for,
isto não tem importância nenhuma).

Uma canção
Que se canta e quem a canta
Canta com todo carinho.

LIFE
For Basil

Specific, intensive clarity,
like nothing else
is anything but itself —

so echoes all,
seen, felt, heard
or tasted, the one
and many. But

my slammed fist
on door, asking
meager, repentant
entry wants more.


VIDA

Para Basil

Específica, intensa claridade,
Como nada mais,
Coisa alguma,
Pode em si mesmo ser—

São ecos tudo,
O visto, o sentido, o escutado
Ou o provado, uma só
E muitas vezes. Mas

Meus golpes de punho sobre
A porta, são um pedido
Fraco, arrependido para entrar
De quem deseja mais.

1 comment:

Saramar said...

Esse sim, é maravilhoso! Um apelo de amor, uns desejos meio escondidos.
Adorei

Beijos
P.S. Você anda tão sumido!