Saturday, March 22, 2008

O SILÊNCIO ÀS VEZES NECESSÁRIO

EN SILENCIO

María Luisa Artecona de Thompson

En el fondo de mí
ya no hay
palabras.
Sólo un cristal
de otoño
ceniciento
que escucha el golpear
de algunas hojas
y el pasaje fugaz
de gotas finas.
Ya no me queda
al fin
de esta jornada,
sino el mirar
sin ver
de mis pupilas;
ni el crepitar
del llanto
existe ahora;
soy, apenas;
la piedra del camino.
Sostengo
a solas
mi frutal
maduro
por el sol de la angustia
y de la pena.
No sé
de dónde llegan
mis heridas
ni a qué destinos
yo
y ellas vamos.
En el fondo de mí
ya no hay
palabras.
Sólo hay un ser que piensa
y se amalgama
con el silencio y en silencio
estamos.



EM SILÊNCIO

No fundo de mim
Já não há palavras.
Só um cristal de outono cinzento
que escuta o desfolhar
de algumas folhas
e a passagem fugaz das finas gotas.
Já não me sobra ao fim desta jornada,
senão o cego
olhar de minhas pupilas;
nem o crepitar do pranto existe agora;
sou, apenas, a pedra do caminho.
Sustento a sós
meu pomar maduro
pelo sol da angústia e da pena.
Não sei de onde chegam
minhas feridas
nem a que destinos
eu e elas chegaremos.
No fundo de mim
já não há palavras.
Só há um ser que pensa
e se converte no silêncio
e em silêncio estamos.

No comments: