Miguel de Unamuno
Oye mi ruego Tú, Dios que no existes,
Oye mi ruego Tú, Dios que no existes,
y en tu nada recoge estas mis quejas,
Tú que a los pobres hombres nunca dejas
sin consuelo de engaño. No resistes
a nuestro ruego y nuestro anhelo vistes.
Cuando Tú de mi mente más te alejas,
más recuerdo las plácidas consejas
con que mi alma endulzóme noches tristes.
¡Qué grande eres, mi Dios! Eres tan grande
que no eres sino Idea; es muy angosta
la realidad por mucho que se expande
para abarcarte. Sufro yo a tu costa,
para abarcarte. Sufro yo a tu costa,
Dios no existente, pues si Tú existieras
existiría yo también de veras.
A Oração do Ateu
Ouve a minha oração, Deus que não existes,
A Oração do Ateu
Ouve a minha oração, Deus que não existes,
e em ti nada recolhes das minhas queixas,
Tu aos pobres homens nunca deixas
sem a consolação do engano. Não resistes
a nossa prece e o nosso desejo vistes.
Quando Tu de minha mente mais se afastas,
Mais recordo os conselhos que gastas
com a minha alma adoçando em noites tristes.
Que grande és, meu Deus! Tu és grande
que não és senão idéia, é muito estreita
a realidade por muito que se expande
para abarcar-te. Eu sofro nas suas costas,
Deus não existente, pois, caso Tu exista
existiria eu também, deveras
Fonte: A poesia original de Unamano peguei do blog sempre bonito que é o Crisblogando (htpp://crisblogando.blogspot.com)
Fonte: A poesia original de Unamano peguei do blog sempre bonito que é o Crisblogando (htpp://crisblogando.blogspot.com)
1 comment:
Obrigada, Silvio. Amei. Ela está no Novelos de Silêncio, da Eli, de Lisboa. Um blog muito bonito também.
Beijos.
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