Monday, September 01, 2008

SAN JUAN DE LA CRUZ

Glosa de el mismo


San Juan de la Cruz

Sin arrimo y con arrimo,
sin luz y ascuras viviendo
todo me voy consumiendo.

I
Mi alma está desassida
de toda cosa criada
y sobre sí levantada
y en una sabrosa vida
sólo en su Dios arrimada.

II
Por esso ya se dirá
la cosa que más estimo
que mi alma se vee ya
sin arrimo y con arrimo.

III
Y aunque tinieblas padezco
en esta vida mortal
no es tan crecido mi mal
porque si de luz carezco
tengo vida celestial
porque el amor da tal vida
quando más ciego va siendo
que tiene al alma rendida
sin luz y ascuras viviendo.

IV
Haze tal obra el amor
después que le conocí
que si ay bien o mal en mí
todo lo haze de un sabor
y al alma transforma en sí
y assí en su llama sabrosa
la qual en mí estoy sintiendo
apriessa sin quedar cosa,
todo me voy consumiendo.

Glosa de si mesmo

Sem amparo e com amparo,
Sem luz e às escuras vivendo
Tudo vai me consumindo.

I

Minha alma esta desassistida
De toda a coisa criada
E sobre si levantada
Numa saborosa vida
Somente em Deus amparada.

II

Por isto assim se dirá
Que a coisa que mais estima
Que minha alma se vê já
Com amparo e sem amparo.

III

E ainda que na escuridão padeça
Nesta vida mortal
Não é tão crescido meu mal
Porque se de luz careço
Tenho a vida celestial
Porque por amor de tal vida
Quanto mais cego vou sendo
Quem tem a alma rendida
Sem luz e às escuras vai vivendo.

IV

Faz tal obra o amor
Depois que lhe conheci
Que se há bem ou mal em mim
Tudo tem maior sabor
E a alma se transforma em si
E assim sua chama saborosa
Apressa sem deixar coisa,
Tudo que sou consumindo.

2 comments:

Lia Noronha said...

Silvio: Viva o amor e viva a poesia...que o decanta e nos encanta...sempre!
Bjus mil!!!

Lia Noronha said...

Já foi la ver a nossa atualização?
Abraços d eboa tarde meu amigo querido.