Tuesday, June 30, 2009
AO SABOR DO VENTO
ROSA DE LOS VIENTOS
Alex Pausides
Esta noche alumbrada ferozmente por tus ojos
el azar hizo arder nuestros cuerpos
hasta dejarlos mojados limpios incorruptibles
La más violenta rosa de los vientos
Pálida y roja ordenanza de la furia
En mi rota camisa de fuerza
tremolas mis banderas al garete
Mujer habitada un fuego un velamen
Rosa dos Ventos
Esta noite ferozmente iluminada por teus olhos
Criou a oportunidade de arder os nossos corpos
Até deixá-los molhados limpamente incorruptíveis
A mais violenta rosa dos ventos
Pálida vermelha ordenadora da fúria
Na minha rôta camisa de força
Fez tremular as bandeiras à deriva
Mulher habitada pela fogo de uma vela
Thursday, June 25, 2009
POUND
Ité
Ezra Pound
Go, my songs, seek your praise from young and
from the intolerant,
Move among the lovers of perfection alone.
Seek ever to stand in the hard sophoclean light
And take your wounds from it gladly.
Ité
Vai, meus versos, buscar os teus louvores entre os jovens
e os intolerantes,
Move-te entre os amantes da perfeição somente.
Busca sempre permanecer sob a clara e severa luz de Sófocles
E dela recece teus ferimentos alegremente.
Wednesday, June 24, 2009
PERI ROSSI
R.I.P.
Cristina Peri Rossi
Ese amor murió
sucumbió
está muerto
aniquilado fenecido
finiquitado
occiso perecido
obliterado
muerto
sepultado
entonces,
…………………¿porqué late todavía?
“Inmovilidad de los barcos” 1997
Este amor morreu
Sucumbiu
Está morto
Aniquilado fenecido
Fuzilado
Falecido perecido
Enterrrado
Morto
Sepultado,
Então,
........Por que lateja todavia?
Monday, June 22, 2009
ROUBEI DA SOFTVELVET
Fui no blog da Ines Mota, www.softvelvet.blogspot.com e vi o poema que gostei e, sem pedir, traduzi numa homenagem a ela que tem muito bom gosto e talento.
(Leonid Afremov)
y que el placer que juntos inventamos
sea otro signo de la libertad.
entre vasos vacíos y ceniceros sucios,
qué hermoso era saber que estabas
ahí como un remanso,
sola conmigo al borde de la noche,
y que durabas, eras más que el tiempo,
eras la que no se iba
porque una misma almohada
y una misma tibieza
iba a llamarnos otra vez
a despertar al nuevo día,
juntos, riendo, despeinados.
e que o prazer que, juntos, inventamos
seja outro sinal de liberdade.
entre copos vazios e cinzeiros sujos,
que beleza era saber que estavas linda
ali como um remanso
só comigo na beira da noite
e que duravas mais do que o tempo
épocas que não iam
porque um mesmo travesseiro
e uma mesma fraqueza
ia nos chamar outra vez
no despertar de um novo dia
que surgia nos vendo juntos, rindo, despenteados.
ESTADOS CRÍTICOS
Friday, June 19, 2009
KILMER
Trees
Joyce Kilmer
I think that I shall never see
A poem lovely as a tree.
A tree whose hungry mouth is prest
Against the earth’s sweet flowing breast,
A tree that look at God all day
And liffs her leafy arms to pray;
A tree that in warm summer wear
A nest of robins in her hair;
Upon whose bosom snow has lain;
Who intimately lives with rain.
Poems are made by fools like me,
But only God can make a tree.
Arvores
Eu penso que não verei nunca
Uma poesia tão bela quanto uma árvore.
Uma arvore que é uma boca faminta aberta
Para o hálito doce e flutuante da terra.
Uma árvore que olha para Deus o dia todo
Com os braços de folhas estendidos numa prece.
Uma árvore que quando vem o verão quente
Acolhe um ninho de sábias nas suas folhagens
E quando a neve põe seu branco diadema
Convive com a chuva na maior intimidade.
Poesias podem ser feitas por tolos como eu,
Mas, somente Deus pode fazer uma árvore.
Saturday, June 13, 2009
DICKSON
Heart, We Will Forget Him
Emily Dickinson
Heart, we will forget him,
You and I, tonight!
You must forget the warmth he gave,
I will forget the light.
When you have done pray tell me,
Then I, my thoughts, will dim.
Haste! ‘lest while you’re lagging
I may remember him!
Coração, vamos esquecê-lo
Coração, vamos esquecê-lo,
Você e eu, a noite!
Você tem que esquecer o carinho que ele deu,
Eu irei esquecer a luz.
Quando você tiver feito sua prece diga-me,
Então, eu, meus pensamentos, vão escurecer.
Ímpeto! Enquanto você estiver em atraso
Eu posso lembrar dele!
TAGORE OUTRA VEZ
The Water is silent
Tagore
The fish in the water is silent,
the animals on the earth is noisy,
the bird in the air is singing.
But man has in him the silence of the sea,
the noise of the earth
and the music of the air.
The meaning of our self
is not to be found in its separateness from God and others,
but in the ceaseless realisation of yoga,
of union.
The newer people,
of this modern age,
are more eager to amass than
to realize.
O silencio da água
Os peixes na água são silenciosos,
os animais na terra são barulhentos,
o pássaro no ar está cantando.
mas, o homem tem em si o silêncio do mar,
o ruído da terra
e a música do ar.
O significado de nossa independência
não é para ser encontrado na separação de Deus e dos outros,
mas na realização incessante da ioga,
de união.
As pessoas mais novas,
nesta idade moderna,
são mais ansiosas para acumular
do que para perceber.
TAGORE
Life
Tagore
Life is given to us,
we earn it by giving it.
~
Let the dead have the immortality of fame,
but the living the immortality of love.
~
Life's errors cry for the merciful beauty
that can modulate their isolation into a
harmony with the whole.
~
Life, like a child, laughs,
shaking its rattle of death as it runs.
A Vida
A vida é dada para nós,
nós temos que ganhá-la vivendo.
~
Deixe os mortos terem a imortalidade da fama,
mas, vivamos a imortalidade do amor.
~
Os erros da vida choram a misericordiosa beleza
que podem modular o seu isolamento dentro
da harmonia com o todo.
~
A vida, como uma criança, ri,
agitando seu guizo da morte, uma vez que é executado.
Wednesday, June 10, 2009
SARA TEASDALE
The Kiss
Sara Teasdale
I hoped that he would love me,
And he has kissed my mouth,
But I am like a stricken bird
That cannot reach the south.
For though I know he loves me,
To-night my heart is sad;
His kiss was not so wonderful
As all the dreams I had.
O Beijo
Eu esperava que ele me amasse,
E ele já beijou a minha boca,
Mas eu sou como um pássaro ferido
Que não pode alcançar o sul.
Por que eu sei que ele me ama,
Esta noite o meu coração está triste;
Seu beijo não foi assim tão maravilhoso
Quanto em todos os sonhos que tive.
DOS EUA
THE LOST ART OF SWOONING
Judith Pordon.
.....Attentive, polite and pliable,
.........never looking like a wreck,
............with lotioned palms, sculpted nails
...............draped around his solid neck,
...................she curves into his leading,
..................sways in his strong arms,
................dances through the marble
..............of his hardening charms.
...........She sways before his smile,
......pretending it's the wine,
....he dips her, as her long curls
.....swirl around him like a vine.
.....Contentedly off center,
......and elegant in receiving,
..........shes not from the United States,
............where a swoon would ruin the evening.
A arte perdida de desmaiar
...... Atencioso, educado e maleável,
......... nunca parecendo um navio naufragado,
............ loções nas palmas, unhas esculpidas
............... em torno de sólidos pescoços vestidos,
................... ela curvas, na sua direção,
.................. enfeites nos seus braços fortes,
................ danças através do mármore
.............. de seu endurecido charme
........... Ela preparando antes seu sorriso,
......fácil fingindo que é o vinho,
.... ele mergulhando nela, como longos cachos
.....em redemoinho em torno dele como uma vinho.
..... Contentamento deslocado
...... e elegância em receber,
.......... Ela não oriunda dos Estados Unidos,
............ onde um chilique iria estragar a noite.
Ilustração: www.ligeiramentelouca.blogger.com.br/
Saturday, June 06, 2009
OUTRA VEZ BENEDETTI
BENEDETTI
TEORÍA DE CONJUNTOS
Mario Benedetti
Cada cuerpo tiene
su armonía y
su desarmonía.
En algunos casos
la suma de armonías
puede ser casi
empalagosa
En otros
el conjunto
de desarmonías
produce algo mejor
que la belleza.
Teoria dos conjuntos
Cada corpo tem
Sua harmonia e
Sua desarmonia.
Em alguns casos
A soma das harmonias
Pode ser quase
Melosa
Em outros
O conjunto
De desarmonias
Produz algo melhor
Que a beleza.
EGUREN
Canción cubista
José María Eguren
Alameda de rectángulos azules.
La torre alegre
Del dandy.
Vuelan
Mariposas fotos.
En el rascacielo
Un gallo negro de papel
Saluda la noche.
Más allá de Hollywood,
En tiniebla distante
La ciudad luminosa,
De los obeliscos
De nácar.
En la niebla
La garzona
Estrangula un fantasma.
Canção Cubista
Alameda de retângulos azuis.
A torre alegre
do dândi.
Voam
Borboletas imagens.
No arranha-céu
Um galo negro de papel
Saúda a noite.
Mais além de Hollywood
Na escuridão distante
A cidade luminosa,
Dos obeliscos
De nácar.
No nevoeiro
A garçonete
Estrangula um fantasma.
UM POETA PERUANO
La luz de Varsovia
José María Eguren
Y en la racha que sube a los techos
Se pierden, al punto, las mudas señales,
Y al compás alegre de enanos deshechos
Se elevan divinos los cantos nupciales.
Y en la bruma de la pesadilla
Se ahogan luceros azules y raros,
Y, al punto, se extiende como nubecilla
El mago misterio de los ojos claros.
A luz de Varsóvia
E na rachadura que sobe para o teto
Se perdem, no ponto, os mudos sinais,
E o compasso alegre de pequenos resíduos
Se elevam divinos como cantos nupciais.
E na névoa do pesadelo
Se afogam astros azuis e raros
E, no ponto, se espalha como nuvens
O mágico mistério dos olhos claros.
Ilustração: somentevarsovia.blogspot.com/
Friday, June 05, 2009
O MOTIVO
Manuel Zequeira y Arango
Canta el forzado en su fatal tormento,
Y al son del remo el marinero canta,
Cantando, al sueño el pescador espanta,
Y el cautivo cantando está contento:
Al artesano en su entretenimiento
Le divierte la voz de su garganta;
Canta el herrero que el metal quebranta,
Y canta el desvalido macilento.
El más infortunado entre sus penas
Con la armónica voz mitiga el llanto,
Y el peso de sus bárbaras cadenas;
Pues si el dulce cantar consuela tanto
Al mísero mortal en sus faenas,
Yo por burlar mis desventuras canto.
O motivo de meus versos
Canta o forçado em seu fatal tormento,
E ao som do remo o marinheiro canta,
Cantando o sono o pescador espanta,
E o cativo cantando está contente:
Ao artesão em seu entretenimento
O diverte a voz de sua garganta;
Canta o ferreiro que o metal quebranta
E canta o desvalido macilento.
O mais desafortunado em suas penas
com a harmônica voz mitiga o pranto,
E o peso de suas bárbaras cadeias;
Pois, o doce cantar consola tanto
Ao misero mortal nas suas fainas,
Eu para enganar minhas desventuras canto.
LEÓN
MAZAZO
Rafael de León
Sonó la palabra "dinero"
y todo lo echaste a rodar
y en vez de decirte: "Te quiero",
te dije: -¿Qué quieres cobrar?-
Y me valoraste las rosas,
poniéndole precio al jardín
y fueron tomando las cosas
un tono metálico y ruin.
Y aunque esta verdad me traspasa,
prefiero saber la verdad:
que al mes, pago luz, pago casa
y pago la felicidad.
Soprar
Soou a palavra "dinheiro"
e tudo tu fizestes rodar
e em vez dizer: "Te quero"
Eu disse: - O que queres cobrar? -
Eu avaliei em rosas
colocando preço no jardim
e foram tomando as coisas
um tom metálico e ruim.
E ainda que esta verdade me ultrapasse,
Eu prefiro saber a verdade:
que ao mês, pago a energia, pago casa
e pago pela felicidade.
LEÓN DE NOVO
ENCUENTRO
Rafael de León
Me tropecé contigo en primavera,
una tarde de sol delgada y fina,
y fuiste en mi espalda enredadera
y en mi cintura, lazo y serpentina.
Me diste la blandura de tu cera
y yo te di las sal de mi salina.
Y navegamos juntos, sin bandera,
por el mar de la rosa y de la espina.
Y después, a morir, a ser dos ríos
sin adelfas, oscuros y vacíos,
para la boca torpe de la gente...
Y por detrás, dos lunas, dos espadas,
dos cinturas, dos bocas enlazadas
y dos arcos de amor de un mismo puente.
Encontro
Eu tropecei contigo na Primavera
uma tarde de sol delgada e fina,
E fostes, na minha espádua, enredadeira
e na minha cintura, laço e serpentina.
Me destes a suavidade de tua cera
e eu te dei o sal de minha salina.
E nós navegamos juntos, sem bandeira,
pelo mar da rosa e da espinha.
E depois de morrer, para ser dois rios
sem arbustos, escuros e vazios,
para a boca torpe do povo ...
E por trás deles, duas luas, duas espadas,
duas cinturas, duas bocas enlaçadas
e dois arcos de amor da mesma ponte.
UM POETA CUBANO
A NARCISA EN SUS DÍAS
Manuel Zequeira y Arango
¡Qué estupendo banquete, qué función
Te preparo, oh Narcisa, que festín
Tendrás las ricas frutas de Turín,
Las tortas te vendrán desde Tolón.
El rey de Esparta tocará el violón,
El de Palmira trinará un violín
Y Alejandro vendrá con el flautín
Que tocaba el ilustre Agamenón.
Treinta mil reposteros te vendrán
De Pekín, de Moscú y de Jaén
Y un millón de princesas de Tetuán:
De Sajonia será dorado el tren;,
Y contigo los dioses beberán
Del licor que bebió Matusalén.
A Narcisa em seus dias
Que estupendo banquete, que função
Te preparo, oh Narcisa, que festa
Aproveite as ricas frutas de Turim,
Os bolos que te virão de Toulon.
O rei de Esparta tocará o violão,
E de Palmira trinará um violino
E Alexandre virá com o flautim
Que tocava o ilustre Agamenon.
Trinta mil reposteiros te virão
De Pequim, de Moscou e de Jaen
E um milhão de princesas Tetuán:
Da Saxônia virá um trem dourado,
E os deuses irão beber com você
Do licor que bebeu Matusalém.
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