Thursday, January 30, 2014

Ana Milena Puerta




SOBRE LOS DULCES CANSANCIOS

Ana Milena Puerta

Hombre de la medida justa
para mis caderas,
recipiente de todos los temblores
de mi cuerpo,
madera antigua, de fino roble,
erecto.
Volcán de lava que me siembra
hacedor de los dulces cansancios,
la ondulación de mi vientre,
de mi piel estrecha y concreta.
Navégame, marinero alucinado,
navégame y viérteme luego
en tus manos.
Soy todos los frutos
y tú
todos los labios.
Bebámonos.

Sobre os doces cansaços

Homem da justa medida
para os meus quadris,
recipiente de todos os meus tremores
de meu corpo,
madeira antiga, de fino talhe
ereto.
Lava do vulcão que me semeia
fazedor de doces cansaços,
da ondulação do meu ventre,
de minha pele estreita e concreta.
Navega-me, marinheiro alucinado
navega-me e despeja-me logo
nas tuas mãos.
Sou todos os frutos
e tu,
todos os lábios.
Bebamo-nos.

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