Sunday, October 23, 2022

CANTO BRANCO DE AMOR

Amo a brancura de tua pele

quando me fere

com sua doce entrega. 

O bico azul de teus seios, 

fontes de mel, nascedouros de  prazeres,

portos de precipícios de desejos, 

brinquedos lúdicos de sonhos infantis. 

Ainda sinto teus beijos,

muito tempo depois, 

no meu sono 

e ainda guardo os ardores insaciados,

os desejos guardados, 

ansiosos por poderem se expandir 

atrás de ti, 

como fantasmas da paixão,

que rondam as terras desconhecidas

atrás da flor fugaz do gozo, 

flor preciosa, 

entre as pernas

nos brancos campos de neves 

onde nunca chegaram 

a maciez ávida de minha língua, 

seca ainda, chorosa à míngua

dos líquidos que hão de brotar, 

do germinar sem fim 

do amor que há em ti,

que há em mim 

e quer te ver esposa, menina , mulher

a gemer, gritar, dizer 

que existe sim, 

que te guardastes tanto, 

de modo quase santo, 

a esperar por uma festa assim, 

a esperar tanto amor, 

a esperar por mim! 

No comments: