Os dias são todos iguais.
As semanas, os meses.
O ano novo não será diferente
do antigo
se bem observado.
Será tão igual como foi o
ano passado.
Então todo este frenesi
de último dia de ano,
quando bem pesado, não
muda nada na Natureza.
O sol amanhã, se não
chover, será bem forte,
as ondas do mar virão molhar
a praia
e, de noite, como sempre
a lua, virá
com seus raios de luz,
iluminar o espaço.
O ano novo, no fim é só,
um humano estardalhaço
que se criou ao dividir o
indivisível tempo.
E, indiferente aos
homens, sabedor que, de fato,
um dia jamais será igual
ao outro, nem sequer este minuto e o que está chegando, se diverte em fluir na
sua passagem que se supõe eterna.
Deus lança os dados ao
acaso e nem se preocupa com o resultado. Bem sabe que, seja ele qual for, os
homens interpretarão tudo de seu modo. E nunca o mistério deixará de ser
mistério e os tempos se cumprirão ao seu tempo.
Mas, hoje é o último dia
do ano. E, contra todas as evidências, nós, humanos, criamos esta esperança, nem
sempre falsa, de que as coisas irão mudar rasgando uma página do calendário.
Pelo sim, pelo não, me
aquece o coração, pensar que o ano ser novo faz uma diferença enorme. E solto
foguetes, brindo e saúdo o ano novo que vem cheio de esperança e de fé.
Olha aí, o ano novo
chegando, mulher!!!!