Saturday, September 19, 2009
CORRETJER, O POETA
TE ESPERARÉ...
Zoé Jiménez Corretjer
Esperaré a que las hojas del otoño
se cansen de mirarme
hasta que las lunas se hagan de leche
y un río de miel se deshaga en mi boca
Esperaré tus ojos como ciego pájaro
en la noche silenciosa
tus manos para conocer los caminos
de mis futuras órbitas...
Esperaré porque se consume ya un fuego fatuo en la memoria
y me duele el cansancio de una larga tristeza
Te esperaré hasta el final de los finales
para hallar la muerte en la paz de tus entrañas
Porque no hallo otra cosa que nombrarte...
Porque no soy otra cosa que tu propio espejo
devolviéndose la imagen...
Esperaré porque en tus manos llega el aire
que me habita...
porque te has adueñado de mi absoluto presente
porque no existo sin tu vida
porque sin ti soy nada inhabitada
Te esperaré con el vientre lleno
de albahacas moradas
con un ramo de vientos en los ojos y una espiga dorada
arrodillada ante tu vidrio
para rezarte eternidades olvidadas
No haré otra cosa que esperarte, amor mío
hasta que se caiga el cielo y los astros se vuelvan a adorarte
porque llevas la sangre que necesito
para beberme la vida en tu cauce...
Te esperaré, te esperaré hasta que llegues
hasta el final de las lunas
para borrar los regresos y los adioses
para entregarte el universo
y que mi alma descanse
y jamás dejarte ir...
Te esperarei
Esperarei as folhas do outono
cansarem de olhar para mim
até que as luas se façam de leite
e um rio de mel se derreta na boca
Esperarei teus olhos como um pássaro cego
na noite silenciosa
tuas mãos para aprender os caminhos
das minhas futuras órbitas ...
Esperarei porque se consome já o fogo fátuo
E me dói o cansaço de uma larga tristeza
Te esperarei até o fim dos fins
Para encontrar a morte na paz de tuas entranhas
Porque não sei fazer mais do chamar-te ...
Porque não sou nada mais que teu próprio espelho
devolvendo-se a imagem
Te esperarei porque de tuas mãos chega o ar
de que vivo..
porque tens tomado posse do meu presente absoluto
porque não existir sem a tua vida
porque sem ti sou desabitada
Te esperarei com uma barriga cheia
de manjericão roxo
com um ramo de vento nos olhos e uma espiga de ouro
ajoelhado ante teu vidro
para rezar-te eternidades esquecidas
Não farei outra coisa que esperar-te, meu amor
até que caia o céu e os astros se voltem para adorar-te
porque levas o sangue de que necessito
para beber a vida em tua cama ...
Te esperarei, vou te esperar até chegar
até o fim das luas
para apagar os regressos e os adeuses
para entregar-te todo o universo
e que minha alma descans
e nunca te deixes partir...
Ilustração: nuvemsobreoatlantico.blogspot.com/2009/05/est...
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