Tuesday, February 16, 2010

OUTRA VEZ LEON DE GREIFF



DOBLE CANCION

Leon de Greiff

I
Tengo una sed de vinos capitosos
-venusino furor, pugnas salaces,
ojos enloquecidos por el éxtasis,
bocas ebrias, frenéticos enlaces-.
Tú, Dinarzada, tú fogosa mía,
tú , Melusina, vid de mis deseos:
¡dóname tu lagar tibio y recóndito!
quiero oprimir tus uvas!
y tus vinos
exprimir!
-fulgurante filtro cálido
para mi sed de zumos citereos!
II
Tengo una sed de búdicos nirvanas
-zahareño no oír, callada acidia,
ojos enceguecidos por el éxtasis,
espiritual ardor, psiquica lidia-.
Tú, viaje azul, Deliquia, noche intacta,
Música..., oh tú, mi inasequible dueño:
¡llévame a tus refugios ataráxicos!
quiero tañer tus fibras!
y el prodigio
de tu entraña exprimir
-don inefable
para mi sed de fugas y de ensueños!

Dupla canção

I
Tenho uma sede de vinho capitosos
-um venusiano furor, lutas lascivas,
olhos enlouquecidos pelo êxtase,
bocas ébrias, frenéticos abraços.

Tu, Dinarzada, tu fogosa minha ardente,
Tu, Melusina, vida dos meus desejos:
Doa-me teu lagar quente e recôndito!
Quero pressionar tuas uvas!
e os teus vinhos
espremer!
fulgurante filtro cálido
para minha sede de sucos cítricos!
II
Tenho uma sede de budistas nirvanas
-surdez em ouvir, preguiça silenciosa,
olhos obscurecidos de êxtase
espiritual ardor, luta psíquica.
Tu, viagem, azul, desmaio, noite intacta,
Música ..., oh, tu meu inacessível dono:
Leve-me aos teus refúgios impassíveis!
Quero arranhar tuas fibras!
e o prodígio
de tuas entranhas exprimir
-dom inefável
para a minha sede de fugas e sonhos!

Ilustração: http://cafasorridente.files.wordpress.com/2009/03/magritte_the_rape_1934.jpg

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