Ela nasceu interessada em pássaros.
E, logo, cantava feito um passarinho
num bar aconchegante como um ninho
e cultivava escondida uma rolinha,
que, carinhosamente, chamava de piu-piu,
capaz de crescer na sua mão, no seu calor,
no ventre,
mas, quando menos esperava,
o que cresceu foi sua barriga,
enquanto piu-piu voou,
deixando-a esperar por quem jamais voltou.
Sem brigar, sem se queixar da vida
regou a flor do amor,
um rouxinol que viria,
depois, encantar e preencher sua vida
com um choro deliciosamente musical,
aos seus ouvidos,
acostumados aos cantos dos passarinhos.
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