Friday, February 23, 2024

Revisitando Carol Ann Duffy

 


EDUCATION FOR LEISURE

Carol Ann Duffy

Today I am going to kill something. Anything.

I have had enough of being ignored and today

I am going to play God. It is an ordinary day,

a sort of grey with boredom stirring in the streets.

I squash a fly against the window with my thumb.

We did that at school. Shakespeare. It was in

another language and now the fly is in another language.

I breathe out talent on the glass to write my name.

I am a genius. I could be anything at all, with half

the chance. But today I am going to change the world.

Something’s world. The cat avoids me. The cat

knows I am a genius, and has hidden itself.

I pour the goldfish down the bog. I pull the chain.

I see that it is good. The budgie is panicking.

Once a fortnight, I walk the two miles into town

For signing on. They don’t appreciate my autograph.

There is nothing left to kill. I dial the radio

and tell the man he’s talking to a superstar.

He cuts me off. I get our bread-knife and go out.

The pavements glitter suddenly. I touch your arm.

EDUCAÇÃO PARA O LAZER

Hoje estou indo matar alguma coisa. Qualquer coisa.

Eu já tive o suficiente para ser ignorado e hoje

estou indo brincar de Deus. É um dia normal,

uma espécie de cinza com o tédio agitando-se nas ruas.

Eu esmago uma mosca contra a janela com o polegar.

Nós fizemos isto na escola. Shakespeare. Era em

outra linguagem e agora a mosca está em outra linguagem.

Respiro talento no vidro para escrever meu nome.

Eu sou um gênio. Eu poderia ser alguma coisa de tudo, com metade

de chance. Porém hoje estou indo mudar o mundo.

O mundo de alguma coisa. O gato me evita. O gato

sabe que sou um gênio e se escondeu.

Eu despejo o peixe dourado no pântano. Eu puxo a corrente.

Eu vejo que isto é bom. O periquito está em pânico.

Uma vez a cada quinze dias, eu caminho as duas milhas até a cidade

para assinar. Eles não apreciam meu autógrafo.

Não há mais nada para matar. Eu ligo para o rádio

e digo ao homem que ele está falando com uma estrela.

Ele me corta. Pego nossa faca de pão e saio.

As calçadas brilham de repente. Eu toco seu braço.

Ilustração: FolhaMax.

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