Gazeta de pasos perdidos
Luis Bravo
¿No cansamos de poner flores a los libros?
¿Por qué una naturaleza muerta
resulta a su parejo la más viva?
Amado el hecho de que seamos infelices
como se recuerda la frente que besaste
desgarrada por esquirlas, aplastado el beso
porque no se quiere nada, no ser iguales
sino mejores, y ahí el destrozo germina.
¿No hay, después de consideración tan amarga,
ramo que supla estar siempre heridos?
Borrarte, y las palabras rosa, dalia,
cruzar los dedos hasta pasar esa nada,
garabatear en los márgenes la frase de otro,
si acaso nos fuera dichosa.
Adiós, adiós a todo eso.
GAZETA DOS PASSOS
PERDIDOS
Não cansamos de pôr
flores nos livros?
Por que uma natureza
morta
resulta a seu parceiro
mais viva?
Amei o fato de que sejamos
infelizes
como se lembra da testa
que beijou?
desgarrada por farpas,
esmagado o beijo
porque não se quer nada,
não ser igual
sim melhores, e aí a
destruição germina.
Não há, depois de
consideração tão amarga,
galho que suporte estar
sempre ferido?
Apaga-te, e as palavras rosa,
dália,
cruze os dedos até passar
esse nada,
rabiscar nas margens a
frase de outra,
se ao menos fôssemos
felizes.
Adeus, adeus a tudo isso.
Ilustração: Terra.
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