Saturday, November 09, 2024

SONETO DO OLHAR FALSO

 


Que não me falem de ti para justificar o mal

Que sorrindo faz (e fez) ao meu coração.

Não me digam que teu proceder é banal

E que nele não há muito de simulação.

 

Dos teus amores falem longe da minha presença.

Na armadilha de lembrar-te mais não caio.

Até distante temo tua mágica doce, imensa

E até tuas fotos olho, porém, bem de soslaio.

 

Nem me perguntam aquilo que bem sabem:

Que não esqueço de ti, de teus olhos inimigos.

Da beleza deles que em palavras não cabem.

 

Para minha dor não há perdão ou abrigo.

Só conto os dias que, em dor, se desfazem

E lembrando (e maldizendo) teu amor eu sigo.

Ilustração: Meu Querido Falcão. 

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