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DE “O INCURÁVEL MUNDO”
Decidi nomear meu corpo. Jane. Jean. Janet.
Nunca gostei de nomes que começam com aquele som
incerto, oscilando entre opções consonantais como um pino de boliche quebrado. Porém
preciso abraçar uma coisa com a qual nunca me importei. Como criança, eu
adorava o jogo do telefone, uma audição errada após a outra, a transformação, o
deleite de, no final, quando o segredo do sussurrador afinal era revelado.
Incenso, inseto, instantâneo. Encharcar, trincheira, arrancado. Linguagem,
languidez, angústia. Nós brincávamos nas margens dos sentidos, fingíamos perder
onde não havia nada, fazíamos do privilégio de ouvir um jogo. Um apagamento,
outro apagamento. Janet-insegura, desamarrada, doente -tempo de se mobilizar.
Ilustração: Outras
Palavras.
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