FOGLIE
Giorgio Caproni
Quanti se ne sono andati…
Quanti.
Che cosa resta.
Nemmeno
il soffio.
Nemmeno
il graffio di rancore o il morso
della presenza.
Tutti
se ne sono andati senza
lasciare traccia.
Come
non lascia traccia il vento
sul marmo dove passa.
Come
non lascia orma l’ombra
sul marciapiede.
Tutti
scomparsi in un polverio
confusi d’occhi.
Un brusio
di voci afone, quasi
di foglie controfiato
dietro i vetri.
Foglie
che solo il cuore vede
e cui la mente non crede.
FOLHAS
Quantas se foram...
Quantas.
O que restou?
Nem mesmo
o sopro.
Nem mesmo
o arranhão do
ressentimento ou a mordida
da presença.
Todas
se foram sem
deixar traço.
Assim como
Como deixa traço o vento
no mármore por onde
passa.
Assim como
uma sombra não deixa
pegada
na calçada.
Todas
desapareceram numa nuvem
de poeira
de olhares confusos.
Num zumbido
de vozes, quase
de folhas, sem fôlego
atrás das janelas.
Folhas
que só o coração vê
e a mente não crê.
Ilustração:Pngtree.
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