Monday, November 10, 2025

Uma poesia de Luisa de Carvajal y Mendoza

 


AMOR Y AUSÊNCIA

Luisa de Carvajal y Mendoza

¿Cómo vives, sin quien vivir no puedes;
ausente, Silva, el alma, tienes vida;
y el corazón aquesa misma herida
gravemente atraviesa, y no te mueres?

Dime, si eres mortal, o inmortal eres.
¿Hate cortado amor a su medida,
o forjado en sus llamas derretida,
que tanto el natural límite excedes?

Vuelto a tu corazón, cifra divina,
de extremos mil, amor, en que su mano
mostrar quiso destreza peregrina,

y la fragilidad del pecho humano
en firmísima piedra diamantina,
con que quedó hecho alcázar soberano.

AMOR E AUSÊNCIA

Como vives, sem quem viver não podes?

Ausente, chora, a alma, e assim tens vida;

e no teu coração, essa mesma ferida,

perfura-te gravemente, e não morres?

 

Diga-me, és mortal ou imortal?

Acaso o amor te talhou à sua medida,

ou te forjou em suas chamas derretidas,

de modo que ultrapassas tanto o limite natural?

 

Retornou ao teu coração, cifra divina,

de mil extremos, o amor, em que sua mão

quis mostrar a destreza peregrina,

 

e a fragilidade do peito humano

na mais firme pedra diamantina,

com a qual se tornou um forte soberano.

 

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