AMOR Y AUSÊNCIA
Luisa de Carvajal y
Mendoza
¿Cómo vives, sin quien
vivir no puedes;
ausente, Silva, el alma, tienes vida;
y el corazón aquesa misma herida
gravemente atraviesa, y no te mueres?
Dime, si eres mortal, o inmortal eres.
¿Hate cortado amor a su medida,
o forjado en sus llamas derretida,
que tanto el natural límite excedes?
Vuelto a tu corazón, cifra divina,
de extremos mil, amor, en que su mano
mostrar quiso destreza peregrina,
y la fragilidad del pecho humano
en firmísima piedra diamantina,
con que quedó hecho alcázar soberano.
AMOR E AUSÊNCIA
Como vives, sem quem viver
não podes?
Ausente, chora, a alma, e
assim tens vida;
e no teu coração, essa
mesma ferida,
perfura-te gravemente, e
não morres?
Diga-me, és mortal ou
imortal?
Acaso o amor te talhou à
sua medida,
ou te forjou em suas
chamas derretidas,
de modo que ultrapassas
tanto o limite natural?
Retornou ao teu coração,
cifra divina,
de mil extremos, o amor,
em que sua mão
quis mostrar a destreza
peregrina,
e a fragilidade do peito
humano
na mais firme pedra diamantina,
com a qual se tornou um
forte soberano.

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