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O COMO MIERDA SE LLAME
Montserrat Álvarez
A veces me gustaría ser una buena muchacha
bonachona, campechana, gorda,
capaz de sentarme bajo el sol en mi piel
rica en melamina, en calor y en color
Tomar una gaseosa provinciana cuidando
de no manchar con nada mi ancha falda
Tener un corazón enorme y puro como el de un caballo
Lavar la ropa de todos con mis ásperas manos
O, si no, ser alguna de aquellas mujercitas
siempre sentaditas, inclinaditas
sobre su tejido, y haciendo punto,
calceta, o como mierda se llame.
QUALQUER MERDA QUE SE CHAME
Às vezes me agradaria ser uma boa moça
bonachona, campesina, gorda,
capaz de sentar-me sob o sol
com minha pele rica em melanina, em calor e em cor
Tomar uma gasosa provinciana
cuidando de não manchar com nada minha saia larga
Ter um coração enorme e puro como de um cavalo
Lavar a roupa de todos com minhas ásperas mãos
Ou, se não, ser alguma daquelas mulherezinhas
sempre sentadinhas, inclinadinhas
sobre seu tecido , e fazendo ponto,
calcinha ou qualquer merda que se chame.
Obs.: Pintura do notável Aldemir Martins
2 comments:
Adorei o desfecho!!!!!
Um abraço,
Aerodrama.
Silvio: e seus desfechos mágicos...sempre!
beijos mil.
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