Un soneto me manda hacer Violante
Lope de Vega
Un soneto me manda hacer Violante
que en mi vida me he visto en tanto aprieto;
catorce versos dicen que es soneto;
burla burlando van los tres delante.
Yo pensé que no hallara consonante,
y estoy a la mitad de otro cuarteto;
mas si me veo en el primer terceto,
no hay cosa en los cuartetos que me espante.
Por el primer terceto voy entrando,
y parece que entré con pie derecho,
pues fin con este verso le voy dando.
Ya estoy en el segundo, y aun sospecho
que voy los trece versos acabando;
contad si son catorce, y está hecho.
Um soneto me manda fazer Violante
Um
soneto me manda fazer Violante
na minha vida não me vi em tanto aperto;
quatorze versos dizem que é soneto;
zombar zombando vão os três adiante.
Eu pensei que não faria consoante
e estou na metade de outro quarteto;
mas, se me vejo no primeiro terceto,
não há coisa nos quartetos que me espante.
Pelo primeiro terceto vou entrando,
e parece que entrei com o pé direito,
pois, o fim com este verso, lhe vou dando.
Já estou no segundo, e não suspeito
que vou os treze versos acabando;
contando sim são catorze, e está feito.
na minha vida não me vi em tanto aperto;
quatorze versos dizem que é soneto;
zombar zombando vão os três adiante.
Eu pensei que não faria consoante
e estou na metade de outro quarteto;
mas, se me vejo no primeiro terceto,
não há coisa nos quartetos que me espante.
Pelo primeiro terceto vou entrando,
e parece que entrei com o pé direito,
pois, o fim com este verso, lhe vou dando.
Já estou no segundo, e não suspeito
que vou os treze versos acabando;
contando sim são catorze, e está feito.
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