Por não ter sido jamais o que sou
me condenam os fatos, a vida infeliz,
porém, se nunca fui o que quis,
quem sou o vento,
como folha, levou.
Assim não sou o que deveria ser
nem o que sonhei. Sou o que sei:
que não conheço, ou conhecerei,
algo diferente do meu padecer.
Das circunstâncias rei e escravo,
diante da vida, as mãos lavo
e me concentro no que interessa:
se impossível é prever o momento
todo o meu corpo, e meu pensamento,
de matar a sede do prazer tem pressa.
(Do livro A Alquimia
da Vida, Editora Castanheira/Printer Laser, 1999).
Ilustração: silviaparreira.blogspot.com
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