Hoje
desejo falar do amor
como
quem procura palavras espalhadas pelo chão
ou
tenta justificar sua religião.
Falar
do amor sabendo
que
o amor só conduz a confusões, a desastres, a fugir da realidade que nos cerca e
nos contamina,
tentando
explicar o que a vida não ensina.
O
amor não tem lógica,
não
tem nada de racional, de simples, de transmissível.
O
amor só como catástrofe é possível.
O
amor é um alvo móvel.
Um
alvo que nunca se acerta,
ou,
se certeira a flecha,
se
vê que era o alvo errado.
E
cansado do amor e das palavras
quero
falar do amor
como
desses monstros
que
só se satisfazem com lágrimas e dramas.
Quero
falar do amor,
como
acontece entre nós dois,
doce,
inesperado.
O
amor do acaso,
da
inconsequência e da impossibilidade
que
se alimenta de sua própria incoerência
e
cresce, se expande,
flutua com o ar, com a lua
e
arde em nós
e
nos faz viver.
É
indispensável falar do amor.
Falar
do amor e da saudade que sinto de você!
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