Monday, November 22, 2021

Uma poesia de Lupercio Leonardo de Argensola

 


No fueron tus divinos ojos, Ana

 

Lupercio Leonardo de Argensolaa

 

No fueron tus divinos ojos, Ana,
Los que al yugo amoroso me han rendido;
Ni los rosados labios, dulce nido
Del ciego niño, donde néctar mana;

Ni las mejillas de color de grana;
Ni el cabello, que al oro es preferido;
Ni las manos, que a tantos han vencido;
Ni la voz, que está en duda si es humana.

Tu alma, que en todas tus obras se trasluce,
Es la que sujetar pudo la mía,
Porque fuese inmortal su cautiverio.

Así todo lo dicho se reduce
A sólo su poder, porque tenía
Por ella cada cual su ministerio.

 

NÃO FORAM TEUS OLHOS DIVINOS, ANA

Não foram teus olhos divinos, Ana,

os que me submeteram ao jugo do amor;

nem os rosados lábios, doce ninho

da cega criança, de onde flui o néctar;

 

Nem as bochechas vermelhas;

nem o cabelo, que ao ouro é preferido;

nem as mãos, que a tantos há vencido;

nem a voz, que se dúvida se é humana.

 

Tua alma, que em todas as tuas obras brilha,

É a que pode sujeitar a minha,

Porque foi imortal seu cativeiro.

 

Assim, tudo o que foi dito é reduzido

A só o teu poder, porque tinha

Por ela, cada qual seu ministério.

Ilustração: https://www.wemystic.com.br/.

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