CASAIS MARGINAIS
I
Que tem demais um amor tão pacato
Entre dois homens que se amam assim?
O que há de estranho em tal ato
Se qualquer tipo de amor não é ruim.
Talvez o mundo não esteja preparado
Para aceitar os amores mais perfeitos
E não suporte que os sonhos delicados
Sobrevivam aos limites mais estreitos,
Pois não pode haver amor mais puro
Que o de dois homens que se amam,
Porém com eles o povo é bem mais duro
E de casal de bichas sempre os chamam.
II
Que tem demais um amor tão bonito
Entre duas mulheres que se amam assim?
O que há de tão incomum se como o fito
De outro amor qualquer não é ruim.
Talvez o mundo não esteja aberto
Para aceitar os amores mais reais
E não suporte que seja líquido e certo
Um amor que ama assim acima dos demais,
Pois não pode haver amor mais lindo
Que o de duas mulheres que se amam,
Porém com elas se é cruel mesmo rindo
E de casal de sapatões sempre as chamam.
III
Que tem demais um amor sem tamanho
Entre um gay e um sapatão que se amam assim?
O que há de tão fora do comum, de estranho
Se todo e qualquer amor jamais é ruim.
Talvez o mundo não tenha evoluído
A ponto de aceitar os amores efetivos
E não concorde que todo amor vivido
Está além das convenções e dos motivos,
Pois não existe amor mais desesperado
Que de um sapatão e um gay que se amam,
Porém para eles todo passo é tão suado
Que de casais de loucas sempre os chamam.
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