Sunday, September 17, 2006

A POESIA DE OCTÁVIO PAZ

Toca mi piel
Toca mi piel, de barro, de diamante,
Oye mi voz em fuentes subterrâneas,
Mira mi boca em esa lluvia oscura,
Mi sexo em esa brusca sacudida
Com que desnuda el aire los jardines.

Toca tu desnudez em la del agua,
Desnúdate de ti, llueve em ti misma,
Mira tus piernas como dos arroyos,
Mira tu cuerpo como um largo rio,
Son dos islãs gemelas tus dos pechos,
Em la noche tu sexo es una estrella,
Alba, luz, rosa entre dos mundos ciegos,
Mar profundo que duerme entre dos mares.

Mira el poder del mundo:
Reconócete ya, al reconocerme.

Toque da pele

Toca minha pele de barro, de diamante,
Ouve minha voz de subterrâneas fontes,
Olha minha boca nesta chuva escura,
Meu sexo que, com um brusco movimento,
Desnuda os ares dos jardins.

Toca com tua nudez a água,
Despe-te de ti, chove em ti mesma,
Olha tuas pernas como se fossem dois afluentes,
Olha teu corpo como um largo rio,
São duas ilhas gêmeas os teus seios,
Na noite o teu sexo é uma estrela,
Alvorecer, luz, rosa entre dois mundos cegos,
Mar profundo que dorme entre dois mares.

Olha o poder do mundo:
Reconhece-te já, ao me reconhecer.

Ilustração de www.arteosama.com/monoitio/cuadro10.htm

3 comments:

Saramar said...

Ai, Sílvio, é magnifíco!

Já quase decorei de tanto lê-lo e buscar as belezas além dos versos.
Obrigada por essa maravilha!

beijos

Lia Noronha said...

Linda poesia...vc sempre nos comovendo!
bjus e boa semana meu querido amigo.

Lia Noronha said...

Silvio: qdo tiver m tempinho visite esse b log...que fui convidada a participar com textos meus,ok?
E aproveite passe no meu Cotidiano tbém.
http://blogrenagem.blogspot.com/