Poema dos meus 56 anos
(Como um Bukowski atrasado)
Sinto-me sozinho
no imenso quarto
sem cerveja
nem mulher–
cabelos brancos,
barriga grande,
televisão,
cansaço,
e infeliz por não ter programa....
bem cedo
eles confundem tempo
com dinheiro:
são jogadores, padeiros,
goleiros, médicos,
jornalistas, policiais,
barbeiros, lanterninhas,
garçons, taxistas,
punguistas, ladrões,
políticos de ternos...
enganados eternos.
e nem sei onde você está
como se vira
ou se ainda sai
pra pegar o sol,
se usa óculos e canga
não vêem meus olhos.
E eu só queria, de aniversário,
que me dissesse:
-Querido,
podemos repetir
o cardápio antigo?
1 comment:
Querido Poeta, escreva este poema no feminino e me terá descrito, apenas com mais alguma suavidade.
beijos
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