Monday, March 28, 2011
Neruda, pois....
Desnuda
Pablo Neruda
Desnuda eres tan simple como una de tus manos,
lisa, terrestre, mínima, redonda, transparente;
tienes líneas de luna, caminos de manzana,
desnuda eres delgada como el trigo desnudo.
Desnuda eres azul como la noche en Cuba,
tienes enredaderas y estrellas en el pelo,
desnuda eres enorme y amarilla
como el verano en una iglesia de oro.
Desnuda eres pequeña como una de tus uñas,
curva, sutil, rosada hasta que nace el día
y te metes en el subterráneo del mundo
como en un largo túnel de trajes y trabajos:
tu claridad se apaga, se viste, se deshoja
Y otra vez vuelve a ser una mano desnuda.
Despida
Despida és tão simples como uma de tuas mãos,
Lisa, terrestre, mínima, redonda, transparente;
Tens linhas de luar, caminhos de macieiras,
Despida és delgada como o trigo despido.
Despida és azul como a noite em Cuba.
Tens trepadeiras e estrelas em tua pele,
Despida és enorme e amarela
Como o verão numa igreja de ouro
Despida és pequenina como uma de tuas unhas,
Curva, sutil, rosada até que nasce o dia
E te metes no subterrâneo do mundo
Como num largo túnel de trajes e trabalho:
Tua claridade se apaga, se vestes, se desfolhas
E outra vez voltas a ser uma mão despida.
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1 comment:
Sílvio!
Neruda é a paixão de quase todas nós, mulheres. Ele sabia onde tocar em nossos sentimentos. Devia ter uma sensibilidade parecida com a de Honoré de Balzac.
Belíssima escolha!
Beijos
Mirze
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