Sunday, March 20, 2011

Trindade por fim


2. Gato de Ursaria muestra su desaliento

Enrique Garcia Trindade

Quiero dejar constancia de estas horas, cedidas al embrujo de la alquimia, perdidas entre frascos y papeles,
libros, polvo, colores que ya no pueden más, fracasos y silencios buscando una salida razonable.

Pero en el fondo no quisiera dejar constancia ni incitar recuerdo -dura contradicción es mi deseo-.

Si me entregué al conjuro y a la búsqueda, de qué le sirve a nadie.

Si mi existencia se hizo turbia, imprecisa, somnolienta; si rebosó la mesa de papeles, matraces y morteros:
todo sin concluir, todo sin dar sentido, sin hallar respuesta, de qué vale insistir en que se sepa.

Si hasta la luz agonizó en mi estancia, se reclinó en el polvo de los libros, y acusó a los rincones de urdir patrañas
en la sombra, a quién va a interesar que yo lo diga.

¿Dejar memoria o convocar olvido?

Ojalá lo supiera.

De "Sin noticias de Gato de Ursaria" 2004
(Premio Emilio Alarcos de poesía del Principado de Asturias 2004)


2. Gato de Ursaria mostra seu desânimo

Gostaria de registrar estas horas, cedidas para a magia da alquimia, perdidas entre garrafas e papéis, livros, poeira, cores que não podem ser mais, fracassos e silêncios buscando encontrar uma saída razoável.
Porém, no fundo eu não quisera deixar registros ou nem incitar recordações- dura contradição é o meu desejo.
Só me entreguei à magia e descoberta do que não serve a ninguém.
Se a minha existência se tornou nebulosa, vaga, com sonolenta, se transbordou a mesas com papéis, garrafas e argamassas:
todos inacabados, tudo sem fazer sentido, sem encontrar respostas, de que vale insistir em conhecer.
Se até a luz agonizante no meu quarto, sentou-se na poeira dos livros, e acusou aos cantos de tramar contos, histórias para boi dormir nas sombras, que me interessa dizer.
Desistir ou convocar memória esquecida?
Eu gostaria de saber.

De "Sem notícias do Gato de Ursaria" 2004
(Emilio Alarcos Prêmio Poesia do Principado das Astúrias 2004)

1 comment:

Unknown said...

SÍlvio!

Isso acontece; e tomara que haja mais desânimos, para que possamos ter textos assim tão íntegros.

Beijos

Mirze