Friday, October 21, 2011

Jorge Montoya Toro


La amada indefinible

Jorge Montoya Toro

No podría encontrar la verdadera
palabra que trazara tu figura.
Y a veces le pregunto a mi amargura:
¿Cómo era, Dios mío, cómo era?
¿Era un ángel que vino en primavera
en forma de azucena que perdura?
¿Un poco de candor entre la impura
materia terrenal, perecedera?
Mas por mucho que quiero, no defino
su encanto inmaterial, ese secreto
que encierra su mirar esmeraldino:
Y la llamo Azucena, Estrella, Rosa,
sin que en ningún vocablo halle completo
el perfume de su alma misteriosa.

A amada indefinível
Não podia encontrar a verdadeira
palavra para desenhar tua figura.
E, às vezes, perguntei à minha amargura:
Como era, Deus meu, como era?
Foi um anjo que veio na primavera
em forma de acuçena que perdura?
Um pouco de candura entre a impura
matéria terrestre, perecedora?
Mas, por mais que deseje, não defino
seu encanto imaterial, este segredo
que encerra o seu olhar esmeraldino:
E a chamo de açucena, estrela, rosa,
Sem que nenhum termo traga completo
o perfume de sua alma misteriosa.

1 comment:

Adolescendo em Verso & Prosa said...

Belíssima tradução caro amigo poeta sensível e querido.