Monday, July 02, 2012

David Preiss


(Sobre Majdanek)

David Preiss

¿Qué hay, Dios mío, más allá de la chimenea que se estira?
¿Homero al decir de Sócrates?
¿El polvo para darle a mis huesos trocados en ceniza?
¿Dios como la bruma?

Devuelve mi polvo, oh Señor del polvo,
antes del intacto blanco de mis huesos,
no quiero rasgarme en las ramas de Polonia,
no quiero este vértigo sin tumba, sin rocío
allá sobre la tierra,
no quiero desafiar al eco y crecer en su distancia hasta vaciarme,
oh Señor del vértigo,

amenazo con anudarme en una estrella, demorar la llegada de la tarde
y persistir en plena luz del día
                                              tristemente intacto.   

¿Quién pudiera recoger el crepúsculo de mis pies?

E ao pó voltarás

(Em Majdanek)

O que há, meu Deus, mais além da chaminé que se estende?
Homero no dizer de Sócrates?
O pó para dar-lhe os meus ossos transformados em cinzas?
Deus como bruma?

Devolve meu pó, ó Senhor de poeira,
antes do intacto branco dos meus ossos,
não quero rasgar-me entre os ramos na Polônia,
não quero esta vertigem sem tumba, sem orvalho
caindo sobre a terra,
Eu não quero desafiar o eco e crescer na distância até esvaziar-me,
ò Senhor da vertigem,

 ameaço aninhar-me em uma estrela, a demorar a chegada da tarde
e persistir em plena luz do dia
                                               tristemente intacto.

Quem poderá recolher no crepúsculo os meus pés?

Ilustração:  manditacello.blogspot.com

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