SIN LLAVES Y A OSCURAS
Fabián Casas
Era uno de esos días en que todo sale bien.
Había limpiado la casa y escrito
dos o tres poemas que me gustaban.
No pedía más.
Entonces salí al pasillo para tirar la basura
y detrás de mí, por una correntada,
la puerta se cerró.
Quedé sin llaves y a oscuras
sintiendo las voces de mis vecinos
a través de sus puertas.
Es transitorio, me dije;
pero así también podría ser la muerte:
un pasillo oscuro,
una puerta cerrada con la llave adentro
la basura en la mano.
Había limpiado la casa y escrito
dos o tres poemas que me gustaban.
No pedía más.
Entonces salí al pasillo para tirar la basura
y detrás de mí, por una correntada,
la puerta se cerró.
Quedé sin llaves y a oscuras
sintiendo las voces de mis vecinos
a través de sus puertas.
Es transitorio, me dije;
pero así también podría ser la muerte:
un pasillo oscuro,
una puerta cerrada con la llave adentro
la basura en la mano.
Sem chaves e às
escuras
Foi um desses dias em que tudo vai bem.
Havia limpado a casa e escrito
dois ou três poemas que eu gostava.
Não pedia mais.
Então saí ao pátio para jogar fora o lixo
e atrás de mim, por uma corrente de ar,
a porta se fechou.
Fiquei sem chaves e às escuras
Havia limpado a casa e escrito
dois ou três poemas que eu gostava.
Não pedia mais.
Então saí ao pátio para jogar fora o lixo
e atrás de mim, por uma corrente de ar,
a porta se fechou.
Fiquei sem chaves e às escuras
sentindo as vozes dos meus vizinhos
através das suas portas.
É passageiro, eu disse;
mas, assim também podia ser a morte:
um corredor escuro,
uma porta fechada com a chave dentro
e a cesta de lixo na mão.
através das suas portas.
É passageiro, eu disse;
mas, assim também podia ser a morte:
um corredor escuro,
uma porta fechada com a chave dentro
e a cesta de lixo na mão.
Ilustração: http://melhordamidia.blogspot.com.br
No comments:
Post a Comment