Que o dia da minha morte seja
Assim como um concerto de Listz:
Simples, belo, doce e inesperado
E que, como a música, me faça feliz.
Que venha após uma noite de amor
Que torne, tudo em volta, lindo, eterno
Para que a vida que, em mim, se completa
Atinja o apogeu da forma que não vivi.
Sim. Que na minha morte eu seja feliz
Para que nada possa denunciar a temida
E que, em todos, tudo, haja tanta luz e vida
Que nem mesmo eu acreditarei que morri.
E quem me olhar sereno no sono definitivo
Há de julgar que se trata de ilusão
Que meu silencio, decerto, é brincadeira
Como se isto não tivesse sido minha vida inteira.
(Do livro A Alquimia
da Vida, Editora Castanheira/Printer Laser, 1999).
Ilustração: http://liciafabio.com.br/wp-content/uploads/2012/02/Imagem-expo-carnaval-015.jpg
No comments:
Post a Comment