Monday, September 12, 2016

Uma poesia de Luis Gonzaga Urbina

Metamorfosis                                
Luis Gonzaga Urbina

Era un cautivo beso enamorado
De una mano de nieve que tenía
La apariencia de un lirio desmayado
Y el palpitar de un ave en agonía.
Y sucedió que un día,
Aquella mano suave
De palidez de cirio,
De languidez de lirio,
De palpitar de ave,
Se acercó tanto a la prisión del beso,
Que ya no pudo más el pobre preso
Y se escapó; mas, con voluble giro,
Huyó la mano hasta el confín lejano,
Y el beso, que volaba tras la mano,
Rompiendo el aire, se volvió suspiro.

Metamorfose

Era um cativo beijo apaixonado
De uma mão de neve que tinha
A aparência de um lírio desmanchado
E o palpitar de um pássaro em agonia.
E aconteceu que um dia,
Aquela mão suave
De palidez de um círio,
Da languidez de um lírio,
Do palpitar de um pássaro,
Se aproximou tanto da prisão de um beijo,
Que já não podia mais, este pobre prisioneiro,
E escapou, mas, com um volúvel giro,
Fugiu da mão para os confins distantes,
E o beijo, que voava atrás da mão,
Quebrando o ar, se tornou suspiro.


Ilustração: nelsonrivas.wordpress.com

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