Wednesday, April 12, 2017

Mais uma poesia de Lorca

El poeta pide a su amor que escriba                         

Federico García Lorca

Amor de mis entrañas, viva muerte,
en vano espero tu palabra escrita
y pienso, con la flor que se marchita,
que si vivo sin mí quiero perderte.

El aire es inmortal. La piedra inerte
Ni conoce la sombra ni la evita.
Corazón interior no necesita
la miel helada que la luna vierte.

Pero yo te sufrí. Rasgué mis venas,
tigre y paloma, sobre tu cintura
en duelo de mordiscos y azucenas.

Llena, pues, de palabras mi locura
o déjame vivir en mi serena
noche del alma para siempre oscura.


O POETA PEDE A SEU AMOR QUE ESCREVA

Amor de minhas entranhas, vivo morto,
em vão espero tua palavra escrita
e penso, como a flor que se murcha,
que, se vivo sem eu, quero perder-te.

O ar é imortal.  A pedra inerte
Nem conhece a sombra nem a evita.
Coração interior não necessita
O mel gelado que a lua verte.

Porém, por ti sofri. Rasguei minhas veias,
tigre e pomba, sobre tua cintura
em duelo de mordidas e açucenas.

Enche, pois, de palavras minha loucura
ou deixa-me viver em minha serena

noite de alma para sempre escura. 

1 comment:

Lia Noronha said...

Pura inspiração...Lorca nos embalando na onda dos sentimentos intensos...

abraços poéticos.